Natasha Lewis A semana inteira foi estranha. Apesar de ainda almoçarmos juntos e conversarmos como de costume, algo entre mim e Xavier havia mudado. A conexão que sempre tivemos parecia perdida, e isso me matava por dentro. Mas hoje, sexta-feira, eu decidi que seria diferente. Se ele ainda insistia em estar por perto, era porque não havia desistido de mim. E eu? Bem, eu decidi que essa noite ele seria meu. Estava de costas quando ouvi a porta se abrir. Seu perfume chegou antes dele, aquele cheiro amadeirado e familiar que fazia minha pele arrepiar. Virei-me lentamente, um sorriso desenhando-se nos meus lábios. — Sempre insistente, Xavier? — provoquei, inclinando a cabeça enquanto ele fechava a porta atrás de si. Ele devolveu o sorriso, aquele olhar penetrante que fazia meu coração disparar. — Se eu quero algo, corro atrás. Caminhei em sua direção, lenta e calculadamente. — Que bom que veio. Porque hoje... — pausei, mordendo levemente o lábio, vendo sua atenção fixar-se ali.
Xavier Alcântara SábadoVejo Natasha entrar no salão do evento, ela está simplesmente deslumbrante com aquele vestido preto, seu cabelo solto ondulando suavemente sobre os ombros. Suspiro, faz tempo que ela não me abraça mais, e eu sinto falta.Enquanto seguro meu copo de whisky, observo ela sorrir enquanto é abraçada por Pablo. Puta merda, eles tinham que ficar tão próximos? Ajeito o nó da minha gravata, tentando ignorar o nó de ciúmes que se forma no meu estômago.Natasha me nota e faz um tchauzinho de longe. Sério que ela não vai vir até aqui me cumprimentar? Será que estou sendo invisível para ela?Fico ali, bebendo e observando a festa até a hora de subir ao palco.— Boa noite, pessoal — começo. — Sejam bem-vindos a essa noite. O desfile será para anunciar a coleção da Alcântara Clothes de verão. Então, aproveitem e obrigado por virem.Em meio aos aplausos, saio do palco e volto para perto do bar. De longe, vejo o desfile acontecendo, mas meu foco está na Natasha. Vejo quando Pa
Natasha Lewis A semana tinha sido uma montanha-russa. Desde que comecei a cobrir as tarefas de secretária do Xavier, passamos horas juntos, mais do que eu estava acostumada. Ele me ensinava, me corrigia com paciência, e vez ou outra me arrancava sorrisos com suas piadas quase infantis. A proximidade dele, o jeito que ele me olhava às vezes, como se tentasse decifrar algo… Tudo isso começou a me confundir. Não era como se algo tivesse mudado entre nós, mas talvez fosse só eu, enxergando mais onde não devia.Agora, na sexta-feira à noite, era o momento de me desconectar. Ruby, meu alter ego no The Beats, sempre me dava essa fuga. A música, as luzes, a dança. Era libertador, uma parte de mim que não cabia no papel de Natasha, a garota doce que ele chama de “Pequena Nat”.Entro animada no quartinho onde costumamos nos preparar, pronta para me transformar, quando vejo Pérola sentada no banquinho, a cabeça baixa, os ombros sacudindo levemente. Ela está chorando.— Pérola? — digo baixinho,
Natasha Lewis Sábado nunca foi meu dia de trabalho. Mas, como estou cobrindo o papel de secretária do Xavier, cá estou, sentada na cadeira giratória da sua sala. O escritório está mais silencioso que o normal, quase vazio, e meus pensamentos têm mais espaço do que deveriam. A preocupação com Pérola não sai da minha cabeça. Ela é uma garota incrível, forte e doce, e não merece que um idiota transforme sua vida em um pesadelo. O que aconteceu ontem no The Beats ainda me pesa no coração. É por isso que, antes mesmo de terminar de organizar a agenda do Xavi, pego meu celular e ligo para Pablo. Chamada iniciada — Bom dia, Pablito — digo num tom brincalhão, tentando soar leve. — Bom dia, pequena — ele responde, a voz calorosa como sempre. — Preciso dos seus serviços como advogado. — Opa, o que posso fazer? — Ele pergunta, interessado. — É uma amiga. Ela está sofrendo assédio no trabalho. Do outro lado da linha, ouço um leve suspiro, seguido por um tom firme e decidido: — Adoro es
Natasha Lewis Sábado à noite, o show na The Beats já tinha terminado. Estava no pequeno camarim, ajeitando alguns detalhes, quando a porta se abriu e Xavier entrou, com aquele sorriso de lado que sempre me tirava do eixo.— Sentiu saudades, gatinho? — provoquei, cruzando os braços e encarando-o com um sorriso sugestivo.— Achei que eu seria útil de novo, só isso — respondeu, dando de ombros, mas com aquele brilho malicioso nos olhos.Ri baixinho e dei dois passos na sua direção.— Deu sorte, gatinho. Estou precisando relaxar hoje.— Então vamos? — Ele estendeu a mão, e eu a aceitei sem hesitar.Saímos pela porta da frente da boate e entramos no carro dele, deixando as luzes e o som da noite para trás.— Mesma suíte da nossa primeira noite? — perguntou enquanto dirigia, sem tirar os olhos da estrada.— Perfeito — respondi, lembrando-me do quão incrível aquele lugar era.Chegamos à suíte, e tudo parecia exatamente como naquela vez: luxuoso, intimista, perfeito. Sem perder tempo, comece
Pérola Muniz A manhã de terça-feira já começara carregada de tensão. A empresa parecia um lugar ainda mais opressor que de costume, e meu chefe, Orácio, estava de péssimo humor. Isso tornava minha decisão de pedir demissão ainda mais desafiadora. Minhas mãos tremiam e meu estômago se revirava só de pensar no que poderia acontecer. Respirei fundo, buscando coragem, mas cada tentativa parecia inútil. Então, decidi buscar ajuda.Peguei o telefone e disquei o número de Pablo.Início da chamada— Pablo Herrera.— Oi, é a Pérola — respondi, tentando controlar o tremor na voz.— Pérola? Está tudo bem? — perguntou, imediatamente preocupado.— Não muito... Eu ia pedir minha demissão hoje, como você me instruiu, mas o Orácio está de péssimo humor. Estou com medo, Pablo — confessei, suspirando. — Sei que isso não faz parte do seu trabalho, mas...— Pérola, o certo seria eu apenas te instruir e encorajar, mas, sinceramente, não confio nesse homem. Eu vou até aí, caso precise de algo.— Sério? Mu
Natasha Lewis Bato as unhas nervosamente na mesa, meu olhar se fixa na porta da sala do Xavier. Pérola está lá dentro há um bom tempo, e a ansiedade me consome. Será que deu tudo certo?Finalmente, a porta se abre, e Pérola sai sorrindo. Meu coração se aquece ao vê-la assim. Xavier me lança uma piscadela antes de seguir para sua mesa, e eu retribuo o gesto com um sorriso de alívio.— Amiga, que bom que deu certo! — digo, puxando-a para um abraço apertado.— Obrigada por tudo, Nat. Você é um verdadeiro anjo na minha vida — responde, com um sorriso sincero.— Não fala assim, senão eu choro! — brinco, rindo para disfarçar o nó que se forma na minha garganta.— É sério, Natasha — ela insiste, seus olhos brilhando de gratidão.Depois desse momento emocionante, ela pede a agenda do Xavier. Pego o caderno onde anoto os compromissos dele e começo a repassar tudo: eventos, contatos e números dos setores internos. Quero garantir que ela tenha tudo o que precisa para fazer seu trabalho com conf
Natasha Lewis Mais uma vez, estou no carro de Xavier. O cheiro dele, a presença, tudo me inebria. Depois de mais uma noite dançando como Ruby, seguimos para o motel de sempre. Há uma familiaridade nesse ritual, mas hoje algo é diferente dentro de mim.Assim que entramos no quarto, minha ansiedade toma conta. Não quero enrolar, não quero preliminares longas. Quero sentir o corpo dele no meu, sem rodeios.Me despeço das roupas sem hesitação, vendo Xavier fazer o mesmo com uma tranquilidade provocadora. Caminho até ele, tomo seus lábios nos meus. Seu toque é firme — uma mão enlaça meus cabelos enquanto a outra aperta minha cintura com um desejo possessivo.— Sem preliminares, gato — sussurro com a voz rouca, carregada de urgência.Ele não hesita. Caminhamos juntos até a cama, e logo ele está sobre mim. Sua boca encontra um dos meus seios enquanto a mão experiente brinca com meu clitóris. Arqueio as costas, perdida na sensação.O momento culmina quando ele desliza a camisinha. Posiciona