- Eva, Eva é você mesmo? - Hagar e Afrodite acertaram exatamente o local onde Eva estava: no espaço acima da estratosfera de um planeta azul, parecido com a Terra. - O que você está fazendo? - André continuou sua fala, perguntando o que significava aquela energia que saia de seus braços e buscava envolver todo o planeta.
- André? Eu poderia dizer que não imagino como tenha me encontrado... - ela fez uma pausa, pois aparentemente requeria muita força, aquele processo, ela movimentava os braços como se arremessasse uma rede e puxasse de volta, constantemente. - Mas, depois de tudo que já vi acontecer no Universo, o fato de você se teletransportar com alguém, me encontrando, não me deixa surpresa.- Imaginei que você fosse prisioneira de Elaryan. Minha expectativa era resgatá-la - disse André.- Minha fase de prisioneira, já passou. Agora se- Existe um ditado que ouvi a muito tempo atrás que dizia: "O mundo dá voltas!" No mesmo planeta que ouvi esse havia um outro que falava: "Que mundo pequeno!" Na época eu achava engraçado porque realmente o planeta era muito ínfimo se comparado com todo o Universo. Pensando nesse contexto, era fácil reencontrar alguém e essa pessoa estar numa situação diferente. Ainda mais quando técnicas e tecnologias começavam a tornar as distâncias ainda menores. "Quero ver isso acontecer Universo afora." Eu pensava isso, inconsciente da minha falta de poder, do quanto eu ainda poderia evoluir, crente que eu estava no meu auge. Agora, o destino me traz Afrodite de volta, ao lado de André e Hagar. - Zéon ou Zeus, como se auto-proclamou, parecia reluzente. Ele carregava uma foice em sua mão direita e duas correntes transpassadas por cada um dos ombros para direções opostas, cruzadas
André logo percebeu que não poderia vencer. Mas naquele momento não havia muita alternativa a respeito do que fazer. Conseguia ainda enxergar Eva no céu. O que ela estivesse fazendo, com certeza tinha uma importante finalidade e se ele pelo menos conseguisse ganhar tempo para ela terminar o que quer que fosse, talvez fosse o suficiente, o necessário.- Será mesmo que o profetizado que morreu e renasceu num planeta de nível 6, teria como destino apenas fazer um Deus perder tempo? - Zeus perguntou para André, provocando-o. Mas era evidente que seus pensamentos, buscando lógicas do Universo, tentando entender o plano de Elaryan, tudo isso, o deixava confuso e alerta. Por mais que estivesse confiante e até mesmo soberbo, demonstrava que no fundo ainda tinha dúvidas do que aconteceria. Afinal, Elaryan sabia de tudo, do princípio ao fim do Universo, como ela mesma dizia.Ele, portanto, decidiu n&
André renasceu no mesmo planeta. Conseguiu reconhecer, pelo céu, pelo clima, pela gravidade, mas principalmente pela redoma criada por Eva, no céu. Tudo indicava que ela terminou sua missão exatamente no momento em que morreu. Foi tempo dela ativar aquela estrutura, que agora era brilhante no espaço. Não estava perto de onde enfrentou Zeus, mas também não estava em outro hemisfério. Podia perceber pela posição do Sol. A não ser que tivesse ficado algum tempo no limbo, entre sua morte e seu renascimento. Não achava que era o caso. De qualquer forma, parecia uma boa ideia se esconder de alguma forma.Tentou usar as armas como ferramenta de teletransporte e conseguiu. Mas não podia sair além daquele campo de força. Seu teletransporte era possível apenas naquele mundo, portanto. Ficar no céu, não parecia, também, muito inteligente.
A cena que André presenciou era totalmente insana. Eles eram bons manipuladores, criavam jatos de água que atravessavam os poros do rosto de um, explodindo a cabeça, ou envolviam outros em blocos de gelo que chegavam em temperaturas extremas fazendo os congelados desaparecerem instantaneamente, ou lançavam rajadas de fogo que causavam incêndios por todos os lados. Eram raios, ventanias, furacões, tempestades. O pior era que alguém que acabava de morrer voltava e continuava atacando. Teve quem morreu, ressuscitou do outro lado e matou quem tinha acabado de matá-lo pelas costas. Aos poucos a bagunça ia diminuindo pois alguns dos mortos não estavam voltando. O motivo disso não era o fato de que estivessem indo para outro planeta mas, na verdade, estavam só voltando em locais mais distantes. O medo por não terem certeza sobre essa constatação e o cansaço também, fizeram eles diminuírem a intensidade dos embates até que todos parassem. - A primeira morte já não era suficiente par
Não era fácil conseguir se teletransportar e por muito tempo Érebo buscou aquela oportunidade. A dificuldade de encontrar humanos com os poderes certos, aqueles que precisava para seguir com seus objetivos, era muito grande. Tinha sentido muita energia naquele planeta que antes não tinha vida. Podia perceber a existência de uma atividade fora do normal ali. Eram muitos portais de teletransporte e por eles muitas pessoas sendo transportadas. Não só pessoas, eram estruturas, planetas inteiros. E tinha uma outra coisa também, havia uma ruptura. Era um defeito no tempo. Ele podia sentir quando ficava pausado. Haviam outros universos? Seres tão poderosos que podiam cruzar entre eles e parar o tempo? Ele precisava colocar a própria vida em risco novamente. Um risco calculado, evidentemente. Teria que fazer algum mortal encontrar sua arma mística e teria que perdê-la. Havia chegado o momento que ele mai
- Que monstro é você, deixe agora meu marido! - ela gritou.- Titania, eu estou dominando o corpo do seu marido desde aquela noite, a primeira que fizemos amor, você sabe de qual noite estou falando.- Não minta! Não queira me enganar com suas artimanhas. - Ela ameaçou correr, mas ele impediu fechando a porta com um golpe de vento.- Não estou mentindo e posso te provar. - Ele pegou a espada e apontou para o pescoço dela. Ela ficou com medo mas não conseguiu se mover um único passo. - Essa espada é conhecida como respondente. Quando apontada para o pescoço de alguém faz a pessoa ficar absolutamente imóvel e só dizer a verdade. Vou te mostrar como funciona. Por favor, me conte se é verdade que aquela noite foi a que você mais sentiu prazer em sua vida.- Sim... Foi naquela noite, mas... - Ela parecia resistir.- Não adianta lutar contra a verdade - ele disse.- Não estou lutando, estou em dúvida, porque o prazer que senti foi uma mentira, poi
Lúcifer não sabia muito bem como era aquilo. Ter algum momento de paz. Tudo bem que Médera não era bem uma pessoa tranquila, mas a personalidade dela era justamente o tipo de paz que ele precisava. Uma pessoa sincera, intensa, insana, que adorava todos os tipos de envolvimento que resultassem em prazer para ele ou para ela própria. Mas acima de tudo, leal e companheira. Uma verdadeira amiga com quem conseguia dividir suas noites quentes. Aliás as noites quentes eram sempre bem compartilhadas, com muitos. Ele podia se dizer feliz. Depois dos acontecimentos com Silency, que foi muito pesaroso, acabaram, com o tempo, sentindo-se mais livres. O planeta foi se desenvolvendo, tendo uma identidade que refletia muito deles. Lúcifer teve várias vidas, todas pareciam que tinham sido dolorosamente cruéis com ele.Agora estava esperando a qualquer momento que algo mudasse intempestivamente tudo novamente. Não era p
Lucifer acordou e estava sozinho na caverna. Levantou e começou a ouvir gritos do lado de fora, ruídos de uma luta. Uma luta não parecia muito mais com uma guerra. Ele voou em alta velocidade, explodiu a entrada da caverna que estava selada e não conseguia entender o que estava acontecendo. Caiam do céu lobisomens com asas de morcego e eram seres absolutamente descontrolados. Os vampiros, que se transformavam em dragões, se defendiam, soltavam fogo, controlavam o ar, mas os animais estavam alucinados, como se não parassem, mesmo com a dor, mesmo sem partes do corpo, pareciam como zumbis.Observando bem, os que morriam voltavam a renascer, dos mais diversos lugares.Lúcifer recebeu o ataque de alguns e criou uma explosão de si mesmo parecendo com uma bomba. Destruiu tudo à sua volta, mas ficou intacto no meio. Os Vampiros perceberam que alguém poderoso tinha aparecido. Carmilla percebeu que se tratava do recém-chegado e se aproximou. - Não perguntei seu nome - disse ela