A cena que André presenciou era totalmente insana. Eles eram bons manipuladores, criavam jatos de água que atravessavam os poros do rosto de um, explodindo a cabeça, ou envolviam outros em blocos de gelo que chegavam em temperaturas extremas fazendo os congelados desaparecerem instantaneamente, ou lançavam rajadas de fogo que causavam incêndios por todos os lados. Eram raios, ventanias, furacões, tempestades. O pior era que alguém que acabava de morrer voltava e continuava atacando. Teve quem morreu, ressuscitou do outro lado e matou quem tinha acabado de matá-lo pelas costas. Aos poucos a bagunça ia diminuindo pois alguns dos mortos não estavam voltando.
O motivo disso não era o fato de que estivessem indo para outro planeta mas, na verdade, estavam só voltando em locais mais distantes. O medo por não terem certeza sobre essa constatação e o cansaço também, fizeram eles diminuírem a intensidade dos embates até que todos parassem.- A primeira morte já não era suficiente parNão era fácil conseguir se teletransportar e por muito tempo Érebo buscou aquela oportunidade. A dificuldade de encontrar humanos com os poderes certos, aqueles que precisava para seguir com seus objetivos, era muito grande. Tinha sentido muita energia naquele planeta que antes não tinha vida. Podia perceber a existência de uma atividade fora do normal ali. Eram muitos portais de teletransporte e por eles muitas pessoas sendo transportadas. Não só pessoas, eram estruturas, planetas inteiros. E tinha uma outra coisa também, havia uma ruptura. Era um defeito no tempo. Ele podia sentir quando ficava pausado. Haviam outros universos? Seres tão poderosos que podiam cruzar entre eles e parar o tempo? Ele precisava colocar a própria vida em risco novamente. Um risco calculado, evidentemente. Teria que fazer algum mortal encontrar sua arma mística e teria que perdê-la. Havia chegado o momento que ele mai
- Que monstro é você, deixe agora meu marido! - ela gritou.- Titania, eu estou dominando o corpo do seu marido desde aquela noite, a primeira que fizemos amor, você sabe de qual noite estou falando.- Não minta! Não queira me enganar com suas artimanhas. - Ela ameaçou correr, mas ele impediu fechando a porta com um golpe de vento.- Não estou mentindo e posso te provar. - Ele pegou a espada e apontou para o pescoço dela. Ela ficou com medo mas não conseguiu se mover um único passo. - Essa espada é conhecida como respondente. Quando apontada para o pescoço de alguém faz a pessoa ficar absolutamente imóvel e só dizer a verdade. Vou te mostrar como funciona. Por favor, me conte se é verdade que aquela noite foi a que você mais sentiu prazer em sua vida.- Sim... Foi naquela noite, mas... - Ela parecia resistir.- Não adianta lutar contra a verdade - ele disse.- Não estou lutando, estou em dúvida, porque o prazer que senti foi uma mentira, poi
Lúcifer não sabia muito bem como era aquilo. Ter algum momento de paz. Tudo bem que Médera não era bem uma pessoa tranquila, mas a personalidade dela era justamente o tipo de paz que ele precisava. Uma pessoa sincera, intensa, insana, que adorava todos os tipos de envolvimento que resultassem em prazer para ele ou para ela própria. Mas acima de tudo, leal e companheira. Uma verdadeira amiga com quem conseguia dividir suas noites quentes. Aliás as noites quentes eram sempre bem compartilhadas, com muitos. Ele podia se dizer feliz. Depois dos acontecimentos com Silency, que foi muito pesaroso, acabaram, com o tempo, sentindo-se mais livres. O planeta foi se desenvolvendo, tendo uma identidade que refletia muito deles. Lúcifer teve várias vidas, todas pareciam que tinham sido dolorosamente cruéis com ele.Agora estava esperando a qualquer momento que algo mudasse intempestivamente tudo novamente. Não era p
Lucifer acordou e estava sozinho na caverna. Levantou e começou a ouvir gritos do lado de fora, ruídos de uma luta. Uma luta não parecia muito mais com uma guerra. Ele voou em alta velocidade, explodiu a entrada da caverna que estava selada e não conseguia entender o que estava acontecendo. Caiam do céu lobisomens com asas de morcego e eram seres absolutamente descontrolados. Os vampiros, que se transformavam em dragões, se defendiam, soltavam fogo, controlavam o ar, mas os animais estavam alucinados, como se não parassem, mesmo com a dor, mesmo sem partes do corpo, pareciam como zumbis.Observando bem, os que morriam voltavam a renascer, dos mais diversos lugares.Lúcifer recebeu o ataque de alguns e criou uma explosão de si mesmo parecendo com uma bomba. Destruiu tudo à sua volta, mas ficou intacto no meio. Os Vampiros perceberam que alguém poderoso tinha aparecido. Carmilla percebeu que se tratava do recém-chegado e se aproximou. - Não perguntei seu nome - disse ela
- Esperem! - Uma voz ecoou. Uma grande quantidade de seres surgiu de um portal de teletransporte e dentre eles haviam lobisomens, mas esses eram diferentes, controlados, aparentemente. - Quem está aí? - Carmilla gritou - Se apresente! - Meu nome é Magno! Sou Rei e responsável por uma quantidade grande de pessoas, entre eles esses Lobos que vocês aprisionaram.- Aprisioná-los era a única forma de nos salvarmos! - Carmilla explicou, antes de um possível confronto. - Eu acredito nisso, mas eu trouxe aqui uma forma de curar o que afetou eles e levá-los para casa. - Magno explicou-se- O que garante que não quer apenas soltá-los para usá-los contra nós? - Carmilla parecia mais querendo ganhar tempo para decidir do que realmente na dúvida sobre isso. - Trouxe aqui comigo um exército altamente treinado com Lobisomens e Vampiros. Se quiséssemos fazer algo, já teríamos dominado vocês - ele soou mais ameaçador do que argumentador.- Não sei se você sabe, mas nosso
ácula voou até Magno e enquanto todos já guerriavam, pareciam conversar e em seguida fugir.Dragões foram atrás deles mas Lúcifer achou que seu melhor lugar na batalha seria ali. Queria entender melhor tudo aquilo.Eles entraram por baixo das Copas das Árvores e os dragões não conseguiam entrar e, por algum motivo, não destruíram tudo.- Por que não atacam e queimam tudo? - Lúcifer perguntou chegando perto deles.- As árvores são sagradas. - um deles respondeu.- Eles mataram sua Rainha! - Lúcifer argumentou.- Não podemos destruir árvores. - O Outro foi mais enfático.- E por que não usam suas asas para jogá-los com o vento para cima? - A ideia simples de Lúcifer lhes pareceu uma grande sacada.O vento inesperado os levou para cima da copa das árvores e quando os dragões se aproximaram e dispararam rajadas de fogo Lúcifer transformou-se em sua fênix e entrou no caminho se desfazendo nas chamas.Logo em seguida, surgiu pelas c
Lúcifer olhou para Magno e decidiram juntos o ataque. O primeiro com fogo e o segundo com o ar foram derrubando a maioria dos que estavam atrás dele. Paole conseguiu chegar e ultrapassar os dois, ficando protegido por trás deles, só que agora muitos se acumularam juntos, sedentos e fora de controle. Lúcifer sacou a Fragarach. Ele havia recebido um aviso sobre ela de Silency, muito rápido, antes dela partir. Também sabia como deixá-la camuflada junto a seu corpo e essa era a primeira vez que ia utilizá-la. Magno sacou de sua adaga dupla, mas quando começou a movê-la rapidamente, começou a criar rastros cortantes no ar que iam longe e partiam qualquer coisa no caminho, num longo alcance.Lúcifer, com a espada, tinha movimentos muito rápidos e a facilidade dos cortes também era muito grande. Não havia quem eles atingissem que não desaparecesse instantaneamente.- Sua arma também é mística? - Lúcifer perguntou, enquanto continuava cortando vampiros e lobos.-
Moisés estava exausto. Com sua energia completamente consumida, ele não conseguia sequer se manter em pé, se não estivesse acorrentado.- Lilith, isso é mesmo necessário? - Adam, ou Moisés, perguntava para Elaryan, ou Lilith. Os nomes lhes escapavam em tantas vidas, tantas memórias. Para aqueles que tinham tido apenas uma primeira vida, o processo era mais simples, mas para quem ficou preso reencarnando, o que era comum principalmente dentre os primordiais, aquilo poderia ser considerado um martírio. As lembranças raramente vinham todas de uma vez e, apesar de personalidade quase sempre se manter, os conflitos de identidade eram comuns e dolorosos. Moisés passava por isso, preso, enquanto seu puder era sugado por Eva, para cumprir uma missão que teoricamente os libertaria. Uma missão, não, de acordo com Elaryan seriam sete missões. Sete vezes que Eva teria que somar e poder