Lúcifer não sabia muito bem como era aquilo. Ter algum momento de paz. Tudo bem que Médera não era bem uma pessoa tranquila, mas a personalidade dela era justamente o tipo de paz que ele precisava. Uma pessoa sincera, intensa, insana, que adorava todos os tipos de envolvimento que resultassem em prazer para ele ou para ela própria. Mas acima de tudo, leal e companheira. Uma verdadeira amiga com quem conseguia dividir suas noites quentes. Aliás as noites quentes eram sempre bem compartilhadas, com muitos.
Ele podia se dizer feliz. Depois dos acontecimentos com Silency, que foi muito pesaroso, acabaram, com o tempo, sentindo-se mais livres. O planeta foi se desenvolvendo, tendo uma identidade que refletia muito deles. Lúcifer teve várias vidas, todas pareciam que tinham sido dolorosamente cruéis com ele.Agora estava esperando a qualquer momento que algo mudasse intempestivamente tudo novamente. Não era pLucifer acordou e estava sozinho na caverna. Levantou e começou a ouvir gritos do lado de fora, ruídos de uma luta. Uma luta não parecia muito mais com uma guerra. Ele voou em alta velocidade, explodiu a entrada da caverna que estava selada e não conseguia entender o que estava acontecendo. Caiam do céu lobisomens com asas de morcego e eram seres absolutamente descontrolados. Os vampiros, que se transformavam em dragões, se defendiam, soltavam fogo, controlavam o ar, mas os animais estavam alucinados, como se não parassem, mesmo com a dor, mesmo sem partes do corpo, pareciam como zumbis.Observando bem, os que morriam voltavam a renascer, dos mais diversos lugares.Lúcifer recebeu o ataque de alguns e criou uma explosão de si mesmo parecendo com uma bomba. Destruiu tudo à sua volta, mas ficou intacto no meio. Os Vampiros perceberam que alguém poderoso tinha aparecido. Carmilla percebeu que se tratava do recém-chegado e se aproximou. - Não perguntei seu nome - disse ela
- Esperem! - Uma voz ecoou. Uma grande quantidade de seres surgiu de um portal de teletransporte e dentre eles haviam lobisomens, mas esses eram diferentes, controlados, aparentemente. - Quem está aí? - Carmilla gritou - Se apresente! - Meu nome é Magno! Sou Rei e responsável por uma quantidade grande de pessoas, entre eles esses Lobos que vocês aprisionaram.- Aprisioná-los era a única forma de nos salvarmos! - Carmilla explicou, antes de um possível confronto. - Eu acredito nisso, mas eu trouxe aqui uma forma de curar o que afetou eles e levá-los para casa. - Magno explicou-se- O que garante que não quer apenas soltá-los para usá-los contra nós? - Carmilla parecia mais querendo ganhar tempo para decidir do que realmente na dúvida sobre isso. - Trouxe aqui comigo um exército altamente treinado com Lobisomens e Vampiros. Se quiséssemos fazer algo, já teríamos dominado vocês - ele soou mais ameaçador do que argumentador.- Não sei se você sabe, mas nosso
ácula voou até Magno e enquanto todos já guerriavam, pareciam conversar e em seguida fugir.Dragões foram atrás deles mas Lúcifer achou que seu melhor lugar na batalha seria ali. Queria entender melhor tudo aquilo.Eles entraram por baixo das Copas das Árvores e os dragões não conseguiam entrar e, por algum motivo, não destruíram tudo.- Por que não atacam e queimam tudo? - Lúcifer perguntou chegando perto deles.- As árvores são sagradas. - um deles respondeu.- Eles mataram sua Rainha! - Lúcifer argumentou.- Não podemos destruir árvores. - O Outro foi mais enfático.- E por que não usam suas asas para jogá-los com o vento para cima? - A ideia simples de Lúcifer lhes pareceu uma grande sacada.O vento inesperado os levou para cima da copa das árvores e quando os dragões se aproximaram e dispararam rajadas de fogo Lúcifer transformou-se em sua fênix e entrou no caminho se desfazendo nas chamas.Logo em seguida, surgiu pelas c
Lúcifer olhou para Magno e decidiram juntos o ataque. O primeiro com fogo e o segundo com o ar foram derrubando a maioria dos que estavam atrás dele. Paole conseguiu chegar e ultrapassar os dois, ficando protegido por trás deles, só que agora muitos se acumularam juntos, sedentos e fora de controle. Lúcifer sacou a Fragarach. Ele havia recebido um aviso sobre ela de Silency, muito rápido, antes dela partir. Também sabia como deixá-la camuflada junto a seu corpo e essa era a primeira vez que ia utilizá-la. Magno sacou de sua adaga dupla, mas quando começou a movê-la rapidamente, começou a criar rastros cortantes no ar que iam longe e partiam qualquer coisa no caminho, num longo alcance.Lúcifer, com a espada, tinha movimentos muito rápidos e a facilidade dos cortes também era muito grande. Não havia quem eles atingissem que não desaparecesse instantaneamente.- Sua arma também é mística? - Lúcifer perguntou, enquanto continuava cortando vampiros e lobos.-
Moisés estava exausto. Com sua energia completamente consumida, ele não conseguia sequer se manter em pé, se não estivesse acorrentado.- Lilith, isso é mesmo necessário? - Adam, ou Moisés, perguntava para Elaryan, ou Lilith. Os nomes lhes escapavam em tantas vidas, tantas memórias. Para aqueles que tinham tido apenas uma primeira vida, o processo era mais simples, mas para quem ficou preso reencarnando, o que era comum principalmente dentre os primordiais, aquilo poderia ser considerado um martírio. As lembranças raramente vinham todas de uma vez e, apesar de personalidade quase sempre se manter, os conflitos de identidade eram comuns e dolorosos. Moisés passava por isso, preso, enquanto seu puder era sugado por Eva, para cumprir uma missão que teoricamente os libertaria. Uma missão, não, de acordo com Elaryan seriam sete missões. Sete vezes que Eva teria que somar e poder
- Todos os seres do Universo que já nasceram um dia estarão nesses sete planetas? - Moisés perguntou. - Sim, todos - ela respondeu. - E isso irá retardar a chegada do fim? Permitirá que as pessoas possam viver um pouco mais antes de tudo acabar? - Na verdade, já está permitindo. Muitos planetas já alcançaram o Big-Bang e foram tragados. Esse "Cinturão de Planetas" ficará travado aqui nesse ponto do Universo, até que o último suspiro de matéria que foi expulso da explosão do Big-Bang nos alcance, no seu limite, buscando seu retorno. Neste momento não teremos mais como segurar e quando fomos tragados tentaremos um último recurso para sobreviver a esse evento. - Elaryan não tinha percebido, mas estava contando pela primeira vez para alguém sobre isso. - Sobreviver ao fim do Universo? - Moisés perguntou incrédulo.
- Apesar de você não concordar com meus métodos, esse é um que eu poderia usar mas não uso: a manipulação cerebral. Posso argumentar de forma que pareça chantagem, posso usar de força, demonstrar poder para convencer, mas entrar a mente de alguém e fazê-la pensar de um jeito que não seja por ela mesma, esse é meu limite. - Moisés parecia que ia retrucar, mas Elaryan o cortou. - Chegou a hora, a conversa está boa, continuamos depois dos comerciais. - Elaryan brincando, aplicou a injeção em Moisés e o matou. Ele desapareceu e ela também. Quando ele renasceu, dentro de uma caverna de Kimmer, Elaryan já estava lá, acorrentando-o novamente. Você espere aqui que preciso transportar Eva.- Isso é mesmo necessário? - ele perguntou sem se lembrar que já tinha feito a mesma pergunta.Quando Elaryan disse transport
Um grande estrondo aconteceu na caverna onde Moisés estava e mesmo assim ele não ouviu nada.Só despertou quando dois estranhos se aproximaram.- Quem são vocês? - Ele parecia estar alucinado, a fala rápida, respiração ofegante.- Eu me chamo Magno e esse aqui é Lúcifer. O que está fazendo aí, preso? - Magno perguntou, enquanto foi tentar tirar sua corrente mas ele o impediu com um grito:- Não!Ele se afastou.- Desculpe. Tudo que mais quero é sair daqui, mas se vocês me soltarem é possível que eu não permaneça aqui e não possa ajudar a outra pessoa que nesse momento depende de mim. Por mais que eu queira, eu sei que precisamos terminar essa missão. - Moisés se explicou.- Se você está falando de missão, provavelmente era mesmo Elaryan que estava com você. - Lúcifer deduziu.- Vocês a viram? - foi sua pergunta, um tanto assustado.- Não agora, mas já a conhecemos - ele respondeu.- Mas nos conte melhor essa história.