Joguei meu ex-marido para seu amor
Joguei meu ex-marido para seu amor
Por: Maria Silva
Capítulo 1
No terceiro aniversário de casamento, Lucas Franco pagou um preço alto por um colar que eu desejava há tempos. Todos diziam que ele era louco por mim.

Cheia de alegria, preparei um jantar à luz de velas, mas recebi um vídeo em que Lucas colocava o colar em outra mulher, dizendo: “Parabéns por esta nova chance na vida.”

Acontece que esse dia não era apenas nosso aniversário de casamento. Também era o dia em que seu amor do passado havia se divorciado.

______________

Embora o meu casamento com o Lucas Franco não fosse fruto de um amor correspondido, eu nunca pensei que algo assim aconteceria comigo.

Publicamente, ele sempre manteve a imagem de um marido extremamente apaixonado.

Sentada à mesa, olhava para o bife frio e para as manchetes que ainda circulavam: “Lucas Franco gasta fortuna para agradar à esposa!” Tudo isso soou como uma ironia silenciosa.

Às duas da madrugada, um Mercedes preto finalmente entrou no pátio. Pela janela panorâmica, vi quando ele saiu do carro. Vestindo um terno sob medida escuro, ele caminhou com uma postura elegante e distinta.

— Por que você continua acordada?

Lucas acendeu a luz e, ao me ver sentada na sala de jantar, mostrou-se surpreso.

— Estava te esperando. — Eu tentei me levantar, mas, com as pernas dormentes, desabei na cadeira.

— Sentiu minha falta? — Ele sorriu casualmente ao perguntar e em seguida, bebeu um pouco de água e olhou com surpresa para o jantar intocado sobre a mesa.

— Feliz terceiro aniversário. — Fingindo não saber de nada, eu contive a minha emoção, e então, estendi a mão, sorrindo. — Cadê meu presente?

Ele hesitou por um momento. Pelo visto, Lucas havia esquecido nosso aniversário de casamento.

— Desculpe, querida, eu estava tão ocupado hoje que esqueci de comprar. — Tentou acariciar a minha cabeça, mas instintivamente, esquivei-me, deixando-o levemente surpreso. Não sabia onde essa mão havia estado naquela noite, e me senti desconfortável.

— Não precisa mentir, — como se nada tivesse acontecido, forcei o riso, — Sei que você comprou aquele colar que adoro, até virou notícia! Me dê o presente.

— Nora… — Lucas recolheu lentamente a mão. — Comprei aquele colar para Orfeu. — O semblante dele estava impassível quando retorqui com uma voz suave.

Como dito na internet, um irmão é sempre o melhor escudo.

— Sério? — Minha voz titubeou.

— Sim, você sabe que o Orfeu sempre teve problemas com mulheres.

A expressão e o tom de Lucas eram impecáveis. Olhando para seu rosto perfeito sob a luz branda do lustre, eu percebi que, talvez, eu nunca o tivesse realmente conhecido.

Comecei a questionar se era realmente a primeira vez que ele mentia para mim ou se eu estava confiando nele demais antes.

Se não fosse por aquele vídeo anônimo, eu não teria duvidado nem um pouco de sua explicação.

Vendo que eu não respondia, Lucas tentou me tranquilizar com paciência:

— Foi um erro esquecer um dia tão especial. Prometo compensá-la amanhã com um presente.

— Eu só quero aquele colar.

Como não pude ver o rosto da mulher no vídeo, decidi dar-lhe outra oportunidade. Talvez ele não estivesse me traindo como pensei.

Em silêncio, Lucas parecia hesitar, e eu olhei para ele sem entender.

— Não é possível que você não peça a Orfeu para fazer esse favor para o amigo e deixe de lado suas aventuras amorosas apenas uma única vez?

Ele ficou em quieto por um momento, vendo minha insistência, apenas respondeu:

— Vou falar com ele amanhã, não é certo tomar algo tão querido de alguém.

Lucas estava falando sobre “ele” ou sobre “ela”? Indaguei em meus pensamentos. Não podia perguntar mais.

— Tudo bem!

— Esperou com fome até agora? — Lucas começou a limpar a mesa, seus dedos longos tiravam os pratos elegantemente.

— Sim! — Assenti com a cabeça. — Afinal, é o nosso aniversário.

Quando me levantei para ajudá-lo, ele me impediu com uma voz suave:

— Fique sentada, deixe que vou preparar uma macarronada para você.

— Ok!

Vendo-o agir assim, minhas dúvidas diminuíram um pouco.

Um homem infiel poderia agir tão natural e carinhosamente? Murmurei a pergunta em minha mente.

Estranhamente, Lucas havia nascido em berço de ouro, era um excelente cozinheiro, rápido e talentoso na cozinha; mas raramente cozinhava.

Em cerca de dez minutos, um prato de macarrão ao molho branco apetitoso foi servido.

— Está delicioso! — Elogiei após saborear. — Está melhor que muitos restaurantes. — Com quem você aprendeu a cozinhar?

Lucas parecia absorto em algum tipo de memória, levou cerca de meio minuto até redarguir com uma voz suave:

— Durante aqueles dois anos no exterior, eu tive que aprender a cozinhar, pois gosto mais de comidas brasileiras.

Eu havia perguntado isso casualmente, sem pensar muito a respeito.

_____________

Após subir para o quarto, eu tomei um banho e coloquei a camisola. Já eram mais de três horas da madrugada quando deitei na cama. Atrás de mim, o corpo quente do homem se aproximou. O queixo apoiou-se na curva do meu pescoço, esfregando levemente.

— Você quer? — A sua voz áspera e sensual sussurrava perto do meu ouvido, causando um arrepio em minha pele.

Antes que eu pudesse responder, ele se inclinou sobre mim, deslizando uma mão por baixo da minha camisola de seda. Lucas sempre foi dominador na cama, não me deixando muita escolha; mas naquela vez, eu tive que recusar.

— Amor, hoje não dá… — A minha voz saiu tão fraca quanto o meu corpo, que se derretia no calor dos braços fortes.

— Hum?

Lucas gentilmente beijava meu pescoço, enquanto a mão explorava mais abaixo.

— Você está tão quente e receptiva, — Com uma voz rouca, ele continuou falando palavras que me fizeram corar. — Tem certeza que não quer?

— Eu… estou com uma dor na barriga hoje.

Ao ouvir isso, ele finalmente parou, depositando um beijo leve em minha orelha e me puxando para perto.

— Esqueci que a sua menstruação está chegando. Descanse um pouco.

Meu coração, que começava a relaxar, agitou-se novamente. Virei-me para encará-lo.

— Minha menstruação veio no começo do mês.

— É mesmo? — Ele perguntou com naturalidade, — Então eu me enganei, a dor está muito forte? Talvez amanhã Dona Marisa possa te acompanhar ao médico para verificar.

— Eu já fui hoje de manhã.

— O que o médico disse?

Baixei o meu olhar, hesitando por um momento. Após me examinar, o médico disse que estou grávida de cinco semanas.

Aquela dor em meu ventre era devido a uma ameaça de aborto, eu precisava tomar medicamentos para fortalecer a gravidez e voltar para um ultrassom do coração do bebê em duas semanas.

Descobrir a gravidez no nosso aniversário de casamento era, sem dúvida, o melhor presente.

Eu havia colocado o resultado do teste de gravidez num pequeno pote de vidro, escondido no meio de um bolo que fiz, pensando em surpreendê-lo durante um jantar à luz de velas. Mas até aquele momento, o bolo ainda estava na geladeira.

— O médico disse que não era nada grave e que, provavelmente, eu comi algo que me faz mal. — Optei por esconder a verdade por enquanto.

Se aquele colar voltasse na manhã seguinte, tudo ficaria bem. Caso contrário, o nosso casamento continuaria dificilmente com uma terceira pessoa entre nós. Contar-lhe sobre a criança perderia seu propósito.

Aquela noite, eu mal conseguia dormir. Nenhuma mulher poderia aceitar tranquilamente a possibilidade de seu marido ter uma aventura fora do casamento.

O que eu temia logo teve um desdobramento.

Na manhã seguinte, enquanto Lucas ainda estava se arrumando, alguém bateu na porta.

Acabei de me vestir e, ao abrir, vi Dona Marisa apontando para baixo.

— Bom dia! A Sra. Rosa está aqui, disse que veio devolver algo.

Rosa Franco era a filha da madrasta de Lucas, meia-irmã por parte de pai, dois anos mais velha. Em certo sentido, também fazia parte da Família Franco.

Dona Marisa era uma governanta que a família Franco havia enviado para cuidar de nós. Usualmente, ela chamava a irmã de Lucas de “Sra. Rosa”.

Fiquei um pouco confusa, pois normalmente, fora as reuniões de família na casa dos pais de Lucas, eu e Rosa quase não tínhamos contato, que dirá emprestar itens umas às outras.

— O que ela quer devolver?

— Está numa caixa de joias muito bonita, deve ser algum tipo de bijuteria, — respondeu Dona Marisa.
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