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- Capítulo 1 -

Sinopse:

Elisa Alencar é filha de um floricultor humilde da pequena cidade de Annecy, no interior da França.

O vício de seu pai em jogos de azar sempre lhe roubara a felicidade e dessa vez não foi diferente...

Foi em mais uma dessas jogatinas que seu destino mais uma vez foi jogado a sorte...

Em sua cabeça seu pai lhe causara mal...

Mas será que ter seu futuro junto a Sebastian, será algo tão ruim assim?

Personagens:

Elisa Alencar.

Sebastian Martin.

Pierre Martin

ELISA

Já haviam se passado três meses desde que minha mãe morreu, Helena Alencar era a alegria da minha vida e a minha heroína, no começo foi difícil aceitar tudo que estava acontecendo e meu pai acabou ficando estranho e mal me olhava direito quando nos encontrávamos em casa, estava trabalhando em um bar pequeno e apesar de ganhar pouco eu gostava. Havia saído da faculdade, pois meu pai e eu não tínhamos como custear as despesas mensais e havia acumulado certas dívidas que nunca me disse do que se tratavam.

A noite meu pai sempre me acompanhava até o barzinho onde eu trabalhava como garçonete, havia ganhado uma amiga no meio de toda essa confusão, Yana era filha do dono e sempre ia lá me ajudar quando o local estava cheio.

Estava terminando de me arrumar quando meu pai chega em casa chorando e se tranca no quarto, vou até à porta do quarto dele e bato, mas ele não abre e apenas me pede para deixá-lo sozinho, aviso que já estou de saída para o trabalho e demoraria a voltar, pois os finais de semana eram movimentados e as gorjetas eram melhores, me despeço dele e ele nada diz.

Caminho até o trabalho e encontro Yana sentada na calçada conversando com Valentin, me aproximo e dou um abraço neles e seguimos até o trabalho juntos.

— Como você está? Seu pai melhorou?

— Sai de casa ele estava trancado, há dias meu pai está estranho e não me conta o motivo! — indaguei triste.

— Ele vai melhorar amiga, tenha ânimo! — Yana me abraçou sorrindo. — Levante esse rostinho, hoje é dia de alegria!

— Por qual motivo? — Valentin perguntou abraçando ela.

— Homens bonitos iram ao bar do meu pai! — ela sorriu animada.

— Não sei que "homens bonitos" são esses! — Valentin sorriu revirando os olhos.

— Ciúmes? — Indaguei sorrindo.

— Jamais!

Ao chegar no bar vou até o vestiário e me troco, Valentin havia começado a trabalhar aqui comigo na intenção de ficar mais perto de Yana, apesar de que ela mal olhava para ele, o local estava movimentado e haviam alguns casais dançando e outros cantando.

Valentin aproveitou que o pai de Yana havia saído e a puxou para dançarem, sorri do jeito deles dois, era nítido o quanto se gostavam, mas Yana era dura na queda, vejo um rapaz alto se aproximando e respiro fundo sabendo que deve ser algum engraçadinho que sempre aparece por aqui.

— Você não dança? — O loiro perguntou sorrindo.

— Estou a trabalho, fique a vontade se quiser! — respondi ríspida.

— É proibido se divertir? — ele sorriu sarcástico.

— Você tá me atrapalhando, com licença!

— Uma dança e eu prometo que vou embora! — Ele fez um muxoxo com os lábios. — Vamos lá Little Girl!

— Só uma! — Sorri envergonhada.

Ele colocou a mão na minha cintura e coloquei minha mão sobre os ombros dele, seu perfume amadeirado invadiu meu nariz e suspirei baixinho, ele se aproximou e tocou meu rosto e sorriu.

— Essa não é a primeira vez que venho aqui, só não tinha coragem de te chamar pra dançar! — Ele sorriu gracioso.

Apenas sorri e baixei a cabeça, ele levantou meu rosto com os dedos e sorriu, senti os lábios dele tocando os meus e não tive reação, apenas me entreguei ao beijo dele que era leve e intenso.

— Preciso ir! — Me afastei dele nervosa.

— Me diz seu nome! — ele segurou minha mão.

— Elisa, e o seu?

— Pierre!

Já passava das cinco da manhã quando fechamos o bar e Valentin e Yana me acompanharam até a minha casa, me despedi deles e antes de entrar em casa passei no armazém de dona Dulce e comprei alguns pães e doces.

Estranho ao parar na porta de casa e ver dois carros que por sinal eram caros e só de olhar sei que pagariam minha casa inteira, vejo dois homens na porta e assim que entro vejo meu pai em pé com uma mala na mão e dois homens ao lado dele, um era alto dos cabelos castanhos e olhos azuis e o outro já era um senhor na casa dos cinquenta anos porém nem parecia que tinha tal idade.

— Papai, quem são eles? — Olhei confusa.

— Foi isso que você me arrumou? — O rapaz me olhou com desdém.

— Como assim? Papai quem são eles?

— Elisa, esse é seu noivo! Sebastian! — Soltei a sacola com os pães no chão assustada.

— Noivo? Que noivo papai? O que você fez?

— Seu pai te vendeu, não entendeu ainda? Foi a única maneira que ele viu de pagar a dívida que tinha comigo! Vamos logo que já estou atrasado!

— Eu não vou a lugar nenhum! Pai, diz que isso é mentira! — Lágrimas rolavam por meu rosto.

— Me perdoa filha! — Ele chorava.

— Vamos! — O moreno segurou forte o meu braço e comecei a bater nos braços dele.

— Papai! — Gritei quando ele me colocou no colo e me levou a força para o carro. — Papai!

Fui colocada dentro do carro de uma maneira brutal e batia freneticamente no vidro pedindo para me soltarem.

SEBASTIAN

Há cerca de um mês meu pai havia me dado a notícia de que iria me casar, não sei o que ele tinha na cabeça por pensar que logo eu estava apto a me casar com alguma mulher, como era apenas um "contrato" já que o pai da moça estava com uma dívida pendente eu não levaria a sério esse casamento e não deixaria de ter a vida que sempre tive, ao lado de mulheres mais velhas e mais interessantes, não deixaria que nada faltasse a ela, mas pra mim ela era apenas uma estranha ou possivelmente uma dívida de jogo.

Saímos de manhã cedo até a casa da minha "futura esposa" e ao chegar na casa bonita porém humilde ficamos esperando, pouco tempo depois ela chegou toda bagunçada e fedendo a bebida alcoólica, sei pai havia dito que ela trabalhava em um bar próximo e por isso o cheiro de bebida forte em sua roupa, ao me ver ela ficou sem entender o que estava acontecendo e assim que ouviu que eu seria seu futuro marido começou a chorar.

A segurei pelo braço sem um pingo de paciência e a coloquei dentro do carro, detestava escândalos e choradeiras sem fundamento, não era culpa minha se o pai a vendeu, assim que chegamos em casa ela desceu do carro sem nada dizer e pedi que Marta a levasse até o quarto onde ela iria dormir.

— O casamento será daqui dois dias!

— Mas já? — Olhei confuso.

— Sim, quero me livrar logo dessa m*****a dívida e só com o casamento para que Denis pare de ir até o cassino!

— Tudo bem, mas você já sabe que esse casamento pra mim não importa, viverei da mesma maneira que antes!

— Não me importo com o que você faz Sebastian, desde que faça bem escondido! Isso mancharia o nome da nossa família!

— Alguma vez já ouviu algo sobre mim?

— Espero não ouvir nada que me desagrade! Preciso sair agora, tente dar um jeito nas roupas da sua esposa! — ele sorriu sarcástico.

— Pedirei que Marta a ajude!

Subi até o quarto onde Elisa estava e bati entrando logo em seguida, Marta estava com ela.

— Marta quero que você saia com Elisa e a leve para comprar roupas melhores! — Falei ríspido.

— Não quero nada que venha de você!

— Não estou perguntando, estou ordenando!

— Calma Sebastian, pode deixar que a levarei, não se preocupe!

— Espero que ela esteja pronta até as dezenove horas, será o jantar de noivado.

— Meu pai virá! — Ela me olhou assustada.

— Não! — Respondi ríspido. — Não sei como se preocupa com o homem que te vendeu!

— Ele é meu pai e só tem a mim!

— É uma pena! Agora está sozinho, espero você em ponto.

Sai sem dizer mais nada e fui até o meu quarto me arrumar, liguei para Samanta e marquei de me encontrar com ela antes desse maldito jantar.

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