Um mês depois… Tanto tempo havia se passado e Elisa continuava sem conseguir lembrar de quase nada, retornamos para nossa casa e pedi que Marta preparasse um quarto para ela, por mais que me doesse vê-la naquele estado, não poderia simplesmente convencê-la a força de que somos casados. No primeiro instante que ela me olhou e não me reconheceu, achei que fosse enlouquecer, gradualmente Yana foi lhe contando sua vida passada e como ela estava feliz, pois iriamos ser pais; sonho que nos foi roubado, devido ao acidente, Elisa não pode mais engravidar, estava no escritório com Samanta quando ouço Marta me chamar. — Aconteceu algo? — Elisa pediu que te chamasse! — Já estou indo, Samanta, podemos terminar depois? — Sim, vou pedir a Pierre que traga os papéis com o laudo da perícia!— Está bem, obrigada! Acompanho ela até a porta e subo para o quarto de Elisa, bato levemente ouvindo ela pedir que entre; ela estava em um vestido florido e os cabelos soltos, me aproximei e apenas sorri v
SEBASTIAN As palavras de Elisa na outra noite me fizeram perceber precisarmos de um começo novo; acordar e vê-la dormindo tão calmamente me trazia uma paz, embora ela não soubesse, eu ainda estava procurando o culpado pelo acidente. Coloco a bandeja de café da manhã na mesa e me sento na cama tocando seus cabelos, ela se vira ainda dormindo e joga seus braços em cima de mim; sorrio e beijo seus cabelos a vendo acordar. — Bom dia, meu amor! — Bom dia! — Ela sorriu graciosa. — Do que você está rindo? — Seu cabelo! — Rebelde como sempre! — Ela sorri me abraçando. Enquanto Elisa entra no banheiro, pego uma caixinha de veludo com o anel que havia comprado, a vejo retornar e se sentar na mesa pegando um pouco de iogurte e morangos. Me sento ao seu lado e peço que ela abra, ela me olha confusa e me ajoelho pedindo que ela se case novamente comigo; seus olhos se enchem de lágrimas e a beijo. — Você aceita? — Aceito! A pego no colo beijando seus lábios, nada no mundo me faria mais f
SEBASTIAN Após ficarmos um tempo com o pai de Elisa, as levei para casa, no caminho liguei para Marta e pedi que ela e meu pai fossem até nossa casa; ao chegarmos avisto de longe o carro deles. Elisa os cumprimenta e sobe para o quarto com as sacolas e a pequena Amelie do lado; meu pai olha sem entender nada e peço que ambos se sentem, explico como achamos a pequena que logo desce usando um vestidinho rosa que Elisa havia comprado. — Ela é muito linda! — Marta acaricia os cabelos da pequena. — Qual seu nome meu anjo?— Amelie! — Ela sorriu animada. — Minha princesa? Porque você não vai brincar com as bonecas lá no meu quarto, os adultos precisam conversar agora! — Elisa sorri graciosa acariciando o rosto dela. A pequena sobe para o quarto dando pulinhos e sorrindo com as bonecas novas; Elisa suspira cansada e apreensiva. — Essa criança tem sinais claros de agressão, vocês a levaram até as autoridades? — Sim, mas não vou deixar que a levem sem ter uma segurança de que ela ficará
Algumas semanas depois… SEBASTIAN Graças ao meu pai tudo estava correndo bem para a adoção da pequena Amelie, decidi mandar Charlotte e Aimée para outra cidade, não confiava em Pierre, pois sabia do que ele era capaz. Decido fazer uma visita a ele e ouvir o que tinha de tão urgente para me contar. Assim que desço do carro o vejo discutir com uma moça, me aproximo e percebo ser Samanta; desço e a cumprimento que me olha apreensiva, subo as escadas e vejo Pierre com um copo de uísque na mão. — O que você queria? — Quero saber porque Elisa falou comigo daquele jeito! — Talvez porque ela tenha motivos de sobra, assim como eu! — Sorrio sarcástico. — Demorou mais do que o normal, mas descobrimos quem mandou matar Elisa! — Achei que havia sido um acidente! — Está mais do que na cara que não foi acidente, e o infeliz vai me pagar caro por isso! — Tome cuidado com suas ameaças Sebastian! Pode acabar se dando muito mal. — Vai tentar me matar também? Ele se aproxima até mim me olhand
Pierre me olhava com ódio e o medo percorria meu corpo, quando o vi puxar Elisa e beijá-la a força meu sangue ferveu ainda mais; Elisa o mordeu e conseguiu se soltar dele, segurei em sua mão a empurrando para fora da casa. Ele se levantou sacando a arma, apontando em minha direção e senti o impacto quente da bala quando ouvi ele atirando; Elisa se ajoelha chorando e segura minha cabeça, ouço os gritos do infeliz ameaçando matá-la. — Elisa sai daqui agora! — Peço segurando a mão dela. — Não vou sem você! — Me cansei dessa cena barata de vocês dois! — Ele puxa Elisa pelo braço. — Eu te dei uma chance e você me traiu Elisa, agora vocês dois vão viver juntos no inferno! ELISA Pierre me amarra na cadeira prendendo meus pulsos de maneira dolorosa, o vejo ir até um balde e sinto o cheiro de gasolina; ele pega o líquido jogando por toda cabana enquanto sorria de maneira fria. Tento me soltar e vejo Sebastian inconsciente no chão, quando Pierre pega o isqueiro e começa a gritar, Gaston
ELISA Me aproximei de Sebastian lhe dando um abraço enquanto as meninas brincavam na piscina; ver como Yana e Valentim estavam felizes era algo que nunca imaginei antes. — Você não me disse que Yana tinha uma filha! — Ela não gostava muito de falar sobre isso, pelo que me lembro foi doloroso e a pequena morava com o pai! — Ela não via a própria filha? — Ele não deixava, íamos raramente escondidas até a escola onde ela estudava e Yana a via de longe! — Fico feliz que ela tenha conseguido a guarda dela, eu te trouxe uma surpresa! — Tenho um pouco de receio dessas suas “surpresas” — Sorri irônica. Ele me entrega um envelope e abro retirando uns papéis que estavam dentro, meus olhos vagueiam pelas letrinhas pequenas até chegar no sobrenome de Amelie; finalmente havíamos conseguido registra-la como nossa filha e com o sobrenome da família. Me levanto o abraçando, logo mais estaríamos finalmente nos casando e dessa vez seria por amor; após trocar Amelie, levei as duas até a sala de
Cinco anos depois… ELISA Muita coisa aconteceu durante esses anos, mas nunca deixei de amá-lo da mesma maneira, Amelie estava se tornando uma mocinha linda; no começo foi um pouco difícil a adaptação na cidade nova, mas aos poucos tudo se encaixou. Todos os meses eu ia visitá-la, levava flores e sentia sua presença sempre ali comigo; já era tarde quando entro no escritório de Sebastian, me aproximo lentamente e o abraço por trás. — Seu marido sabe que está aqui? — Ele sorriu irônico. — Ele não precisa saber! — Ele sorri me dando um beijo casto. — Estava com saudades! — Eu também, já estava de saída! — O tempo passou voando, tenho algo para te falar! — O que você aprontou Elisa? — Calma, logo você vai saber! — Sorrio animada. Saímos do escritório indo para casa, havia preparado uma surpresa pra ele, o que muitos não sabiam era que há um ano atrás comecei o tratamento na tentativa de conseguir gerar um filho, após tantos choros e tentativas frustradas, finalmente consegui. O
Sempre fui muito apaixonado por Helena e por nossa filha Elisa, vivíamos em Annecy uma cidade pequena da França, eu trabalhava dia e noite vendendo flores nas partes mais movimentadas da cidade, até conhecer o cassino do senhor Martin onde no começo tudo era diversão e conseguir garantir algum dinheiro extra para continuar pagando os estudos de Elisa. Há cerca de três meses descobrimos que Helena estava com um câncer e os tratamentos eram caros e comecei a ponderar a ideia de pedir dinheiro emprestado aos seus parentes, mas lembrei vagamente das palavras que sua mãe nos disse no dia em que ela fugiu comigo. "Mais cedo ou mais tarde você vai se arrepender de viver a vida ao lado de um morto de fome como esse, ele não lhe dará a vida que você merece e você morrerá amargurada remoendo tudo isso" Veridiana nunca aprovou meu relacionamento com Helena, mas nem com essas palavras nós ficamos longe um do outro, quando Elisa nasceu foi um dos dias mais felizes de toda minha vida e me sentia