Uma Mulher Mesquinha

Enrico

Do que entendi ao ouvir no corredor, Rachel estava “pedindo” a alguém para ir embora. Seu tom de voz era rude e nada delicado. Reconheci a voz como sendo de Dorothy, minha mãe que havia desaparecido e agora reaparecido desejando uma aproximação indesejada.

Não estava com vontade de falar com minha mãe e não sentia nenhum afeto por ela. Ela era apenas minha genitora e nada além disso. Mas, diante do seu tom suplicante, decidi ouvir o que tinha a dizer.

— Tudo bem, então — concordei com o pedido de Dorothy, mesmo que totalmente contra a minha vontade.

Confesso que fiquei curioso sobre o assunto importante que ela queria tratar comigo, com o pressentimento de que não se tratava apenas de eu ser ou não seu filho. Algo me dizia que seu retorno e insistência em se aproximar de mim não eram motivados por sentimentos.

— Vou subir então — disse Rachel, prestes a sair da sala virando as costas para mim.

Interrompi sua tentativa de seguir em frente ao envolver meus braços em seus ombros e
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