RachelQue dia mais movimentado! Além de toda a confusão envolvendo Thompson e as intrincadas revelações do passado que continuavam a surgir em nossas vidas, agora havia mais esse elemento, também classificado como parte do "passado". No entanto, desta vez, tratava-se do passado de Enrico, não o da minha família.Tinha acabado de atender o telefone da casa, onde um dos porteiros informou que Dorothy, a mãe de Enrico e ex-esposa de Joseph, desejava falar com o filho. Num impulso insano, ao invés de checar com ele se estava disposto a recebê-la, simplesmente pedi que permitissem sua entrada, afirmando que eu a receberia na sala de estar.Ao encerrar a chamada, olhei para a porta fechada do banheiro, sentindo-me insegura sobre o que fazer a seguir. Sendo muito honesta, eu nem mesmo sabia ao certo se havia tomado a atitude correta, afinal, Enrico e eu realmente não conversamos mais sobre aquele assunto delicado.Na verdade, nosso tempo juntos tinha sido tão breve até agora, especialmente
EnricoDo que entendi ao ouvir no corredor, Rachel estava “pedindo” a alguém para ir embora. Seu tom de voz era rude e nada delicado. Reconheci a voz como sendo de Dorothy, minha mãe que havia desaparecido e agora reaparecido desejando uma aproximação indesejada.Não estava com vontade de falar com minha mãe e não sentia nenhum afeto por ela. Ela era apenas minha genitora e nada além disso. Mas, diante do seu tom suplicante, decidi ouvir o que tinha a dizer.— Tudo bem, então — concordei com o pedido de Dorothy, mesmo que totalmente contra a minha vontade.Confesso que fiquei curioso sobre o assunto importante que ela queria tratar comigo, com o pressentimento de que não se tratava apenas de eu ser ou não seu filho. Algo me dizia que seu retorno e insistência em se aproximar de mim não eram motivados por sentimentos.— Vou subir então — disse Rachel, prestes a sair da sala virando as costas para mim.Interrompi sua tentativa de seguir em frente ao envolver meus braços em seus ombros e
RachelEu consideraria a revelação feita por Joseph como previsível, mas aparentemente eu era a única que pensava assim, já que todos estavam claramente chocados com o fato dele ter feito um exame de DNA. Mas afinal, qual o problema com isso? Sinceramente, eu não entendi, pelo menos não naquele momento.— Agora que já esclareci as suas dúvidas sobre a paternidade do seu filho — Joseph disse com cinismo, dirigindo-se a Dorothy — Quero que vá embora da minha casa e não volte mais. Vou proibir sua entrada e espero que você não tenha que ouvir dos seguranças que você não é bem-vinda aqui.— Esta casa é tão sua quanto do Enrico — Dorothy insistiu — Tenho certeza de que ele não vai aceitar que me mande embora dessa forma.Não precisei pensar muito para entender o motivo pelo qual Dorothy chegou a essa conclusão, já que apenas alguns minutos atrás Enrico tinha concordado em reatar os laços com aquela mulher horrível. Decidi então sair daquela sala, pois não concordava nem um pouco com essa a
EnricoEu ainda experimentava tremores, e meu coração parecia prestes a saltar para fora do peito devido à tensão gerada pela expectativa das palavras do médico sobre o bebê de Rachel. Corrigi-me mentalmente para chamá-lo de "nosso bebê". Foi minha relutância em aceitar plenamente a situação de Rachel que nos conduziu àquela sala de hospital, com a angustiante possibilidade de algo terrível ter ocorrido.— Estou com medo — confessou Rachel em voz baixa. Ela estava deitada em uma maca, enquanto o médico aplicava gel em sua barriga para realizar um ultrassom que revelaria a situação precisa de nosso bebê. Aquilo era o suficiente para me encher de pavor e culpa, especialmente pela minha insistência anterior.— Temos que ter fé, meu amor — disse eu, tentando transmitir uma força que eu mesmo não sentia. — Nada de ruim aconteceu.Logo o médico começou a explicar: — Como mencionei anteriormente, pequenos sangramentos podem ocorrer durante a gravidez, especialmente em situações de conflito
SarahOlhei ao redor, o nervosismo me deixando tensa, chegando até a tremer. A ficha ainda não havia caído completamente; eu estava prestes a entrar na igreja para finalmente me casar com Kael, o homem que amo e que também me ama, como deixou claro de todas as formas possíveis. A emoção era avassaladora, e eu não tinha certeza se conseguiria suportar tanta felicidade.— A cerimonialista deu o sinal para entrarmos — anunciou Ryan apressadamente. Sua ansiedade estava evidente, quase como se ele fosse o noivo, o que me fez sorrir diante de sua necessidade divertida em nos apressar. Rachel verbalizou meus pensamentos.— Claro que estou nervoso! — concordou Ryan com um sorriso. — Não é todo dia que casamos duas irmãs. E duas irmãs gêmeas, então, nem se fala!— O rapaz tem razão — concordou Joseph. — Eu mesmo me sinto bastante apavorado com a responsabilidade de levar minha nora até o altar.Todos sorrimos com a forma descontraída com que os homens estavam encarando a situação. No entanto,
Um ano depoisEnricoPisei ainda mais firme o pé no acelerador e ultrapassei o meu maior rival alguns segundos antes da bandeirada decisiva, conquistando assim o primeiro lugar no pódio e garantindo o meu quarto título na Fórmula Um. Mesmo à distância, eu sabia que a minha família estava toda vibrando por mim e o sorriso em meu rosto só não foi maior por falta de espaço. Vencer era bem melhor agora que eu me sentia ansioso por dividir a conquista com as pessoas que tanto amo.Apenas alguns minutos depois eu estava andando apressadamente em direção a área do paddock, recebendo o abraço mais importante de todos e que conseguiu encher o meu peito de uma felicidade indescritível. Era o abraço da minha esposa, mãe dos meus filhos.— Parabéns, meu amor! — Rachel disse em meu ouvido, firmemente abraçada a mim — Estou muito feliz por você.Antes de dizer qualquer coisa, eu a beijei ali mesmo, diante de todos. Era impossível resistir aos encantos daquela mulher, especialmente agora que somos
SarahFiquei atônita diante da cena que se desenrolava na imponente sala de reuniões da empresa Mitchell & Associados. Era inacreditável, quase surreal, encarar a dura realidade de nossa iminente falência. Como isso tinha sido possível? Um turbilhão de angústia e desespero se formava em meu interior, mas eu lutava para manter uma expressão impassível, uma habilidade que havia cultivado desde a infância. No entanto, minha irmã gêmea não compartilhava do mesmo autocontrole.Ela repetiu a pergunta com veemência ao advogado que havia sido o representante de nosso pai por décadas. Sua voz ecoou pela sala, ecoando a incredulidade que nos dominava, enquanto sua expressão se contorcia em uma mistura de raiva e desespero. A resposta que recebemos, no entanto, foi tão monótona quanto desoladora, ecoando como um martelo implacável em nossos corações já fraturados.— Como mencionei há apenas alguns minutos, durante a leitura do testamento, seu pai deixou para trás dívidas avaliadas em milhões de
Sarah Depois de alguns dias, caímos na real, porque o prazo para sair de casa estava chegando e a gente não fazia ideia do que fazer. Eu não conseguia acreditar como meu próprio pai foi tão egoísta ao gastar toda nossa herança com seus vícios. Descobrimos que nosso pai, Patrick Mitchell, era viciado em jogos e estava perdendo muito dinheiro há anos. Ele pegava empréstimos e renovava, até chegar ao ponto de ter que vender a empresa para pagar as dívidas com pessoas perigosas que o ameaçavam. — Não consigo aceitar isso de jeito nenhum. É absurdo termos que sair da nossa casa por causa da burrice do nosso pai. – Rachel falou alto durante um dos últimos cafés da manhã na nossa antiga casa. — Você não pode falar assim do nosso pai, Rachel. Ele está morto. — Eu posso e estou falando. Como ele conseguiu perder milhões em dívidas de jogo? — Também houve alguns negócios que deram errado... — Isso só piora tudo! Um homem experiente não deveria cair na lábia de aproveitadores. E olha só on