Impulsiva

Enrico

Fixei o olhar na mulher que agora ocupava a cama, sua expressão ainda denotando evidente descontentamento. Seu corpo repousava contra a cabeceira almofadada, os braços firmemente cruzados diante do peito. A boca carnuda permanecia cerrada, enfatizando sua contrariedade. Ao menos, ela havia interrompido seu perambular frenético pelo quarto, assemelhando-se a uma fera enjaulada pronta para atacar.

— Deveria desfazer essa expressão fechada — arrisquei, tomando coragem ao me aproximar da cama. — Não é justo ficar com raiva do seu futuro marido assim, Rachel.

Minhas palavras pareciam ter aguçado ainda mais sua ira. Ela soltou os braços ao lado do corpo, encarando-me com um olhar furioso.

— Como assim não posso ficar com raiva de você, Enrico!? — perguntou retoricamente, respondendo a si mesma em seguida. — Claro que posso. Aliás, estou muito irritada com você neste exato momento.

Como o homem destemido que sempre me considerei, aproximei-me da cama espaçosa e me sentei. Optar por p
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