Tristes revelações

KaelLevando-se em conta que Antônio Graham era meu pai, deduzi que minha mãe optou pelo caminho mais fácil e fez o que meu avô queria, e ela confirmou isso ao contar que casou com ele, mas nunca esqueceu completamente o Patrick.Quando eu tinha apenas cinco anos, meu pai percebeu que minha mãe não o amava e eles se separaram. Ele foi viver com uma amante na Austrália, onde tinha diversos empreendimentos hoteleiros em Sidney. No entanto, eles nunca se divorciaram oficialmente. Alguns anos depois, meu pai faleceu de AVC, com apenas quarenta e seis anos, e toda a sua fortuna foi dividida entre a mulher com quem viveu por alguns anos, além de mim e minha mãe.Meu pai era vinte anos mais velho que minha mãe, e quando isso aconteceu, eu tinha apenas nove anos, enquanto ela estava com trinta e um, ainda muito jovem. Ela soube investir muito bem o dinheiro que herdamos, conseguindo dobrar seu valor.Agora, eu aguardava o restante da história, mantendo-me em silêncio. Olhei de relance para mi

Filho Perdido

RyanMary mais uma vez demonstrou grande tristeza, mas buscou forças para continuar e relatar o que aconteceu realmente.— Ela me procurou para uma conversa muito séria e exigiu que eu deixasse o Patrick, pois a sua mãe estava doente e eu estava causando grande sofrimento a sua família.Que piada! A minha mãe sofreu muito mais nessa história, pois perdeu a oportunidade de criar seus filhos.— Eu disse que não me afastaria novamente do Patrick, pois já havia feito isso duas vezes — Mary contou. — Então ela disse que se eu me afastasse do seu pai, ela me contaria um grande segredo, algo sobre os meus filhos gêmeos.Apesar de ter ficado bastante claro para mim naquele momento, Mary ainda continuou a história. Ela contou que fez o que Rachel pediu, mas minha irmã só fornecia informações fragmentadas. Quando a mãe dela faleceu, Rachel simplesmente não revelou mais nada sobre o que sabia.As informações deixaram um ar de mistério no ar, e eu sabia que precisava entender melhor a situação an

Um Bom Amigo

Sarah Lembro-me que foi Hillary que apresentou Lorenzo para Rachel e sei que eles são amigos próximos, pois trabalham juntos já há alguns anos na Fiorenza, mas eu tenho sentido uma leve desconfiança de que as coisas entre eles parecem diferentes desde a noite em que Lorenzo esteve em nosso apartamento para falar sobre os seus sentimentos por mim e eles acabaram saindo juntos para jantar. Olhei ao redor do quarto de hotel e senti não apenas a solidão, mas também uma profunda sensação de isolamento. A certeza de que eu estava sozinha, sem ninguém ao meu lado, sem amigos, família ou um parceiro de apoio, me abateu. Embora Hillary tenha sido maravilhosa ao me acolher, eu não podia controlar a maneira como me sentia em relação às coisas. A angústia era avassaladora, e quando percebi, já estava encolhida na cama, sentindo calafrios percorrerem meu corpo. Sem perceber, acabei adormecendo, sem me dar conta do horário em que deveria encontrar alguns colegas de trabalho para irmos juntos ao

Importante Aliada

EnricoOlhei para a garota ao meu lado, nitidamente deprimida, e senti um peso na consciência por ter algo a dizer que só aumentaria sua tristeza. No entanto, chegara o momento de revelar a verdade, ela merecia saber. Caminhávamos em direção ao nosso box, onde nossa equipe estava instalada, enquanto eu refletia sobre o que poderia ter acontecido entre ela e o cara que nos seguiu há alguns dias.Sarah era claramente apaixonada por ele, embora não tivesse me confidenciado isso. Parecia que aquela noite havia acontecido há muito tempo. Tanta coisa aconteceu desde então!Na noite em que saí da casa noturna com Rachel, acabamos apenas dormindo juntos. Rachel estava bastante embriagada, e isso se devia aos drinques que ela tomou na boate. Durante essa noite, ela deixou escapar algumas informações, revelando que Lorenzo a abandonou para ficar com Sarah, alegando estar apaixonado por sua irmã.No entanto, eu desconfiava de que Sarah havia saído da boate com o empresário americano e deduzi qu

Choque de Realidade

SarahPela manhã, sentia-me triste e solitária, mas à noite, um dilema de conflito de agenda surgiu: eu havia marcado de jantar tanto com a Hillary como com o Enrico.Indecisa sobre com quem deveria jantar, antes que eu pudesse tomar uma decisão, a Hillary chegou ao hotel. Acabamos conversando bastante, e pude desabafar sobre tudo o que estava acontecendo em minha vida, incluindo o dilema de procurar ou não o Kael, que ainda não havia dado sinal de vida.Como o Enrico também estava hospedado no mesmo hotel, decidi adiar a conversa importante que precisávamos ter. Depois que a Hillary retornou ao hotel em que estava hospedada, o Enrico veio me visitar em meu quarto.— Pelo menos tire os sapatos! — reclamei com ele, incomodada com o fato de ter entrado no meu quarto e jogado-se na cama sem se importar em sujar tudo com os pés calçados.— Ah, você é muito chata. — ele soltou sem cerimônia.— Só porque reclamei dos seus sapatos na cama, já sou considerada chata? É isso mesmo, Enrico? — qu

Amor Doloroso

KaelApós as revelações de minha mãe, eu e Ryan tivemos uma conversa e concluímos que as únicas pessoas que poderiam nos ajudar a entender melhor aquela história eram as filhas de Patrick.Por mais que eu não gostasse de Rachel, queria ainda mais distância de Sarah, pois a decepção que senti em relação a ela foi profunda. Descobrir que ela tinha conhecimento de algo tão terrível sobre sua mãe e nunca compartilhou com ninguém, fingindo ser uma pessoa boa e adorável, quando, na verdade, era tão malévola quanto sua irmã, foi um golpe duro.Ryan também parecia pensar da mesma forma que eu, pois em nenhum momento cogitamos procurar Sarah.

Garota Má

RachelFinalmente, após repetir as mesmas coisas por horas, consegui sair do escritório do Kael, o que me deixou aliviada. A longa viagem de avião me deixou exausta, mas Kael não me permitiu sequer descansar por algumas horas, algo que eu esperava fazer assim que chegasse a algum luxuoso hotel em Seattle.Ao notar que Ryan estava entrando na garagem do prédio onde eu havia comprado o apartamento, perguntei:— O que estamos fazendo aqui?— Não é aqui que você tem um apartamento? — ele disse com pouco caso, parando o carro em uma das vagas.Estranhei que ele tenha conseguido entrar no prédio com tamanha facilidade, mas precisei descer do carro também

Blefe Perigoso

RachelEu não iria, de forma alguma, à garagem do prédio buscar uma mala, e tinha certeza de que Ryan também não o faria, pois ele parecia empenhado em me contrariar. Estava determinada a encontrar uma maneira de irritá-lo o suficiente para que ele acabasse trazendo as malas.No final das contas, aquela situação apenas reforçava o quanto Ryan e eu nos irritamos mutuamente. O clima tenso entre nós não prometia nada de bom para o restante da noite.Quando a refeição chegou, nós nos reunimos na sala de jantar e comemos em silêncio por longos minutos, e já de volta à sala, eu tentei o convencer novamente a ir buscar a minha mala.— As