Jessye Squared
Acordei com o chamado de Jack ao chegarmos em seu apartamento, a noite estava tão bela que dormi ao sentir o vento bater contra meu rosto e diferente do que pensei o apartamento de Jack é lindo.
A decoração é clara, com móveis planejados e bem organizados, um lugar aconchegante que ao meu ver era pequeno, mas para duas pessoas seria o suficiente. A cozinha moderna com moveis planejados, fica bem à frente da sala em um conceito aberto e uma grande ilha de centro separa os dois locais, ao lado as portas de vidro dava a vista de uma bela sacada com vista para cidade e na parte superior provavelmente seriam os quartos.
O apartamento, na verdade, é um Loft pequeno e bem aconchegante e eu gosto disso.
-Fique à vontade. –O Voyaller limita-se em dizer passando por mim enquanto desabotoa o terno.
Meu coração se acelera e sinto-me uma presa fácil. Seria o prato da noite para o homem que vem ignorando minha presença e sinceramente não sei como reagir a isso.
Não que eu fosse tão santa, já havia beijado alguns garotos e rolado mãos bobas, mas nunca cheguei aos finalmente com nenhum deles, afinal minha vida era minuciosamente controla por meus pais e as poucas escapadas que tive renderam-me claustrofobia.
Edgar não é tão gentil quando o assunto é desobediência.
-Suas roupas foram organizadas juntos às minhas no closet, temos apenas um quarto e um banheiro. –Desabotoa a camisa com calma.
Meus olhos correm rapidamente por seu corpo e constrangida abaixo o olhar. Meu coração bombardeia meu peito e permaneço estática sem saber o que fazer ou falar.
-Você está bem? –Ele se aproxima e dou um passo para trás assustada.
Jack recua erguendo as sobrancelhas com um olhar confuso.
-Bem... eu nunca... –Sinto minhas bochechas queimarem com a vergonha. –Eu nunca fiz nada assim antes, estou nervosa. –Confesso mais do que envergonhada e o vejo arregalar os olhos em espanto.
-Por de Deus, eu não vou tocar em você. –Eleva o tom. –E eu sei sobre esse fato, a sua virgindade foi algo exigido pelo idiota do meu pai. –Jack passa as mãos nos cabelos e sinto vontade de me jogar pela janela.
Minhas bochechas estavam tão quentes que acredito que a qualquer momento poderia hiperventilar e entrar em curto circuito ou simplesmente ter uma síncope bem no meio da sala tamanho constrangimento.
-Desculpe a indelicadeza. –Ele apoia a mão na testa. –Estou tão confuso quanto você Jessye. Não sei como agir, o que falar ou o que esperar, mas pode ficar tranquila, não tocarei em você dessa maneira sem o seu consentimento e acho que não tocarei nem com ele. –Murmura as últimas palavras pensativo.
Maneio a cabeça em concordância literalmente agradecida e extremamente envergonhada. Naquele momento a única coisa que eu queria era simplesmente sumir.
-Achei que seria necessário consumar o casamento, essas foram as ordens da minha mãe. –Confesso constrangida.
-Não sei como as coisas funcionam na Alemanha, mas aqui é diferente. Você está casada comigo, faz parte da minha família e seguirá as nossas e as minhas regras.
Um grande alívio percorre meu peito e sinto-me mais relaxada diante daquela confissão. Achei que eles seriam piores que meus pais, mas pelo visto estou completamente enganada e bem lá no fundinho gostei um pouquinho dele.
- Fique tranquila, sei que temos apenas um quarto e uma cama, dormirei no sofá, mas terei que usar o mesmo banheiro que você. –Ele confessa. –Talvez acabe comprando um apartamento maior se isso for um problema.
-Obrigada, mas eu gosto desse apartamento é aconchegante. –Agradeço.
-Então é isso, eu acho. –Ele franze o cenho analisando meu corpo. –Esperarei você tomar banho e se trocar para subir e fazer o mesmo, pode ficar tranquila, irei subir somente quando você descer. –Um pequeno sorriso surge em seus lábios.
-Você é gentil. –Confesso e vejo a surpresa em seus olhos.
Ele está visivelmente desconcertado com minhas palavras e no automático leva a mão para coçar a nunca permitindo que eu veja parte da tatuagem estampada em seu peito.
Não consigo visualizar direito, mas sabia que tinha a ver com máfia, eu também levava o brasão da família Squared nas costas, um falcão estampado entre as escápulas, leis a serem seguidas quando se completa dezoito anos.
-Não confunda gentileza com dever. –Balbucia incomodado.
Sem saber o que dizer apenas maneio a cabeça em concordância extremamente envergonha, antes que a situação fique ainda mais constrangedora corro para o andar de cima a procura do banheiro, erro a porta entrando no closet e volto minha atenção para o único local que sobrou.
Respiro profundamente ao trancar a porta e conferir se ela realmente estava trancada e sigo para o centro do banheiro na tentativa de retirar meu vestido.
Sabia que ele havia prometido não entrar e sei bem que não voltaria atrás de suas palavras, mas prefiro garantir deixando a porta bem trancada.
Observo-me no espelho e vejo minhas bochechas coradas devido as minhas palavras impensadas, mas de certo modo assusto com a maquiagem já derretida pedindo socorro.
O batom já não existia mais, os cílios postiços e volumosos do olho esquerdo estava meio torto e o delineado levemente borrado por coçar meus olhos mais do que deveria.
Meus Deus, isso é realmente vergonhoso, ele me viu assim e nem para fazer um leve gesto indicando a situação caótica.
Desfoco minha mente daquela situação e parto para a grande luta que seria desamarrar meus cabelos e retirar os três milhões de grampos escondidos entre os fios para segurar o penteado e a coroa. Depois de minutos finalmente consigo desprender meu cabelo e soltar os fios que caem em castas cacheadas e loiras, somente a parte de cima fica parecendo um ninho de pássaros devido à alta quantidade de laquê usado pelo cabeleireiro.
Suspiro pesadamente observando meu vestido e agradeço a Deus por finalmente poder tirar aquele pano insuportavelmente incomodo do meu corpo.
Tento alcançar o zíper atrás das minhas costas e sofro mais do que gostaria na tentativa falha de retirá-lo, tento todos os malabarismos possíveis, mas paro um momento para ofegar e recuperar o fôlego chegando à conclusão que morreria presa ali dentro.
Recusando a absurda ideia de cogitar a possibilidade de pedir ajuda ao Voyaller do andar de baixo, tenho a certeza que arrancaria aquela coisa do meu corpo nem se fosse na tesoura e depois de quase quebrar o braço finalmente desço o infeliz do zíper completamente cansada.
Vejo alguns pequenos arranhões e marcas vermelhas em minha cintura, bustos e costas pelo espelho bem a minha frente e sei que foram efeitos dos brilhantes e da renda, mas ignoro finalmente entrando embaixo da água morna que relaxa meu corpo instantaneamente.
***
Após um longo e demorado banho agradeço pela brilhante ideia da minha mãe de colocar um creme de pentear em minha mala. Jack tinha apenas shampoo e aquilo dificultou um pouco a minha situação, mas com o creme de pentear consegui domar a fera sobre a minha cabeça.
Termino de me trocar e desço as escadas vendo o Voyaller esparramado sobre o sofá com uma mão atrás da cabeça e a outra sobre o peito nu.
Mordo os lábios observando seu corpo mais do que deveria e noto sua respiração calma, o abdômen bem trabalhado e cheio de gominhos me surpreende, mas a camisa meio jogada sobre seu corpo tampa exatamente a tatuagem que eu queria ver.
Sempre ouvi muitas histórias sobre os quatro animais e a curiosidade de ver aquela tatuagem era maior do que eu. Aproximo-me um pouco mais e observo seu rosto sereno enquanto ele ressona calmamente com uma expressão de cansaço. Acredito que da mesma forma que não tenho dormido direito esses últimos dias ele vem passando pela mesma coisa.
Mordo os lábios mais fortemente ao voltar a analisar seu corpo e meus olhos se demora sobre a mão jogada em cima do abdômen, observo atentamente sua aliança e volto minha atenção para meus dedos soltando um pesado suspiro que faz ele se remexer.
Tampo a boca com as mãos e prendo a respiração fazendo um silêncio mortal com medo de que ele me pegue analisando minuciosamente seu corpo.
Jack é lindo, não tem como negar e entendo perfeitamente porque ele e seus irmãos são símbolo de beleza, sejamos sinceros, os homens sabem arrasar e p**a merda o pai deles caprichou.
Aquele rosto esculpido e másculo coberto por uma leve barba marcante e bem aparada tiraria o fôlego de qualquer mulher, sem contar o tom intenso de azul daqueles olhos incríveis. Confesso que o homem não era de se jogar fora, mas eu nem devia estar aqui o analisando com tanto vigor.
Que merda acho que estou fazendo?
Para quem odiava o bonitão com unhas e dentes estar aqui toda embasbacada pela beleza dele não ajuda em nada meu estado crítico e lastimável, apesar de que agora ele é meu marido, suposto na verdade, não, de fato ele é meu marido, assinamos papéis e tudo mais, não há como negar, bem isso não vem ao caso, o fato é que posso admirar sua beleza o quanto eu quiser já que isso não fará diferença nenhuma e ele não precisa saber.
Jack se remexe mais uma vez e sei muito bem que o sono de pessoas como ele, que foi treinado para liderar e ser um dos melhores no que faz é leve. Até mesmo eu que não tenho a funções tão complexas fui treinada, imagino ele que nasceu homem e mesmo sendo o mais novo ainda leva grandes responsabilidades sobre os ombros.
Conheço bem o seu mundo, também vivo nele e as sobras às vezes não são a melhor opção. Controlar tamanho poder não é fácil e sei que meu casamento com ele lhe trouxe muitos outros problemas que lhe renderão noites sem dormir.
Tiro pelo meu pai, que apesar de não ser um homem gentil e tão presente, sempre fez o máximo que pode para demonstrar seu amor por mim e minhas irmãs, mas isso não foi o suficiente para salvá-las do caos que as tomaram, talvez por isso o pulso ainda mais firme comigo e tentativa de não deixar que eu me perca em meio ao poder e ódio que nos cercam.
Respiro profundamente cogitando a possibilidade de acordar o Voyaller a minha frente, penso nos prós e contras, mas ele dormia tão serenamente que opto por não lhe acordar, afinal, mal nos conhecemos e ainda sinto raiva dele.
Com esses pensamentos sigo para o quarto esparramando-me na grande cama de casal que leva um leve cheiro do seu perfume cítrico e levemente amadeirado.
Era uma fragrância maravilhosa que combinado com sua pele, deveria ter um cheiro mais marcante e especial, mas o leve cheiro sobre os lençóis indica que ele não vivia muito naquele apartamento o que me deixa com certa curiosidade para saber mais sobre sua vida pessoal, não que ela de fato me interessasse, mas bem lá fundinho eu queria de alguma forma me dar bem com ele, o que acho meio improvável e impossível de se acontecer.
Jack VoyallerAcordo com um solavanco no meio da noite completamente perdido, automaticamente apalpo minha cintura em busca da minha Glock 9mm, mas não a encontro acoplada no cós da minha calça. Em alerta sento-me analisando todo o local e ao ver que estava tudo bem passo as mãos pelos cabelos soltando um pesado suspiro.As luzes estavam acesas e demorou mais do que o necessário para me situar e compreender o que estava acontecendo.Observo minhas roupas e respiro profundamente ao lembrar da noite anterior. Volto minha atenção para o relógio sobre a cômoda e vejo que são mais de cinco da manhã.Estava cansado, a dias não vinha dormindo com a preocupação desse casamento, sem contar que a garota demorou mais do que eu previa no banheiro.Cogitei até a possibilidade de ir ver se ela estava bem, mas havia dado minha palavra que
Jessye SquaredAcordo com o sol batendo em minha cara e demoro a me localizar, quando finalmente lembro onde estou quase tenho um ataque cardíaco por ver que havia dormido mais do que o necessário.Levanto correndo e fuço na única bolsa que não havia sido mexida por sabe Deus quem, buscando minha escova de dente, pentes e acessórios para os meus cabelos. Minhas demais roupas estavam no closet e confesso que fiquei surpresa ao ver que nenhuma delas de fato eram minhas, afinal estavam todas novas.Se isso foi obra da minha mãe, tenho certeza que sim, ela resolveu repaginar meu guarda roupa com uma coleção mais adulta, não que eu estivesse reclamando já que amo moda e amo me vestir bem, mas tinha algumas peças íntimas realmente interessantes e assustadoras, sem contar meus pijamas que um pouco mais sensuais me obrigariam a dormir de calça j
JessyeFaz exatamente duas semanas que não vejo o Voyaller e isso está começando a me irritar. Sei que ele vem para o apartamento, pois encontro as roupas dele no cesto ao lado do armário do banheiro, ou seja, em algum momento da madrugada ele aparece e da mesma maneira desaparece.E o pior de tudo é que não ouço seus movimentos, ele é silencioso, sei que foi treinado para isso, mas podia pelo menos tentar criar uma mísera amizade entre a gente.Cansei de ficar trancada dentro desse apartamento mofando e vendo séries, acredito que nunca consegui maratonar como venho fazendo, são horas e horas frente a uma televisão, descobri também que a empregada vem todas as quartas e sexta, uma senhora gentil que fez meu dia mais alegre.Ela limpa a casa e recolhe a roupa suja da qual leva para lavanderia e traz novamente na sexta-feira. Aproveitei Dona Mar&iacut
- Quer que eu fique? - Pergunto surpreso e ela maneia a cabeça afirmando.-Por favor. -Vejo seus olhos me encararem em súplica. - Não vou conseguir dormir se estiver sozinha, confio em você.Depois de ouvir aquelas palavras jamais negaria deitar ao seu lado.- Só vou tirar o terno e os sapatos. -Afirmo começando a tirar o terno e o colete, desabotoando alguns botões da camisa social e jogo meus sapatos ao lado da cama junto com minhas meias.Jessye observa todos os meus movimentos atentamente e de certa forma sinto-me constrangido e incomodado, mas jamais conseguiria deixá-la depois de ver tamanho desespero.Sabendo que ela estava nua opto por deitar na parte de cima do edredom deixando que ela fique embaixo. Ela continua deitada de barriga para cima encarando o teto mais do que deveria.Me deito de lado para observá-la melhor e acabo rindo ao ver suas bochechas vermelhas.
Acordo perdido ao ouvir meu celular tocar em um canto do quarto, passo as mãos nos olhos e minha vista demora a focar no teto do quarto.Depois de longos minutos olhando para o nada percebo que Jessye dorme agarrada ao meu corpo como se eu fosse um travesseiro.Seu braço está estendido sobre o meu peito e sua perna jogada sobre as minhas sem contar o fato de que ela está nua.Completamente nua agarrada a mim.Esfrego os olhos com uma mão e apoio à outra em sua cintura tentando me desvencilhar de seus braços, mas ela geme baixinho esfregando o rosto em meu peito.Foco Jack, foco.Repito aquelas palavras para mim mesmo e queria saber como ela podia ser tão descarada e maluca a ponto de dormir nua agarrada a mim dessa maneira se mal nos conhecemos.Ou é muita confiança e inocência ou isso faz parte do seu jogo junto com seus pais para me enlouquecer, afinal isso
Chegamos à Alemanha há pouco menos de duas horas e faz exatamente quarenta muitos que aguardo Jessye terminar de se arrumar para descermos a festa que seu pai organizou exclusivamente para nós.Não que isso me agrade muito, na verdade, não agrada nem um pouco, mas não sou acostumado a me atrasar para qualquer tipo de evento que envolva a máfia, porém Jessye parece não se importar muito quanto a isso.Cogitei a possibilidade de descer sem ela e cheguei a conclusão que seria deselegante da minha parte deixar minha mais nova e irritante esposa para trás.-Está pronta garota? - Pergunto pela terceira vez.- Não. -Recebo a mesma resposta e desisto de permanecer em pé deitando-me na cama de casal à minha frente.- Já perdemos o voo e tivemos que vir com Dante, agora faz mais de quarenta minutos que você está nesse banhe
-Talvez eu queira ficar. -Sussurra voltando sua atenção para mim.Cadê a inocência agora Deus?-Porra Jessye, não me faça odiar ainda mais seu pai. -Fecho os olhos soltando o ar com força.Ela suspira fechando os olhos e recompõea postura passando suavemente as mãos sobre o vestido.-Temos que ir. -Sussurra extremante envergonhada.-Vista uma calcinha por favor. -Peço sabendo que essa seria uma longa noite, mas ela nega com a cabeça.-Ficaria marcada no pano do vestido. -Sussurra tão baixo e constrangida que quase não a escuto.Eu não acredito que estou tendo que passar por isso nessa pequena altura da minha vida.Fecho os punhos com força e concordo totalmente a contragosto.-Quando essa festa acabar eu juro que farei você gozar muito garota. -Afirmo com convicção e sua
JessyeSei que pode ser cedo para me sentir parte dessa família, mas eles são tão leves e engraçados que automaticamente me sinto àvontade entre eles, sem contar que todos são muito lindos e quando digo lindos, não estou economizando no nível de beleza.-Se comportem meninos, Jessye vai sair correndo dessa maneira. - Eva ri encolhendo os ombros. - Não ligue, eles discutem, mas se amam.-Fale somente por você Eva, não me inclua. -Royal torce o nariz.-Royal, pare de ser turrão, todos nós sabemos que no fundo esse coração de pedra ainda bate. -Jack cutuca o irmão com o cotovelo que lhe lança um olhar atravessado me fazendo rir baixinho.Eles são engraçados não tem como negar.-Falem mais baixo, estão atraindo olhares demais. -Dante resmunga e os três torcem o nariz.<