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O vento deslizava sobre a pele feito uma agulha esfolando o tecido e sem vontade nem uma de costurar ou ver sangue. Só queria ferir, provocar dor, sem o esforço de atravessar a pele e pra isso carregava o frio á onde fosse. Porém a verdadeira tortura era o alarido mudo, os grunhidos do silêncio, que se desdobravam na loucura de ouvir a mais familiar das vozes fossem elas rudes, gritos ou broncas por ter feito ou esquecido de algo. Orion conseguia ver atreves dos ouvidos e se imaginava lá.

“O homem estava de pé, com as pernas levemente separadas, o elmo descansando entre os dedos enquanto fitava o menino. Já Orion das poucas vezes que ousava desviar os olhos do que estava fazendo o fitava com a expressão rígida, a barba rala crescendo, como ervas daninhas no gramado, em desordem. Porém todas as vezes que olhava-o o resultado era o mesmo, o corpo desabava cansado, exausto, do que estava fazendo.

– Você só vai descansar depois de levar todas as toras p

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