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Ela não reconheceria o desespero mesmo se ele estivesse bordado diante dos seus olhos, uma peça linda, escrita com suas letras negras, com as lágrimas que caiam da palavra que se desdobrava do profundo medo. Ela não reconheceria o desespero, por isso não sabia o que estava vendo, o que ainda iria sofrer e no que se apoiava.

Foi aos poucos que a coisa ou melhor a... se revelou, no começo parecia mais alguém, uma silhueta estática a esperando, um dos monstros retirado dos seus pesadelos que a névoa trazia á vida e dava forma para assombrá-la em carne e osso e não só quando estava dormindo. Os passos estavam carregados de hesitação enquanto o ar, massivo e gelado, a fazia ofegar. Havia a sensação de estar sendo observada e o lugar, a névoa e o gelo sólido sobe seus pés a obrigavam a se questionar. “Para aonde estou indo? Em qual enrascada isso vai me levar?” Essas eram perguntas que só o tempo traria repostas, mas no momento permaneceriam como charadas esquecidas.

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