Alex veio para cá no mesmo dia. Quando o apocalipse começou, ele estava cuidando sozinho do mercadinho da esquina, onde trabalhava desde que saiu do colégio, há 5 anos. Sua cada era apenas algumas ruas dali, então quando ele conseguiu contato com a mar e o mais velho, combinaram que os dois iriam até onde Alex trabalhava e ficariam lá, onde havia bastante comida, até o caos acalmar. Depois que os celulares pararam de funcionar. Alex esperou por mais cinco dias, pelos quais experienciou um pesadelo interminável, até aceitar que eles não iriam vir.
Quem o encontrou, na verdade, foi o Fábio. Buscando por comida, foi até o mercadinho, e para sua surpresa deparou-se com um rosto conhecido ao tentar invadir a loja. Quando informou Tony e Carla que o atendente da mercearia ainda estava vivo, <
O vapor que saia da xícara subia até o céu, perdendo-se entre a imensidão. Aquele chá poderia ter sido banal ha um mês atrás, mas agora tratava-se de um prazer quase irreal. Carla amava chás, então sempre que podiam, Fábio e Alex pegavam caixas de sachês para ela, além dos que ela cultivava na pequena horta (que, após o apocalipse, começavam a se expandir) atrás da casa.O jardim da parte da frente, tão grande quanto o da minha casa e certamente melhor cuidado, também começava a esboçar o começo de uma horta, a qual Tony estava se dedicando. As marcações já estavam feitas. Eu não saberia dizer quanto espaço seria necessário para que uma horta pudesse alimentar completamente uma família de três pessoas, mas parecia de bo
Me desculpas… murmurei, sentindo minhas bochechas esquentando. Eu meio que sabia que não era sua culpa. Eu só estou frustrada.A sua frustração não é motivo para jogar a culpa em mim. Elton disse, seco. De qualquer forma, Alex chamou a minha atenção pigarreando, parecendo um tanto tenso. Virei para ele, notando seu desconforto.Tudo bem? Perguntei, ansiosa para que qualquer coisa nesse mundo me distraísse da discussão com Elton.Estou ótimo e você? Alex sorriu para mim, tentando tornar o clima mais leve. Eu e Elton estávamos conversamos sobre o Anselmo. O senhor da farmácia…Eu, Tony e Carla o conhecíamos… estava contando o que aconteceu com ele, mas se você quiser, conversamos outra hora!Recusei a pro
E… morreu. Alex disse, ao meu lado.Merda! Por impulso, descontei o nervosismo na primeira coisa ao meu alcance. Meu punho foi de encontro ao voltante e uma dor subiu pelo meu braço. Ai!Alex não conteve a risada…Ah, para! Você foi bem! Ele insistiu, batendo amigavelmente no meu ombro. Diferente dos outros dois, aquele carro onde estávamos era muito mais apertado e Alex espremia os seus quase dois metros no banco de carona. Da primeira vez eu não consegui fazer o carro andar meio metro sem ele morrer, você quem praticamente fez tudo com os outros dois!Girei a chave na ignição e sorri para ele, agradecida pelo incentivo.Já fazia três dias desde que começamos a limpar o caminho até o hipermercado. Na primeira tarde, passamos a maior parte do tempo caminhando pela parte segura que Fábio
Menos merda do que eu ontem... repentinamente específico dura ele desviou olhar.O que houve? Perguntei...Não, não é nada... ele virou rosto pra mim novamente, que tá mudado sorriso que não me parecia sincero.Guga,pode me falar...Afastei uma mecha de cabelo do rosto dele. A está altura seus fios já estava bem compridos e um pouco desempregados, por não se encontrarem com escova há algum tempo. Para o meu alívio, a cor já voltara ao rosto dele, finalmente deixando-lhe com um aspecto mais saudável.Sua expressão triste quebrava meu coração...Eu... tô tentando não pensar sobre isso, mas eu ouvi a Amanda falando com a Valentina. Ela acha que nunca vou conseguir me recuperar 100% desse braço. Não consigo conter a expressão surpresa ouvir aquela
Poderiam ter sido dias calmos aqueles que se seguiram, em que passamos juntos a família Rosana e seus dois convidados, como um agradável lapso de paz em meio a constante luta pela vida da nova realidade em que vivíamos. Mas como a sutil promessa da morte, algo sorrateiro rastejava em meio aos possíveis sentimentos tranquilo, a esperança irreal que enfim buscávamos. A cada novo dia, banhando pelo medo ao invés dos raios de sol; a cada esquina que viravamos, quando nos víamos novamente em meio às ruas dominadas pela morte; a casa refeição silenciosa que compartilhavamos com aquelas pessoa com quem cada vez mais criaram-se laços e rejeitavamos a ideia de uma possível separação.Como o meu grupo bem sabia, a fragilidade daquele sonho de paz era notável, e seu declínio, iminente.A cada dia a quantidade de comida em nossos pratos diminuía, e as
Alex, ao meu lado estava com a cara a cara com uma criatura que tinha uma das mãos agarrada em sua machadinha, lutando contra o puxão forte do zumbi. Um segundo jogou-se sobre sua perna, mas Fábio teve tempo de mover-se e cravar a sua faca até o cabo na cabeça da criatura. Em seguida, seus olhos negros e desesperados foram de Mayara para mim, em choque, esperando alguma coisa..Por trás dois dos garotos a minha frente, a visão de uma daquelas criaturas, um corredor, pulando contro o corpo caído de minha amiga, fez o meu mundo inteiro desabar.Ela caiu, não dá para voltar! Era a voz exausta de Elton, que mal conseguia parar de lutar contra zumbis para olhar.O ar que eu respirava não chegava aos meus pulmões, como se meu coração exausto não conseguisse bombear corretamente, afogado em tamanha
Lentamente o choro histórico de Fábio se acalmava. Quem oferecia consolo a ele era Mayara, que se recompôs rápido, e agora passava as unhas carinhosamente pelos seus cabelos compridos e um pouco oleosos, falando que agora estava tudo bem, que todos estavam a salvo.Suas palavras de consolo infelizmente de nada serviam para mim. Meus braços pareciam destruídos e todo o meu corpo suava de exaustão, aprecia incrível ainda estar em pé e não ter, novamente, desmaiado depois do combate. Decerto minha expressão denunciava meus sentimentos, pois para Elton foi óbvio que nada estava bem.Como você está se sentindo? Ele arriscou, ao meu lado. Em algum momento, seus óculos deviam ter caído no chão, pois agora estavam presos a gola da camiseta, uma das lentes quebradas.Furiosa. Passei a mão pela extremidade do meu bas
Havíamos conseguido derrubar quase todos os zumbis (era impossível derrotar todos, já que eles sempre continuavam chegando) e correr para dentro da are limpa com Mayara, que também por sorte só torcerá o pé. O custo havia sido uma exaustão que nunca enfrentamos, sensações horríveis de alívio e medo que misturavam até ficarem irreconhecíveis.Ao contrário deles, eu já havia digerido completamente o medo e a angústia, assustadoramente acostumada com aquilo. Meu sangue fervia de raiva. Raiva por submeter meus amigos aquilo, por não ter conseguido ser a líder que eu precisava até então...Por ter medo de se encontrar aquele sentimento tarde demais.Isso não faz sentido! Valentina se pronunciou, em voz alta.Mayara mordia tão intensamente seu l&a