Eu Com certeza não concordava com ele, mas acho que consegui entender seu coração. Eu pareço com um burro de carga para vocês? Aquelas palavras me machucaram, independente de terem sido ditas pelo calor do momento. Era ridículo imaginar que para qualquer pessoa Cláudio fosse algo menor do que o motivo para estarmos vivos por tanto tempo. Sabemos o quanto suas opiniões e seus distintos importavam, só...
Bom, de qualquer forma não havia mais motivo para tentar decifrar o acontecido, pois independente das razões, Cláudio demonstrará mais de uma vez que perder a razão. Claro o que seria absurdo qualquer um de nós queremos julgá-lo, cada um carregando suas próprias marcas carimbadas a ferro em nossa pele pelo Apocalipse. Você não pode perder a razão, independente do que há por trás disso.
Balancei a cabeça em sinal de não.Errou. Eu acho que era só uma garota normal. Jogava handebol muito bem. E não estou me gabando não, mas estava sendo cogitada para ser a capitã do time oficial da cidade. Sorrir, vendo sua expressão surpresa. Bom eu era boa na maioria das matérias, mas escrevia redações particularmente legais... pensei por um instante. Quando eu não estava no colégio, eu lia bastante Senhor dos Anéis, Game of Thrones, essas coisas. Também gostava para caramba de HQ, sabe? Super-heróis e tal...Não! Ele atraiu a minha atenção com força de sua negação. Eu não acredito. Ele fingia incredulidade. Rute, você era uma... nerd! Seus olhos estavam completamente arregalados, fixos nos meus.Dessa vez a gargalhada que eu deixei escapar poderia ter sido realmente perigosa, se eu não tiv
Quase meia hora depois daquele primeiro beijo, finalmente nos desvencilhamos de verdade para que cada um voltasse para sua cama, não querendo atrair a atenção dos outros. Era algo não vocalizado, mas não tínhamos um pouco de receio sobre o que poderiam pensar, sobre nossa maturidade em preocuparmos nos começos durante um apocalipse zumbi.Quis pedir desculpa por ter julgado Anny aquela primeira noite mas não havia mais como.Contornei a minha casa com cuidado, evitando fazer barulho que eu pudesse acordar Mel. Minha cachorra, com certeza, não estava nem remotamente satisfeita em ter sido abandonada, trancada em um quarto enquanto eu saia para beijar, e por um instante agradeci por ela no ser humano e não ser capaz de lançar-me molhar de julgamento.Quando eu cheguei até a janela do quarto da minha avó, meu rosto estava virado para tr&aacut
Ai Rute, eu fico com um pouco de inveja de você! Ela disse, quando as lágrimas. O mundo acabando, sabe Deus se existe mais algum sobrevivente além de nós... e você consegue achar um puta partido.Embora eu evitasse pensar a respeito sempre que eu tentava sentia-me incrivelmente mal por conseguir ter pensamentos tão banais enquanto o mundo caminhava para o seu fim, e eu meio que gostava de pensar que mesmo em meio a todo o caos, havia alguém que fazia com que eu me sente-se como uma boa adolescente boboca que eu era antes.A gente só se beijou! Você faz parecer como estamos casados. Cutuquei a cintura dela, fazendo-a se contorcer de casquinha. Mayara gemeu.Casamento? Quando aconteceu eu quero ser a madrinha! Eu pedi primeiro! Ela ignorou completamente o que eu falei, fazendo um novo acesso de risos acontecer.Idiota! Falei, um tom de voz um pouc
Ao acordar e sentir o calor na mão de Mayara em contato com a minha, demorei alguns segundos para lembrar o motivo pelo qual a menina de cabelos loiros tinha dividido a cama comigo aquela noite. Conforme fui vencendo o torpor do sono, lentamente lembrança das conversas que compartilhamos na noite anterior, quase uma espécie de noite do pijama, invadiram a minha mente. Era confortável para mim saber que ainda era possível sentir como um adolescente normal, em meio a uma eterna luta pela sobrevivência. A lembrança de que naquele dia voltaríamos para incerteza das ruas, trouxe-me uma careta de desânimo. Tentei acordar Mayara com cuidado, mas ao meu menor movimento, Mel ergueu as orelhas e abriu os olhos. No segundo seguinte já estava pulando na cama sobre nós, espalhando lambidas meladas de babá. Mayara
Aquela altura eu sabia que todos estavam prontos na sala, educadamente esperando que eu e meus devaneios permitissem a nossa partida. Uma última vez olhei para dentro do armário da minha avó, uma última vez peguei o porta retrato sobre a sua cômoda coberta por uma fina cômoda, de poeira (o que me fez levar mais uma foto, dessa vez somente minha e da minha avó que coloquei dobrada no bolso da calça), e uma última vez respirei fundo, e esperando levar comigo aquela fragrância floral. Quando eu e Mel voltamos para sala todos estavam sentados nos esperando. A Mel vai sim coleira mesmo? Perguntou Mayara pondo-se de pé.Eu confio mais nela solta, caso algo aconteça, para não haver nada restringindo os seus movimentos. E, de qualquer forma, a coleira e a guia dela não estão mais aqui. Acho que a minha avó tentou s
Conforme o portão se abrirá, virei o rosto para ver como Mel estava, ainda em pé e com as orelhas perdida com expectativa, mas permanecendo obediente sobre o comando para que ficasse para trás ou quase, pois a cada minuto parecia mover as patas inconscientemente um passo mais para frente.Sem minha faca nas mãos, alcancei o meu bastão, que Amanda estava segurando. Cláudio Pegou de volta a sua barra de metal e Mayara embainhou a faca no coldre falso de seu cinto, agarrando um dos pedaços de madeira com pregos que ainda traziam nos conosco, oferecendo outro a Elton. Guga mudou a posição que segurava a faca para algo mais defensivo.O primeiro entrará com velocidade, quase uma corrida, mas que aquela altura não nos oferecia qualquer perigo. Elton precisamente a amparou sua
Paramos na esquina de um cruzamento, próximos ao muro acinzentado de uma casa, há algumas quadras da minha. Cláudio quem ficara na frente do que acabou se tornando uma fila indiana, e cuidadosamente espiava para ver como estaria a situação da outra rua, a avenida principal onde, mais acima, encontraríamos a farmácia. Mel andava próxima, eventualmente se afastando para cheirar algo, porém ao meu comando, voltava para perto de nós.Minhas mãos tremiam e eu mantinha o olhar fixo em um zumbi, que estava parado a esmo do outro lado da rua. Ela (era uma mulher) estava de costas para nós, os cabelos loiros alisados quimicamente quase batiam na bunda, e só conseguimos dizer que ela já morreu (e voltou) pela enorme quantidade de sangue sexo impregnada em sua saia jeans. Ela não pareceu ser dar conta da gente.Era um pouco mais fácil a
Vendo a rua quase vazia, permiti que Mel se afastasse um pouco mais, já que seu ritmo de cachorro era um pouco maior do que o nosso. Como o bom pastor que era, imediatamente passou a transcrever círculos por nós, adiantado-se alguns metros a frente e então voltando até passar pelo último de nossa formação (no atual momento, Elton). Ela estava atenta, pastoreando todos os lados como uma vigia, porém atenta principalmente a mim.Ela está conferindo se não tem nenhum deles por perto. Cláudio me informou, baixinho, a minha esquerda. Seus olhos negros acompanhavam Mel, percebendo quando ela parava para olhar as ruas ao nosso redor, talvez calculando da melhor forma que sei cérebro canino permitisse a distância entre nós e o perigo. Assenti para ele, sem ter o que adicionar.Caminhamos cerca de cinco quadr