Capítulo 4
Depois de sair do hospital, Samuel chegou à mansão da família Gomes.

Cláudio perguntou ansiosamente:

- A Raquel concordou em cancelar o noivado de vocês por iniciativa própria?

Samuel balançou a cabeça e olhou para Rafaela, que era adorável e doce, dizendo gentilmente:

- Nós terminamos, o cancelamento do noivado é apenas uma questão de tempo. Apenas sinto muito pela Rafaela, vai ter que esperar por mais um tempo.

- Não precisa se sentir mal por mim. - Rafaela balançou a cabeça, seus olhos brilhando com ternura. - Estar com Samu só me faz feliz.

Samuel olhou para a Rafaela, que era sempre tão compreensiva e gentil, e seu coração se amoleceu.

Escolher a Rafaela foi a decisão certa!

Ele engoliu suas emoções e disse:

- Acabei de ver a Raquel. Na enfermaria dela, havia um homem a mais, o bombeiro daquele dia.

- Ela realmente não consegue mudar os seus péssimos hábitos! - Disse Cláudio com firmeza. - Samuel, você deveria ter terminado com ela há muito tempo. Ela simplesmente não está à sua altura!

Samuel assentiu levemente.

“A Raquel é realmente suja!”, Samuel pensou consigo mesmo.

- Deixemos de falar dela. O que ela quer fazer é problema dela. Eu simplesmente vou fingir que não tenho uma filha tão sem vergonha! - Cláudio não demonstrava qualquer emoção em relação à Raquel. Ele mudou de assunto. - Nos últimos dias, ouvi dizer que Michel, o jovem mestre do Grupo Mendes, voltou ao país. Quando tiver a chance, Rafaela, como diretora-geral do Grupo Via Láctea, você deve se encontrar com ele.

- Papai quer que eu assuma completamente o Grupo Via Láctea? - Rafaela perguntou empolgada.

O Grupo Via Láctea foi fundado pela mãe de Raquel antes de ela falecer, e agora Rafaela finalmente conquistou o que Raquel mais desejava.

- Obrigada, pai. Eu definitivamente não vou decepcionar suas expectativas. - Rafaela rapidamente expressou sua determinação.

- É claro que papai acredita em você. - Cláudio respondeu com carinho.

- Ah, lembrei. Sobre esse Michel que papai mencionou, é o Sr. Michel da família Mendes, a primeira família empresarial da Cidade B? Aquele que teve um filho no exterior, mas a mãe ainda é desconhecida? - Rafaela perguntou curiosa.

Cláudio assentiu:

- Dizem que o Sr. Henrique Mendes não está bem de saúde e pediu para o Michel voltar e assumir o controle dos negócios da família. Michel tem estado no exterior todos esses anos, expandindo os mercados internacionais do Grupo Mendes e demonstrando habilidades comerciais comparáveis às do Sr. Henrique. Samuel, ambos são jovens, então você deve se relacionar mais com ele quando o Michel voltar ao país. O Grupo Mendes na Cidade B é uma força incontestável.

- Meu pai também me mencionou isso. Depois que o Michel assumir oficialmente, vou me oferecer para visitá-lo no Grupo Mendes. - Disse Samuel humildemente.

- O Michel parece ter apenas 27 anos, não é? Tão jovem e tão talentoso. Só não sei como é a aparência dele. - Murmurou Rafaela.

- No próximo mês, o Sr. Henrique completa setenta anos. Deve ser quando poderemos vê-lo. - Disse Samuel olhando para Rafaela. – O que foi, você está interessada nele?

- De jeito nenhum. - Rafaela negou com um ar travesso. - Só tenho interesse no Samu. E, na verdade, acho que o Michel não deve ser bonito. Se fosse bonito, não teria sido abandonado por uma mulher! Aposto que ele é daqueles homens de meia-idade de barriga grande. Se olharmos para toda Cidade B, só o nosso Samuel é bem-nascido, bonito e talentoso.

Samuel não pôde deixar de sorrir levemente, parecendo indiferente, e mudou de assunto.

A atmosfera acolhedora da família Gomes contrastava com a frieza do quarto de hospital.

Raquel começou a sentir fome.

Ela não imaginava que choraria por mais de uma hora por aquele homem, Samuel, que nem valia a pena.

Enquanto estava prestes a fazer um pedido qualquer no hospital, um homem com cerca de cinquenta anos entrou acompanhado por duas mulheres jovens na faixa dos vinte anos.

Ele se aproximou com respeito e disse:

- Olá, Srta. Raquel. Sou o Bruno Moreira, o mordomo pessoal do Sr. Michel. Pode me chamar Bruno.

Os olhos de Raquel se estreitaram ligeiramente. Ela estava um pouco confusa.

Só viu Bruno apresentando novamente:

- Estas são a Ana e Helena. São as enfermeiras de alto nível que o Sr. Michel trouxe para cuidar de você durante a internação. Você pode pedir o que quiser. - Dito isso, Bruno se virou e instruiu. - Tragam o almoço para a Srta. Raquel.

Ana e Helena rapidamente retiraram as marmitas que trouxeram e dispuseram um almoço excessivamente generoso na mesa ao lado da cama de Raquel. Elas entregaram os talheres, com um sorriso:

- Aproveite, Srta. Raquel.

Michel estava exagerando um pouco, não precisava chegar a tal extremo por ela.

Além disso, o acidente de incêndio inesperado causou grandes prejuízos para Michel.

- Obrigada. - Raquel pegou os talheres.

O sabor estava surpreendentemente bom.

- É a primeira vez que cozinhamos para a Srta. Raquel. Alguma preferência especial ou algum alimento ou tempero que não goste? - Bruno de repente colocou seus óculos de leitura, pegou um caderno e começou a anotar meticulosamente.

Raquel ficou um pouco surpresa e disse lentamente:

- Não, não tenho preferências.

Bruno não continuou a questionar e observou em silêncio ao lado. Então, ele começou a escrever em seu caderno.

“A Srta. Raquel gosta de peixe, não gosta de cenoura e cebolinha...”

Enquanto Bruno escrevia, ele olhava de vez em quando para a comida que Raquel havia comido.

Por fim, ele anotou no caderno.

“Usar como referência a dieta do Sr. Nicolas.”

Após o almoço, Bruno trouxe uma caixa e entregou a Raquel.

Dentro havia um celular, até mesmo o número era o mesmo de antes.

Depois de agradecer, Raquel viu Bruno sair sem demora. Ele havia cumprido sua missão.

Ana e Helena estavam lá para cuidar dela, então ficaram na enfermaria.

- Não precisam se preocupar comigo.

Raquel se sentou na cadeira de rodas na enfermaria e começou a empurrá-la sozinha em direção à saída.

Ela havia prometido que iria ver Nicolas, afinal, ser uma pessoa significava manter a palavra.

Além disso, havia algumas coisas que ela achava melhor discutir pessoalmente com Michel.

Raquel bateu na porta do quarto ao lado.

A porta se abriu.

O alto e imponente Michel apareceu na frente dela, com ombros largos, cintura forte e pernas esbeltas.

Nesse momento, as mangas da camisa branca estavam dobradas, revelando os contornos firmes de seus antebraços musculosos.

Somente agora Raquel percebeu as grossas bandagens em torno do pulso de Michel, mesmo que ele a tivesse carregado momentos atrás...

Raquel desviou o olhar e perguntou:

- O Nicolas está por aqui?

- Sim, o Nico está tirando uma soneca. - Responde Michel.

Será que esse homem não queria que ela se aproximasse do menino?

Ela pressionou os lábios, dizendo:

- Bem, vou voltar mais tarde então...

- Mamãe, você está aqui? Você pode me fazer dormir? - Na enfermaria, Nicolas ouviu a voz de Raquel e fez um pedido de repente.

- Tenho algo para fazer lá fora por um tempo, se a Srta. Raquel puder, por favor, me ajude a cuidar do Nico. - Michel disse de forma direta, sem esperar a resposta de Raquel. - Nico acabou de passar por uma cirurgia de apendicite aguda, os médicos disseram que ele precisa de descanso. Peço que a Srta. Raquel o supervisione para garantir que ele durma bem.

Sem pedir a opinião de Raquel, Michel simplesmente saiu.

Raquel não conseguia entender a personalidade de Michel em absoluto.

Ele não tinha medo que ela levasse embora o seu filho tão adorável?!

- Mamãe. - Nicolas a chamou carinhosamente.

Raquel respirou fundo, deixando de corrigi-lo.

- Vamos dormir, eu vou ficar com você.

- Obrigado, mamãe. - Nicolas abraçou firmemente o braço de Raquel contra o peito.

Com os olhos fechados, Nicolas soltou um pequeno bocejo e, antes que percebessem, ele já estava dormindo profundamente.

O sono das crianças era realmente invejável.

Ela nem sabia quantos suplementos de melatonina tomou nos últimos anos para conseguir dormir.

Vendo Nicolas adormecido, Raquel se soltou suavemente de seu abraço para sair, mas antes que pudesse fazê-lo, o bracinho gordinho de Nicolas a segurou mais apertado, enquanto ele murmurou:

- Mamãe, não vá embora de novo...

Raquel suspirou com um toque de resignação.

Ela olhou para o rostinho fofo de Nicolas e pensou consigo mesma.

“Que tipo de mãe cruel seria capaz de abandoná-lo assim?”

Sem resistir, Raquel se inclinou e deu um beijinho em Nicolas.

Quando ela se endireitou, Michel estava de repente na sala, com seus olhos profundos fixos em sua ação, sem revelar emoção alguma.

Aquele momento a fez sentir um tanto envergonhada. Dar um beijinho furtivo no filhote alheio e ser pega no flagra...
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