Anastasiya convidou Katya para darem um passeio e as duas pegaram suas bicicletas e foram pedalando por uma trilha próxima a floresta. Apostaram corrida e Anastasiya ganhou por pouco. Elas voltaram pra casa, pedalando devagar e conversando pelo caminho.
Anastasiya preparou um suco para as duas, quando chegaram e elas foram jogar baralho enquanto ouviam Melanie Martinez. Depois, elas assistiram Supernatural. Logo escureceu e Katya acabou ficando para o jantar.Katya tentou se aproximar de Lena, embora não se sentisse muito à vontade na presença dela. Lena a encarava de uma forma estranha, como se pudesse vê-la como ela realmente era, sem máscaras, sem disfarces. Aquilo era muito desconfortável. Apesar disso, Lena era educada, elegante e simpática. Estava sempre sorrindo e de bom humor. Dificilmente se alterava por algo. Parecia uma santa com paciência infinita.— E Merverine? Por que não deVeronika decidiu dar um gelo em Abel por causa do que o mesmo disse a Dmitry.— Pô… Vai me ignorar mesmo, gatinha? — Falou Abel tentando fazer as pazes com Veronika.— Por que você disse aquilo? — Perguntou Veronika, chateada.Abel suspirou e virou o rosto.— Não é verdade, né? — Veronika disse.— Não. Claro que não. Houve um tempo que tive uma queda por ela, admito, mas… Ela nunca me deu bola. Preferiu o Daniel. — Falou Abel com certo ressentimento.— Sim. E por que ainda defende tanto ela? Não sei, mas… Talvez, o Daniel devesse fazer isso. Não acha? — Falou Veronika.Abel riu e disse:— Ah, por favor? Não me diga que está com ciúmes?Veronika fez biquinho e Abel a puxou para perto e a beijou.— Relaxe? Não tenho nenhuma fantasia com ela, até porque… Minha fantasia é você.— Não deveria ter ciúmes, mas pena… Ela parece ser muito infeliz vivendo com aquela desgraça que Deus pôs na terra e o diabo esqueceu de levar. — Veronika disse.— O Dmitry gos
Zelenoborskiy, Rússia. Verão de 2014Talya Di Maureova conseguiu convencer sua prima Anzhelika a vir passar as férias em sua casa. Apesar de não se dar muito bem com seu primo Abel, Anzhelika se entendia muito bem com Talya e as duas eram quase como irmãs.Abel convidou seus amigos, Veronika Redkina, Daniel Chernikov e Lana Aristova para acamparem com Talya, Anzhelika e ele.Anzhelika não se animou muito com a ideia de acampar. Qual a graça de dormir em uma barraca no meio do nada, se expondo ao risco de ser picada por insetos e, pior, acabar se tornando vítima de um serial killer?! Seria exagero se, anos antes, Zelenoborskiy não tivesse sido aterrorizada por um psicopata que se fantasiava como arlequim e era conhecido como Tordo (por causa de seu assobio que se assemelhava ao canto do pássaro). Tordo fez várias vítimas e, por causa dele, o parque itinerante Di Maureova se fechou, já que, pelo m
Daniel saiu de cima de Lana e ela virou-se para o outro lado, de costas para ele e cobriu-se. Ele se sentou e permaneceu absorto por um tempo até deitar-se e abraçá-la. Ela se afastou dele, chorando.— O que foi? Machuquei você?— Não. — Ela respondeu.— Se arrependeu?— Não. O problema não é você. Sou eu. — Disse ela, sentando-se.— Pode confiar em mim. Sabe disso. — Falou ele, sentando-se e tocando o ombro dela.— Quando disse que você não foi o primeiro, não menti. Queria ficar com você, de verdade. Acredite? Mas é sempre assim. Não consigo senti
Anastasiya não entendeu porque Anzhelika não ficou feliz por Merverine estar viva e decidiu se afastar dela, pensando que ela não quisesse mais ser sua amiga nem de Merverine.— Ela deve estar com medo de nós, porque pensa que somos loucas. Bem… Nós somos, mas ela também é. — Anastasiya disse, deitando-se ao lado de Merverine e abraçando-a.— Venha comigo, Anastasiya? Tem visita. — Falou Lena séria.— Quem é? — Disse Anastasiya sentando-se. — Meu tio?— Não, querida. São seus pais. — Respondeu Lena.— Merverine pode vir comigo? — Perguntou Anastasiya pegando a mão dela.— Claro. — Lena sorriu.Anastasiya puxou Merverine pelo braço e seguiu Lena até uma sala pouco usada, onde seus
Lana trancou-se em seu quarto e foi para a cama, chorando, perturbada. Já estava cansada de Dmitry sempre a controlando. Ela não podia fazer nada. Era refém em sua própria casa.O que mais a deixava infeliz era que Damir não fosse forte o suficiente para defendê-la de seu irmão. Talvez, se ele fosse como Daniel ou Abel…Daniel prometera ajudá-la a superar seu “problema”, mas era melhor se afastar dele, ao menos por enquanto. Não haviam feito nenhum progresso e ela sentia-se mal traindo Damir daquela forma.Damir era um bom rapaz, apesar de não ser perfeito, e quando Lana fizesse dezoito, poderia se casar com ele e finalmente se livrar de Dmitry. Não seria feliz porque não faria Damir feliz, mas poderia respirar tranquilamente.Ela suspirou e fechou os olhos. Talvez, dormir a fizesse esq
No intervalo entre as aulas, Talya encontrou com Rayssa e Vânia enquanto pegava seus livros no armário e as três foram caminhando e conversando.— Nina disse que ia falar com o tio dela para conseguir que a gente toque no pub. O que acha? — Perguntou Vânia.— Ah, legal. — Falou Talya e deu de ombros.— A Yulia também está pensando em distribuir CDs da banda na saída do evento. Não é maneiro? Cherry Plum vai decolar! — Falou Vânia, animada.— Sim, é legal. — Disse Talya, absorta em pensamentos.— Algum problema? Você está tão área. — Rayssa deu uma cotovelada de leve em Talya.— Não é nada. Só estou cansada. Não dormi bem noite passada. — Falou Talya.— Também, ao lado do Artemy… A
Após as aulas, Katya e Nina – que eram da mesma turma –, foram dar uma volta pela cidade, procurarem novidades nas vitrines das lojas.Havia uma nova loja, cuja fachada era rosa, e o nome era “Merverine”. Katya e Nina pararam e observaram a vitrine. Nina não se animou quando viu as bonecas e olhou para um lado e para o outro, nervosa.— Vamos logo, Katya! Se os outros nos virem olhando bonecas vão nos zoar o resto do ano. — Disse Nina. — Como se não fosse o bastante sermos pirralhas. Nina e Katya estavam naquela fase em que queriam envelhecer logo porque se achavam jovens demais. Tentavam parecer menos jovens, usando maquiagem forte (que faziam no caminho para o colégio ou no colégio, quando seus pais não estavam por perto para reprovar aquilo), minissaias, decotes e salto alto.
Bonnibelle e Avim se afastaram da multidão, indo para um lugar afastado, onde o som da música vinha abafado.— Aqui é sombrio… — Disse Avim se aproximando de Bonnibelle, que estava de costas pra ele.Ela sorriu e virou-se.— Sim. Um pouco. — Bonnibelle deu de ombros.— Não está com medo? — Perguntou Avim.— Não. — Bonnibelle recuou.Avim riu.— Não tem medo que eu a machuque?— Não. — Bonnibelle respondeu em um sussurro.— Como pode confiar em alguém que acabou de conhecer? — Ele se aproximou dela.Bonnibelle quis recuar, mas bateu as costas no tronco de uma árvo