Bônus*
TriciaNa vida a gente tenta evitar situações que nos chateiam, mas nem sempre somos eficientes.Naquela noite na faculdade eu cruzei com Egberto e Cibilla pelo menos umas três vezes e eles faziam questão de se beijar quando passavam perto de mim. Aliás, era Cibilla quem se dava a esse trabalho e eu nem sabia por que, de repente, ela passou a ser minha antagonista. Se ela soubesse que isso não me abalava nem um pouquinho, nem teria se dado ao trabalho.Por sorte, a faculdade terminaria em poucos meses.Eu estava parada na calçada da faculdade, olhando o aplicativo do ônibus no celular quando percebi que Egberto se aproximava.Ele era um rapaz da minha altura, magro e pálido, com rosto bem jovial, daquele tipo que parecia nunca ter saído da adolescência. Me peguei questionando quando e porque dei bola para um sujeito mirrado como aquele.- Tricia, podemos falar um instante?- Seja rápido pois*Bônus* Tricia E nos dias que se passaram, meu tempo ficou dividido entre os preparativos do noivado de Cristian e Betina, as aulas da faculdade e meus encontros furtivos com Rick. Como ele dividia um apartamento com outros dois policiais e eu ainda morava com meus pais naquela casa pequena, se tornou difícil ter um lugar onde pudéssemos nos encontrar intimamente. Além disso, ir ao motel todas as noites gerava um custo que nenhum de nós ainda tinha condição de arcar. Então as vezes o policial apenas me buscava na faculdade com sua moto, me levava para comer alguma coisa e depois de uma noite agradável conversando e namorando decentemente, ele me deixava no portão de casa. E assim as coisas foram acontecendo até aquela noite, antevéspera do evento que eu estava organizando na Mansão Toledo.Minha mãe avisou a todos que deveríamos jantar juntos e que teríamos convidados especiais. A casa em que vivíamos agora era modesta, mas eu consegui dec
*Bônus* Tricia Eu passei o dia seguinte evitando qualquer contato com Rick. Ele era a síntese de tudo o que eu queria, mas não me permitiria ter. O policial era um amante incrível, uma companhia agradável e me fazia bem como poucas pessoas conseguiam, mas era pobre.Apesar de todo reboliço que ele causava em mim, era preciso me lembrar que era apenas um homem que entrou na minha vida há pouco tempo e cujo laço era superficial demais para ser considerado sério. O bem estar da minha família iria prevalecer, mesmo custando o meu sangue e felicidade. Então quando chegou o dia da festa de noivado da Betina e do Cristian, todos achavam que eu estava cansada pelos preparativos, mas na verdade o que eu sentia era um esgotamento emocional do tamanho do mundo. Eu estava gostando tanto daquela adrenalina de trabalhar com eventos, criar sonhos e ajudar pessoas a viver mais confortavelmente... Quando estivesse casada com Conrado Albuquerque nada d
*Bônus* Tricia - Ai! – Berrei quando zíper do vestido mordeu minha pela. – Cuidado. - Desculpe! – Pediu a costureira. Eu estava insuportável naquele dia. Era meu casamento e jamais imaginei que seria um dia tão triste e insuportável. Eu vi Conrado mais uma vez depois daquele jantar em casa e minha opinião sobre ele não tinha melhorado nenhum pouquinho. Tentei conversar sobre qualquer assunto sem sucesso, ao que ele começou a balbuciar qualquer coisa sobre como os ventiladores funcionavam e ficou olhando fixamente para o objeto que girava no teto. No final das contas, toda minha correria para terminar a faculdade no tempo certo não serviria para nada já que eu não poderia exercer a profissão de arquiteta enquanto estivesse ocupada sendo mãe do herdeiro da família Albuquerque. E havia sempre o medo de que eu gerasse uma criança problemática, que desejassem que eu tentasse engravidar mais uma vez e tantas outras coisas...no fundo eu sabia que aquele homem não deveria tentar ser pai.
BetinaAcabei de completar vinte e três anos e o que seria uma fase de muitas aventuras e diversão para a maioria das jovens da minha idade, para mim não significava nada. Não fui para a universidade de moda como queria. Meus pais tinham dinheiro, mais que o suficiente para me bancar em qualquer universidade do mundo, mas não! Para que me graduar se logo me casaria com o filho primogênito da família Servantes? Eu não precisaria trabalhar nunca… Não que tivessem me proibido de estudar, mas sinto que persuadida a não sonhar com isso.Mamãe planejou minha vida ao redor de uma ideia de matrimônio entre Robert Servantes e eu, como se fosse a coisa mais certeira a respeito de mim e por isso ela ficou muito insatisfeita quando seus planos não se concretizaram.Desliguei a máquina de costura, meu passatempo favorito. O curso de costura foi uma das poucas coisas que escolhi fazer, principalmente porque não era longo. Hoje, nem mesmo costurar conseguia aplacar aquele aperto no peito. Eu andava m
Cristian— Cris, vou buscar sua roupa na loja de aluguel. — Anunciou Lisa, entrando de repente na minha sala e me dando um susto. — Certo?— Não quer que eu peça para outra pessoa buscar? — Perguntei, olhando o tamanho do salto alto que minha secretária usava e imaginando como ela ia andar pelas ruas com aquilo.— Eu estou precisando tomar um pouco de ar. Seu pai acabou de passar por minha mesa. — Revirou os olhos — "Até quando meu filho Robert vai ficar brincando de casinha com sua irmã? Ele tem que voltar para a direção da empresa!" — Lisa disse, imitando a voz de Octávio Servantes. Eu ri. Robert havia se casado com a irmã de Lisa e por isso meu pai achava que podia mandar indiretas ao filho através da cunhada.— Tudo bem, vai lá.— Certo, chefe. Estou louca para ver a fantasia que você alugou! Em cinco minutos estarei de volta.E Lisa saiu como um furacão. Trícia Toledo me convidou para uma festa à Fantasia na Mansão de sua família. Eu aceitei, mas decidi ir à festa sozinho. Não
BetinaNaquela noite eu saí de casa para a festa de Tricia com os gritos da minha mãe a tiracolo. — Você parece uma meretriz com essa roupa! — Estefânia esbravejava. Mamãe sempre teve muito poder sobre a escolha das minhas roupas. Enquanto ela mesma transbordava volúpia com seus conjuntos decotados, os vestidos esvoaçantes e nada convencionais para uma senhora de cinquenta anos, mãe de uma filha já adulta, ela tentava me moldar na direção totalmente oposta: golas sempre altas, saias comportadas, uma vibe mais angelical. Uma vez, minha amiga Ana Clara, disse que minha mãe não gostava que fossemos mais bonitas do que ela, como se fossemos rivais. Achei essa fala da Ana totalmente descabida na ocasião, mas agora eu começava a concordar. Minha mãe não gostava da minha fantasia porque era indecente, mas sim porque eu estava chamando mais atenção do que ela...Meu pai apareceu na sequência e apenas me desejou uma boa festa. Ah, meu querido pai era um amor, queria que o motorista da famíl
CristianNo domingo fiquei na minha cama até às dez da manhã. A noite anterior parecia tão surreal que por vezes me via tentando relembrar todos os instantes da festa na Mansão Toledo. Na realidade, eu me lembrava de cada segundo desde que pus os meus olhos em Betina.Havíamos transado. Aquilo soava estranho e ao mesmo tempo era bom. Confesso que minha mente masculina já tinha imaginado várias vezes como seria tê-la; tive curiosidade em saber qual era o gosto daquela boca carnuda que esbanjava sorrisos facilmente. No entanto, achei que isso nunca aconteceria, pois havia muita confusão em torno das nossas famílias. Se de alguma forma soubessem que eu dormi com Betina na noite anterior, logo diriam que eu estava cobiçando minha ex-cunhado desde que ela estava noiva do meu irmão e seria um falatório desagradável e sem fim.Mas eu não tive como resistir. O fogo que me dominou foi tão grande e minha amiga se mostrou tão receptiva como se todas as peças se encaixassem. E apesar de pedir qu
BetinaPois é, eu havia transado com o Cristian...Eu havia transado com o Cristian???? Me levantei da cama de supetão, lembrando com riqueza de detalhes da noite anterior. No final de tudo Cris me deu carona até minha casa e durante todo o trajeto trocamos beijos e afagos, como se não houvesse amanhã.Eis que o amanhã chegou e eu comecei a medir tudo o que aconteceu.Por Deus, eu dormi com o Cris! Meu amigo Cris, o irmão do meu ex-noivo!Na noite anterior, eu fui à uma festa a fantasia super badalada a convite de Tricia. Almejava me divertir, queria flertar e quem sabe, ser arrebatada por um homem bonito e atraente...E eis que o cara atraente foi justamente meu amigo! Cristian se aproximou daquele jeito másculo e ousado, seu olhar pousou sobre mim de um jeito que me consumiu, deixando claro o quanto se sentia atraído e isso massageou meu ego ferido. Sai do meu noivado com Robert Servantes me sentindo uma mulher fatigante, sem sal e nem açúcar; Cristian fez com que eu me sentisse