(Ariel)
Eu estava na cozinha, mexendo no café da manhã, tentando não demonstrar o nervosismo que se acumulava em mim. O dia do baile finalmente chegou e, apesar de tudo parecer perfeito, uma parte de mim estava em total frenesí. Desde o encontro com a ruiva na Suíça, não conseguia tirar isso da cabeça. O que aconteceria quando eu estivesse diante de todos? Os olhares, os comentários... Eu realmente não sabia o que esperar.
Ouvi o som da porta se abrindo, e Alicia entrou animada, com aquele sorriso de quem estava esperando por esse dia há muito tempo. Ela estava radiante, cheia de energia.
— Ei, você está pronta? — Ela perguntou com um brilho nos olhos, como se fosse um dia qualquer.
— Ei, ei! — Ela estava com o celular na mão, filmando tudo, e um sorriso travesso no rosto. — Você sabia que isso tudo seria perfeito para uma manchete? Como seria se a famosa Katherine fosse para um salão, brigasse com uma “faxineira” e saísse perdendo em todos os sentidos?Katherine, que já estava furiosa, ficou ainda mais incrédula, nos encarando com raiva, mas, sem dizer mais nada, se virou e saiu do salão, levando suas amigas com ela. Era como se o ar tivesse ficado mais leve assim que ela foi embora.Eu me sentei na cadeira, respirando fundo. O salão estava em silêncio, com todos observando o que acabara de acontecer. Eu olhei para a equipe, pedindo desculpas pelo que acabeide fazer.— Desculpem, eu realmente n&ati
Ele deu um sorriso de canto, apertando levemente minha cintura como se quisesse transmitir confiança.— Vai ficar tudo bem. Eu estou aqui.Enquanto caminhávamos pelo salão, as luzes suaves e a música ambiente tentavam criar uma atmosfera elegante, mas minha tensão não diminuía. Algumas pessoas começaram a se aproximar. A maioria eram mulheres, lindas e sofisticadas, com sorrisos que diziam mais do que palavras. Elas o cumprimentavam, algumas com abraços, outras com beijos no rosto que pareciam durar um segundo a mais do que o necessário.— Christian, que prazer vê-lo aqui! — uma delas exclamou, com um olhar curioso em minha direção.Ele as cumprimentava de forma ed
O silêncio do jardim era quase opressor, apenas o som distante da fonte e o murmúrio do vento nas árvores preenchiam o espaço.Senti um calafrio subir pela espinha quando percebi o peso crescente das minhas pálpebras e a sensação estranha de leveza que tomava conta de mim. Balancei a cabeça, tentando me concentrar, mas tudo parecia se mover de forma lenta e distorcida.— Ariel, você está bem? — Selina perguntou, com uma voz que agora parecia levemente diferente, quase fria.— Não... acho que não. — Minha voz saiu rouca, e a tontura aumentou. — Preciso... preciso encontrar Christian.Antes que eu pudesse me levantar completamente, senti suas mãos fi
O galpão era escuro e cheirava a ferrugem e óleo velho. Uma lâmpada solitária balançava no teto, iluminando o suficiente para eu ver os rostos tensos dos meus homens e do meu amigo policial, que estava ali para garantir que ninguém interrompesse o que estava prestes a acontecer.Suspirei, ajustando as mangas do meu paletó enquanto me dirigia ao centro do espaço, onde Thomaz estava preso a uma cadeira. Sua voz ecoava pelo galpão, gritando insultos e exigindo ser solto. Era engraçado, quase melodioso. Assim que me viu, ele se calou, os olhos estreitando-se em ódio enquanto ele me encarava.— Você vai pagar por isso, Christian — disse ele, com o tom cheio de veneno.Arrastei uma cadeira de metal até a frente dele, o som
Eu só assenti, mas minha mente estava longe. Observei o corredor onde ele desapareceu, sentindo meu peito apertar. Ele não estava me dizendo tudo. Eu sabia disso.Eu estava perdida em pensamentos, observando o movimento das meninas ao saírem. Cada uma delas tentando lidar com a situação à sua maneira. Alicia foi a última a sair, me dando um sorriso suave, mas havia algo nos olhos dela que dizia que ela sabia o que eu estava sentindo. Eu forcei um sorriso, mas, por dentro, ainda estava cheia de perguntas não respondidas, com uma angústia que não conseguia dissipar.Quando a porta se fechou atrás delas, um silêncio absoluto tomou conta do apartamento. Eu me senti sozinha de uma maneira que não sabia como lidar, mas ao mesmo tempo, o peso que tinha me acompanhado o dia
Depois de minutos de caminhada, ouvi vozes. Imediatamente, me escondi atrás de uma árvore grossa. Dois homens estavam a poucos metros de mim, ambos armados. Suas vozes eram altas, descontraídas.— Não tem jeito, cara. O meu time leva esse campeonato fácil! — disse um deles, rindo.— Tá de brincadeira? O meu tá com tudo esse ano! — o outro respondeu, rindo também.Meu coração parou por um momento. Reconheci os dois. Eram seguranças de Christian. Se me vissem ali, ligariam para ele imediatamente e me tirariam do local. Não podia deixar isso acontecer.Esperei eles se afastarem o suficiente e os segui de longe, mantendo uma distância segura. Cada passo deles parecia me guiar mais perto do galpão. Quando finalmente avistei a construção, parei, me escondendo novamente.O galpão era grande, com vigias armados espalhados por
— Como diabos você se soltou?! — Christian rosnou, apontando a arma para ele.Thomaz riu, um som baixo e cínico.— Você realmente acha que pode confiar em todo mundo, Christian?— Thomaz, me solta! — Eu gritei, tentando me soltar, mas ele segurava um pedaço de vidro contra meu pescoço. O toque frio e afiado pressionava minha pele, e um calafrio percorreu meu corpo quando senti a ponta perfurar levemente.— Fica quieta, Ariel. — A voz dele estava carregada de ameaça, e o cheiro de sangue misturado ao suor dele me dava náuseas.Olhei para Christian, desesperada. Ele parecia em conflito, seus olhos fixos no pedaço de vidro que Thomaz
(Christian)Levantei a cabeça imediatamente.— Sim?— A senhorita Ariel saiu da cirurgia. Ela está estável e já foi transferida para um quarto.O alívio foi tão esmagador que precisei de um momento para respirar.— Posso vê-la?— Pode, mas ela ainda está sedada.Assenti, seguindo a enfermeira pelos corredores brancos e silenciosos. Meu coração parecia um tambor descompassado, e, ao entrar no quarto, me deparei com Ariel deitada, pálida, conectada a máquinas que monitoravam sua respiração e seus sinais vitais.Último capítulo