— Como diabos você se soltou?! — Christian rosnou, apontando a arma para ele.
Thomaz riu, um som baixo e cínico.
— Você realmente acha que pode confiar em todo mundo, Christian?
— Thomaz, me solta! — Eu gritei, tentando me soltar, mas ele segurava um pedaço de vidro contra meu pescoço. O toque frio e afiado pressionava minha pele, e um calafrio percorreu meu corpo quando senti a ponta perfurar levemente.
— Fica quieta, Ariel. — A voz dele estava carregada de ameaça, e o cheiro de sangue misturado ao suor dele me dava náuseas.
Olhei para Christian, desesperada. Ele parecia em conflito, seus olhos fixos no pedaço de vidro que Thomaz
(Christian)Levantei a cabeça imediatamente.— Sim?— A senhorita Ariel saiu da cirurgia. Ela está estável e já foi transferida para um quarto.O alívio foi tão esmagador que precisei de um momento para respirar.— Posso vê-la?— Pode, mas ela ainda está sedada.Assenti, seguindo a enfermeira pelos corredores brancos e silenciosos. Meu coração parecia um tambor descompassado, e, ao entrar no quarto, me deparei com Ariel deitada, pálida, conectada a máquinas que monitoravam sua respiração e seus sinais vitais. (Christian)Ariel abaixou o olhar, a vergonha e a culpa visíveis no seu rosto. Eu sabia o que ela estava pensando, sabia como ela estava se sentindo. E isso me irritava ainda mais.Eu não aguentava mais essa conversa. Não aguentava mais essa sensação de estar afundando junto com o peso de tudo o que tinha acontecido. Me aproximei de Ariel, olhei para as duas mulheres e falei, de forma mais fria e autoritária do que eu pretendia.— Este assunto vai se encerrar agora. Eu não quero ouvir mais nada sobre Thomaz. — O tom da minha voz foi firme, sem espaço para discussão, e, como eu esperava, as duas assentiram, mesmo Alicia, com os olhos tristes, mas compreendendo que o assunto não iria mais ser tocado.O clima ficouCapítulo 126 - a vergonha e a culpa.
(Christian)Eu franzi a testa, o que quer que fosse parecia urgente, e uma sensação estranha se formou em meu estômago.— O que aconteceu? — perguntei, tentando não parecer alarmado.— Não posso falar muito agora, mas há um problema com o cliente que está fazendo uma movimentação suspeita. Acho que há algo errado. Precisamos de você aqui o quanto antes — respondeu Alicia, a urgência clara em cada palavra.— Ok, estou indo. Vou sair agora. — Eu desliguei, sentindo uma tensão crescente. Sabia que algo importante estava acontecendo, e a última coisa que eu queria era preocupar Ariel com isso.Suspirei, chamando Alex. Ele
(Christian)O carro deslizou suavemente pela rua mal iluminada, o motor praticamente mudo enquanto eu me aproximava do ponto de encontro com os homens. Eles estavam atentos, suas expressões sérias, mas não precisávamos de palavras. Sabíamos o que fazer. O endereço que Ruan tinha conseguido nos levou a um bairro pequeno e perigoso, daqueles onde até o ar parece pesado com os segredos de quem mora ali. Mas isso não me intimidava. Era só mais um obstáculo.Estacionei o carro em uma das esquinas, desci e acenei para os meus homens, que vieram rapidamente. Nos organizamos com precisão, como sempre. Kaleb tinha se escondido ali, mas agora ele não tinha para onde fugir. As ruas eram estreitas, os becos sinuosos. Perfeito para alguém como ele, mas eu tinha um time que sabia lidar com qua
(Ariel)Semanas depois… Noite de natal.A cozinha estava cheia de aromas deliciosos: o assado no forno, o purê de batatas que eu misturava com cuidado e a panela com molho borbulhando suavemente no fogão. As luzes natalinas piscavam devagar nas janelas, iluminando o ambiente com um calor aconchegante, enquanto uma música de Natal tocava baixinho ao fundo.Por mais que minha mente insistisse em divagar, eu estava determinada a fazer daquela noite algo especial.Enquanto mexia o purê, minha mente, como sempre, traiu minha determinação. Thomaz. O peso do que aconteceu com ele parecia uma sombra constante, mesmo que eu soubesse que não havia outra escolha.Ele destruiu tanto da minha vida, e embora eu
ArielBen voltou cerca de meia hora depois, segurando um pequeno saco de farmácia com a empolgação de uma criança com um presente de Natal. Ele me entregou o teste, e eu senti como se o peso do mundo estivesse em minhas mãos.— Respira fundo. — Ele disse, dando um tapinha no meu ombro. — Vamos lá.Assenti e entrei no banheiro da minha sala, o coração disparado. Minhas mãos tremiam enquanto eu abria a embalagem e seguia as instruções. Depois de terminar, coloquei o teste sobre a pia e saí para esperar com Ben. Ele já estava roendo as unhas, andando de um lado para o outro da sala.— Quanto tempo leva? — Ele perguntou, impaciente. ChristianSaí da empresa às seis da tarde com um peso enorme saindo junto comigo. A reunião foi mais longa do que deveria, e só faltei mandar aquele idiota do conselho para o inferno umas três vezes. Só não o fiz porque Ariel me pediu para ser paciente e lidar com isso com calma. Calma.Algo que definitivamente não era meu ponto forte. Mas, por ela, engoli o que tinha vontade de dizer e fiquei até o fim.Quando saí da minha sala, Isadora estava esperando na recepção com o buquê de rosas que encomendei.— Aqui estão as rosas, senhor Christian. — Ela estendeu o buquê com um sorriso profissional, masCapítulo 131 - Eu sou o papai.
ArielA praça de alimentação do shopping estava cheia e barulhenta, mas a companhia de Jess e Alicia fazia aquele ambiente se tornar confortável. Nós havíamos passado horas correndo de loja em loja, e agora finalmente tínhamos um momento para respirar enquanto tomávamos um suco e comíamos algo leve.Alicia, sempre animada, começou a falar sobre os últimos detalhes do casamento dela. Eu sorria, ouvindo-a falar sobre flores e vestidos, mas, como sempre, o assunto logo voltou para Christian.— E como está o nosso querido Christian? — Alicia perguntou com um sorriso curioso.Suspirei e mexi no canudo do meu suco.— Mais protetor do que n