Iago O Protetor
Iago O Protetor
Por: Heart_Monteiro7
Prólogo

Votem e comentem!

Sabia dos riscos que corria se permanecesse nesse orfanato, desde pequeno comecei a observar a forma que os donos daqui tratavam as crianças principalmente as mais bonitas tanto que algumas dessas crianças começaram a se auto mutilar principalmente no rosto para que fossem consideradas feias para qualquer tipo de abuso.

Eles usavam as crianças mais novas ou mais velhos, para fazer coisas horríveis com elas. De uma semana para cá percebi que eles vêm me olhando de um jeito diferente, até que uma das poucas pessoas que realmente tenta cuidar de nós mas que não consegue infelizmente porque existem muitas pessoas ruins aqui me disse que estava ficando muito bonito.

De repente dentro de mim, um alerta foi ligado, se estou ficando bonito automaticamente me torno um alvo deles, portanto dessa noite não pode passar preciso fugir. Era arriscado sabia muito bem disso mas prefiro 1000 vezes viver nas ruas do que continuar nesse lugar horrível, acordo com os gritos principalmente das meninas, elas não querem mas eles as obrigam parece que viemos para o mundo para sofrer pois ninguém se compadece com nossa dor, muitos já tentaram denunciar mas ou são mortos ou acabam sendo usados de tal forma que não conseguem mais falar.

Não comentei com outras crianças que iria fugir seria arriscado demais sabia que quanto mais pessoas soubessem da minha intenção mais perigoso e complicado seria mas antes precisava fazer alguma coisa para salvar esses meninos e meninas, por isso antes de sair coloco fogo na minha cama, claro que foi uma maneira de distração mas também sabendo que esse fogo seria controlado rapidamente porque era só em uma cama.

O que não imaginei no entanto é que o fogo espalharia muito rápido, muitas crianças sofreram queimaduras graves, naquele dia algumas fugiram mas nenhuma morreu, o imóvel onde o orfanato funcionava era muito velho então o fogo consumiu o local em questão de horas havendo só cinzas e fumaça no lugar. Nunca voltei para aquele terreno cheio de lembranças horríveis já que não havia mais o orfanato, resolvi viver nas ruas comendo do lixo para sobreviver.

Depois fui integrado em uma gangue, eram meninos e meninas abandonados como eu, nós roubávamos, e de vez em quando também ameaçarmos para gangues maiores, o líder dessa gangue que fazia parte era mais velho do que todos nós, ele batia em alguns que não faziam o que ele mandava mas o pior era os abusos com as meninas, havia algumas garotas entre nós muitas dessas estavam entrando na adolescência.

Consequentemente despertando o desejo dele que era um sádico que gostava de sondar as meninas com perguntas muito ofensivas como se elas já tinham menstruado ou até mesmo se já tiveram relações com homens, muitas ficavam claramente constrangidas, apenas observava sabia que em questão de meses ele iria estuprar a menina que ele cercava mas tinha medo de falar alguma coisa ou avisar a menina e acabar sendo penalizado como aconteceu com outros meninos então resolvi me calar.

Mas havia uma menina da qual não sei bem se ele era apaixonado ou se tinha algum tipo de empatia mas quando percebi que ele começou a sondá-la, avisei do perigo, expliquei que ela poderia sofrer uma violência muito grande e que o melhor era fugir, ela ficou por um tempo tentando argumentar comigo dizendo que não iria acontecer nada com ela mas assim que mostrei para Alicia as outras meninas e como elas ficaram depois do que ele fez com elas, Alicia acreditou.

Em uma noite onde todos estavam distraídos Alicia e eu fugimos, sabia que a chance de nós dois vivermos juntos na rua era mínima, ela realmente era uma menina muito bonita, e seria difícil protegê-la, por isso disse que deveria seguir sozinha, lembro dos olhos dela cheio de lágrimas pedindo para que deixasse ir comigo mas não tinha opção já tinha salvado de ser violentada, não poderia salvá-la por toda a vida. Depois daquela noite nunca mais a vi, não sei se Alicia voltou ciente do que poderia acontecer para aquela gangue horrível ou se ela encontrou proteção por si própria.

Encontrei um pequeno beco com um galpão abandonado aonde comecei a viver, era um lugar somente meu, claro que era sujo e fedido e não tinha muitas opções, por isso fui ficando e ficando, conseguindo o meu sustento com pequenos roubos em mercearias ou até com pessoas que andavam na rua como era um lugar bem escondido poucos conseguiam me ver e me encontrar principalmente à polícia e foi assim por muito tempo até que um dia Nivea apareceu.

– Saia daqui, garota burra, já falei que não tem espaço para você aqui.

– Nem atrás da lata de lixo? Eu fico lá quietinha, eu tenho coberta e minha boneca, é só você me deixar ficar, por favor!

Lembro que empurrei ela no chão e bati nela com força, ela saiu sangrando mas ao contrário do que queria e imaginei, Nívea voltou no dia seguinte chorando mas implorando para ficar, não entendia essa fascinação que tem nesse lugar nojento.

– Tem que roubar, senão roubar não vou dar comida para você, entendeu?

– EU NÃO VOU ROUBAR, ROUBAR É ERRADO, DEUS NÃO GOSTA!

Assim, Nívea nunca roubou, no final acabei ficando com pena dela e dividia minha comida com ela, me considerava seu irmão mais velho e por muito tempo ela foi minha irmã também, minha única família.

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