Theodora
Aquela semana no trabalho foi exaustiva. Era sexta-feira e eu não via a hora de ir para casa me ver longe daquele lugar sufocante. A Contacte Contabilidade era um escritório grande e no meu setor só havia mulheres.— Você errou essa planilha, Theodora! — minha encarregada falou, com a voz cheia de irritação. — E se eu enviasse assim? Refaça e pelo amor de Deus, confira mil vezes antes de me entregar qualquer coisa!Eu me afundei na minha cadeira. Enia era mais jovem do que eu, mas como filha do dono era bastante autoritária.Não bastava eu ser a vítima favorita das implicâncias dela, mas eu realmente estava muito distraída naquela semana e havia cometido alguns deslizes, o que no mundo da contabilidade era imperdoável.Que eu odiava o meu trabalho não era novidade: me sentia tão triste atrás daquela mesa de escritório, olhando o tempo todo para números, planilhas...mas era melhor que os meus dois últimos empregos com telemarketing. Ali pelo menos o salário era digno e eu tinha convênio médico.— Desculpe Enia, eu vou refazer com cuidado — respondi, me auto recriminando e pedindo a Deus que me desse mais atenção.E quando saí do trabalho já era tarde e não tive coragem de ir para a escola de dança. Eu faltar numa aula no estúdio de dança era algo raro de acontecer, no entanto eu me sentia tão desanimada.Aquela festa que o Kaique me levou foi um soco no estômago. Passei a sonhar com ambientes mais alegres, roupas bonitas e a genuína admiração masculina...mas não qualquer olhar masculino. Eu ainda me lembrava daquele homem.Quando cheguei em casa me assustei quando vi Kaique na sala, sentado no sofá velho que ganhamos de doação e ao lado estava minha irmã adotiva Lisa. Eles riam largamente e só pararam quando entrei.— Tessy, você demorou!— Você não foi ao estúdio? — eu pergunto, tirando a bolsa do ombro.— Você não viu minha mensagem? — suspirou. — Ainda bem que essa querida estava aqui para me fazer sala. — Ele abraçou a Lisa.— Vou tomar um banho e já venho — eu fui dizendo, pois me sentia muito cansada para enfrentar as maluquices de Kaique sem tomar um banho antes.— Ok amiga, vou para o seu quarto com a Lisa e te espero lá.— No meu quarto? Mas o que...— Relaxa, maninha — Lisa falou. — A nossa mãe já tá voltando e com certeza é melhor falar longe dela. O Kaique estava me contando todos os babados da festa de sábado!Ignorei os dois e corri para o banheiro. Poucos minutos depois adentrei no quarto e encontrei os dois revirando meu guarda roupa.— Mas o que vocês estão fazendo no meu guarda-roupas?— Nós temos uma festa na piscina para ir na casa do Octávio Servantes.— Octávio Servantes?— É aniversário do filho caçula dele. O gatinho não tem muitos amigos e anda meio desanimado. O pai dele tá fazendo essa festa e quer bastante gente jovem. — Kaique pegou na minha mão e me girou — Segundo ele, somos um casal animado e nos convidou! Não é ótimo?— Deve ser porque você dançou com quase todo mundo na festa. Foi uma sorte ele não te ver flertando com os seguranças deles.— Gosto de viver perigosamente!— Deve ser uma casa muito linda! Eu li que esse povo é podre de rico! — Lisa falou. — Alguma chance de você me levar também, Kaiquezinho?— Verdade, a Lisa não pode ir com a gente? Você se empolga some e logo eu ficarei sozinha e deslocada, igual sábado passado.— Olha, vou perguntar se posso levar você, Lisa...— Isso! — minha irmã comemorou. — Agora Tessy, cadê aquele biquíni amarelo que você comprou, mas nunca usou? Aqui! Achei. Olha Kaique, ela provou esse biquíni na loja e ficou um estouro!— Essa cor vai combinar com ela.— É uma festa na piscina, não dá pra usar chapinha, já vou avisando...— Maninha, lembra quando fiz aquela trança com fita branca no seu cabelo? Vou fazer novamente e você vai ficar super charmosa.— Lisa tem muito bom gosto — disse Kaique. — Você devia aprender com sua irmã — sorriu. — Pego as duas lá pelas dez horas da manhã e conto com você Elizabeth para arrumar minha linda "namorada".— Pode deixar! — Lisa bateu continência para ele e ambos riram — É bom levar um par de roupas a mais, esse povo rico gosta de estender as festas...Todos concordaram.No dia seguinte, no horário combinado estávamos minha irmã e eu prontas e aguardando meu amigo. Eu estava de cabelo trançado com fitas brancas, um vestido primaveril escondendo o biquíni e mantinha nas mãos as unhas em gel da semana passada.— Eu ia te emprestar meu óculos de sol, mas achei tolice esconder esses olhos lindos, maninha.— Acho que os óculos me ajudariam a me esconder...— Cresce, Tessy.Kaique nos buscou em um carro alugado e cerca de vinte minutos depois chegamos a Vila Olímpia, um dos bairros mais chiques que eu já vi em São Paulo. A propriedade dos Servantes era uma mansão muito arborizada, com um conjunto de piscinas que impressionava qualquer um. O porteiro conferiu nossos documentos e depois apontou onde poderíamos guardar nosso veículo.— Dá até vergonha de aparecer aqui com esse carro — disse Kaique, uma vez que o Honda Civic que ele alugou parecia um carrinho de sorvete perto dos veículos importados estacionados pela propriedade.— Não seja bobo — Lisa disse, agarrando-se ao braço dele. — Não deixe que essas coisas subam à sua cabeça. Estamos aqui para nos divertir e quem sabe você finalmente não fecha esse negócio com os Servantes?— Que é tudo muito impressionante aqui, isso é! — eu disse, me agarrando ao outro braço do meu amigo. — Então vamos lá. Estou feliz que tenha vindo, Lisa.— Eu ainda mais. Nunca entrei num lugar assim — minha irmã disse, ajeitando os óculos de sol.Kaique fez o sinal da cruz na própria testa e depois de suspirar longamente nos guiou para a área da festa.Logo fomos recepcionados pela Sra. Ofélia que estava muito elegante num conjunto de banho cuja parte de baixo mais lembrava uma mini saia. Os cabelos estavam escondidos num chapéu enorme e ela trazia na mão um drink repleto de frutas.— Vocês vieram, meu marido vai ficar feliz. — Ela nos cumprimentou com beijos no rosto e eu pude sentir o cheiro forte de cigarros exalando dela — Venham, estão todos na piscina.Ela puxou Kaique pela mão e eu os segui, observando atentamente cada detalhe daquela mansão maravilhosa. O piso era todo em mármore branco e eu fiquei imaginando o trabalho que devia dar para mantê-lo assim. Com certeza deviam ter uma equipe de limpeza de alto padrão.— Querido, seus convidados chegaram! — Ofélia anunciou em alto som para que ouvissem.Todos se viraram para nós. Havia um grupo razoável de pessoas em trajes de banho circulando pela área de lazer, na sua maioria jovens. Nos aproximamos de Cristian, o aniversariante que estava ao lado do seu pai, Octavio, de outro homem que devia ser um amigo e uma mocinha.— Viemos te parabenizar. — Kaique disse, Lisa e eu repetimos o cumprimento com beijinhos no rosto.— Eu não estava muito animado para comemorar esse ano, mas meu pai insistiu muito — disse Cristian. — Esse é meu melhor amigo, Victor.Todos foram apresentados pelo nome. Eu fiquei em dúvida se a mocinha ao lado do Victor era namorada ou irmã dele, pois parecia uma adolescente. Minha dúvida logo foi resolvida, pois Lisa nunca deixava de falar o que estava pensando:— Que fofo Victor, você trouxe sua filha! — ouvi Lisa dizer.— Não sou filha dele. — A garota chamada Patrícia riu — Victor e eu estamos nos conhecendo. Aliás já tenho dezenove anos.O tal Victor ficou um pouco vermelho e Lisa riu divertida, típico dela que não estava nem aí para nada. Logo em seguida fomos atrás de algo para beber.— Não vão ficar só de biquíni? — perguntou Kaique. — Aproveitem a piscina, meninas.— O que você está aprontando? — Desconfiei — Eu vi que o segurança que você gostou na festa está aqui.— Pois então...— Não vai aprontar, por favor — eu pedi.— Deixe o Kaique, maninha. Vamos nos divertir! — insistiu Lisa, já pegando uma bebida toda colorida e de sabor adocicado. — Faz tempo que não nos divertimos juntas Tessy. Não seja chata, deixe o Kaique fazer o que ele quiser.Lisa parecia a irmã mais jovem e não ao contrário. Não sei se por ser adotada, ela foi criada de forma muito mais independente que eu. Lisa era uma mulher bonita: parda com cabelos cacheados e apesar de ser magra, possuía curvas mais generosas que as minhas. Enfim, éramos muito diferentes e talvez por isso nos déssemos tão bem.Minutos depois já estávamos na piscina exibindo nossos biquínis. Com o incentivo da minha irmã decidi que deveria aproveitar aquela oportunidade e desfrutar de um sábado divertido e rodeado de gente bonita. Olhei para todos à nossa volta tentando achar o filho mais velho de Octávio Servantes, mas não o encontrei. Talvez fosse melhor assim, ficar longe era mais seguro.— Está procurando alguém? — Lisa percebeu que eu buscava alguém com o olhar.— Só uma pessoa que conheci na festa que fui com Kaique. Ninguém é importante.Lisa começou a nadar para longe de mim e logo estava participando do jogo de polo que acontecia na outra piscina. Eu encontrei um canto na piscina onde apoiei as costas e fechando os olhos me deliciei com o calor do sol que nos banhava naquele dia tão iluminado.— Aceita um drink, doçura? — Abri os olhos e dei de cara com um senhor de cabelos grisalhos que olhava para mim sem nenhum pudor.— Acabei de tomar uma batida de frutas, mas agradeço a atenção — eu disse, mostrando o copo que descansava na borda.— Eu sou Ferraz, amigo do Octávio.— Sou Theodora — eu disse, por mais que não quisesse apertar a mão daquele homem, me senti obrigado.— Nome interessante. Você está sozinha, bebê?— Estou com meu namorado — respondi com firmeza.— Então aquele moço que chegou com você é seu namorado? — ele indagou, demonstrando surpresa. — Você é muita areia para o caminhãozinho dele — disse o homem ainda segurando minha mão.Os olhos dele pareciam correr o tempo todo pela marca do meu biquíni e eu nunca me senti tão exposta. Puxei minha mão de volta.— Desculpe, preciso ir ao banheiro. — Eu saí da piscina imediatamente, sentindo sobre mim o olhar libidinoso daquele homem que poderia ser meu avô!Andei o mais rápido que pude, olhando praticamente para o chão, quando dei de encontro com alguém. Antes que eu pudesse me desculpar, meu olhar cruzou com o dono daquele corpo grande forte: Robert Servantes.Robert Era dia do aniversário de Cristian, um evento criado por minha mãe em cima da hora. Cristian nunca foi de comemorar o próprio aniversário, todavia, como ele andava muito baixo astral, a ideia de uma festa pareceu ser positiva. E meu irmão caçula não poderia recusar já que, nossos pais estavam muito animados, como se a festa fosse deles. Depois de uma semana cansativa na empresa, repleta de reuniões inadiáveis, tudo o que eu mais queria era um final de semana tranquilo. Ainda assim, fiquei incumbido de buscar Betina e depois o bolo e doces e ambas as tarefas me pareciam morosas. Betina demorou demais para se arrumar e o bolo foi encomendado em um lugar bem longe. Quando chegamos à casa do meu pai, confesso que já estava cansado. Todo mundo parecia já ter chegado e poucos notaram nossa entrada. Betina logo se desvencilhou na minha mão e correu para meus pais, cobrindo—os de abraços enquanto eu tentava achar algum funcionário que poderia ir comigo ao carro buscar o
TheodoraQuando o sol começou a baixar, os convidados foram se retirando da área da piscina. Kaique tinha voltado para o meu lado há pouco tempo e eu não escondi minha chateação por ter sido abandonada.— Melhore essa carinha, meu amor — ele disse, me fisgando pela cintura. — Você se saiu muito bem.— Por onde andou? Achei que seu objetivo era conquistar o Sr. Servantes e tentar fechar o negócio com a empresa deles para ajudar seu pai.— Sim, o objetivo era esse até eu colocar os olhos no Alejandro...— Alejandro?— Sim, o segurança bonitão deles. — Kaique deu uma desmunhecada, contudo logo se recompôs — Só de lembrar daqueles braços enormes empurrando contra a parede da garagem, me arrepio todinho.— Me poupe dos detalhes! — arfei. — O seu problema, meu amigo, é que mesmo sendo gay você age igualzinho a todos os homens: pensam mais com a cabeça de baixo do que a de cima!— E você precisa de uma boa foda — ele disse, me encarando daquele jeito cheio de desdém. — Deve estar juntando t
RobertDepois dos parabéns ao meu irmão Cristian, o salão virou uma mini balada. De repente tiraram uma caixa de som, não sei de onde e uma seleção de músicas agitadas começaram a tocar.Eu estava no meu canto, observando a animação dos convidados ao dançarem. Até mesmo meus pais pulavam entre os jovens e Cristian havia arrastado Dona Marta, a governanta, para dançar também. O ambiente estava à meia luz, minha mãe havia improvisado uma iluminação interessante com castiçais. Victor se aproximou de mim com dois copos de uísque e me ofereceu um, que eu aceitei de bom grado.— Obrigado. Não vai dançar? — eu perguntei a ele, enquanto sorvia o líquido amarelado.— Nem pensar. Sou muito descoordenado, ia passar vergonha.— Essa eu queria ver — eu ri. — Cadê sua acompanhante?— Tive que mandar para casa de táxi. Longa história. — Ele voltou o olhar para os que dançavam — Aquele moço que seu pai convidou, se ele não estivesse com a namorada aqui diria que ele é viado. Olha o jeito que ele rebo
TheodoraEu voltei para dentro da mansão com o rosto em chamas. Estava tão desorientada que não sabia para onde ir. Por sorte, Kaique e Lisa me interceptaram logo que me aproximei do salão e juntos subimos as escadas que davam para um imenso corredor.— Dona Ofélia já me mostrou o meu quarto — Lisa indagou, me puxando pela mão.Entramos todos no cômodo e, se o momento fosse outro, eu teria me encantado com o papel de parede em tons de camurça e branco. Eu apenas sentei na cama despejando todo meu peso nela, como se fosse um saco de batatas.— Menina, o que aconteceu? Você saiu da pista e depois reapareceu com essa cara — Kaique disse.— Eu torci o tornozelo — comecei dizendo.— E você não foi ver se ela estava bem? — Lisa interrogou Kaique que se fez de desentendido — Você é um péssimo namorado!— Você também estava ocupada demais com o caçula dos Servantes, que eu vi. Eu te trouxe aqui para dar apoio à sua irmã.— Gente, não precisam discutir por minha causa — eu pedi com voz cansada
Robert O café da manhã que Dona Marta preparou era digno de um hotel de luxo. A maioria preferiu se sentar na grande mesa preparada no Salão principal, enquanto eu apenas me servia de um café puro e bem forte. Próxima à escada que levava para o terraço estava Theodora, sozinha. Era evidente que algo a preocupava e eu senti vontade de ir conversar com ela, mas antes mesmo que eu me pusesse em sua direção, a mulher subiu as escadas. Não deu dois minutos e vi o Senador Ferraz se dirigindo para o mesmo lugar. Meu sangue gelou, uma vez que o velho era conhecido por não ter a mínima noção de decoro e moral, incrível que um tipinho como aquele fazia parte do círculo de amigos do meu pai e não tinha o menor sentido estar na festa de Cristian. Depois do flagra que meu pai nos deu na noite anterior entendi que era melhor não me meter com Theodora, mas os minutos começaram a passar e confesso que um mal pressentimento começou a me dominar. Não era prudente que nenhuma mulher
Theodora Eu já havia me sentido assim com alguém em qualquer momento na vida? Com uma urgência não resolvida, uma fome nunca saciada? Quando Robert capturou minha boca num beijo intenso e gostoso eu não pude resistir, pois meu corpo todo implorava por isso. E pensar que horas atrás eu estava à mercê de um abusador que me fez ter nojo de mim mesma, a ideia de ser violada por um ser tão asqueroso era tenebroso e graças a Deus que Robert havia aparecido. Eu olhava para ele como se fosse reluzente como ouro e minha gratidão não cabia no peito. Então eu entendi que queria ser dele, mesmo que fosse uma única vez. Diferente de Ector, meu ex namorado, eu me sentia segura comigo mesma e pronta para avançar. — Tessy... Ele me chamar pelo apelido só fez minha certeza se intensificar. Correspondi ao beijo dele, passando minhas mãos pelos braços bem torneados. Então ele me levantou e me colocou sentada sobre a mesa em que antes tomávamos nosso café. Uma xícara caiu
Theodora Eu gostaria de poder dizer que as duas semanas seguintes passaram voando, mas não seria verdade. Se arrastaram como velhas raquíticas. Minha rotina voltou ao normal. Depois do escândalo na mansão dos Servantes, Kaique disse a todos que terminamos e assim eu fiquei fora de campo. De qualquer forma, o Toninho fechou negócio com o Octávio e agora eles eram vistos constantemente na companhia um do outro. Tudo normal, tudo como o esperado, exceto por uma coisa: eu não parava de pensar em Robert! Nós nos vimos em duas ocasiões apenas: na Festa Beneficente e no aniversário de Cristian, sempre acreditei que se precisava de muito mais tempo para cultivar sentimentos fortes por alguém e com Robert Servantes foi diferente.Toda vez que o telefone tocava eu olhava ansiosa esperando que fosse ele e logo lembrava que eu não tinha lhe dado meu número, então eu ria do ridículo da minha situação. Estar no trabalho com a cabeça repleta de recordações tumultuadas não aj
Robert Eu estava trabalhando como um louco nos últimos dias. Tínhamos uma filial nova sendo criada na Argentina, havia o novo contrato de treinamento com a escola do Toninho e várias e várias reuniões com fornecedores. Cristian estava se envolvendo em um novo negócio e, portanto, as maiores responsabilidades da nossa rede de Hipermercados estavam recaindo sobre mim. Meu pai trabalhava mais como um consultor e em seus setenta anos, já não aguentava mais ficar o dia todo trancado num escritório. E hoje haviam inventado um jantar de noivado, argh! Minha mãe não se conformou que Betina e eu estivéssemos noivos sem a pompa necessária. Aliás, ela queria realizar uma recepção na casa dela, com uma lista de oitenta convidados , mas fui muito taxativo quanto ao tamanho do evento: o mais íntimo possível. No final da tarde fui para meu apartamento me arrumar apesar da dor de cabeça infernal. Nos últimos dias eu tinha enxaqueca todos os dias, além de uma queimação no estômago.