Cristal baixou o olhar, ainda hesitante, mas podia sentir como, pouco a pouco, as palavras dele começavam a ressoar dentro de si.
— Vamos, meu tesouro, és minha mulher, a mulher do solteiro mais cobiçado de Roma, e tu conquistaste-me sem sequer te esforçares. Vá lá, querida, para de chorar já — Sentiu como Cristal se agarrava a ele com força. — Amo-te, meu amor, amo-te. Farei tudo o que quiseres e mais, só peço que pares de chorar agora, querida, vá lá. Abraçou-a com força, como se temesse que ela pudesse escapar a qualquer momento, e beijou-lhe a testa antes de continuar a limpar delicadamente as suas lágrimas. A sua voz manteve-se baixa, quase um sussurro, falando-lhe com ternura e desespero. — Por favor, meu amor, não chores mais. Farei o que for preciso para te ver feliz, minha vida — repetiu GeróCristal tentou protestar, mas Gerónimo já havia começado a beijá-la e lambê-la com muito cuidado em seu centro. Ela reclina-se contra o espelho e geme; a sensação de ardor desaparece, deixando apenas o prazer que ele lhe está a proporcionar. — Amor... Amor... Espera um momento —. Com grande esforço, ela tenta detê-lo para dizer-lhe quem realmente é, quer fazê-lo. — Diz-me, meu amor? —pergunta ele sem parar de beijá-la. — Podes fazer outra promessa por mim? —pergunta ela, algo que surpreende Gerónimo, mas ele não para. Quer fazê-la esquecer-se de tudo o resto. —Oh, Deus, oh...! Pára um momento, tenho que falar contigo! — Fala, meu amor, estou a ouvir-te —. E ele insere a língua no interior dela, enlouquecendo-a. — Ahhh...! Gerónimo, promet
Alonso continua defendendo seu espião, lembrando-se da vez, quando vinham da Sicília e os encontraram ajoelhados, prontos para serem executados. Intervieram e acabaram com aqueles cães antes que cometessem outra injustiça. — Desde então, os pais dele e o filho, que é o meu espião, vivem conosco, trabalham na fazenda dos avós. Como podes duvidar da lealdade dele? —pergunta com seriedade. — Ele não nos trairia, muito menos por Maximiliano. O olhar de Fabrizio endureceu ainda mais, com a mente trabalhando a toda velocidade. As palavras de Alonso e Dante começaram a dar forma a uma suspeita que, embora apenas uma teoria, já pesava como uma verdade incontornável. A ira crescia dentro dele, mas conseguiu conter-se o suficiente para não perder o controle. — Está bem, Alonso, não fiques assim —repetiu com calma estudada, e
Todos os seus irmãos olhavam para ele com incredulidade, como se as palavras de Fabrizio fossem tiradas de uma história impossível de acreditar. No entanto, o chefe da família continuava o seu relato com um tom grave, marcado pela mistura de emoções que ainda conseguiam afetá-lo ao recordar. —Segundo os guardas que cuidam da minha filha Fiorella, chamavam-na e gritavam enquanto corriam na sua direção —continuou Fabrizio, contendo a emoção na voz, embora fosse evidente que a sua ira e preocupação ainda estivessem frescas—. Mas já a conhecem... Está sempre com os seus auriculares, esses malditos auriculares, e não ouve nada! Estou farto de avisá-la para não o fazer, mas ela recusa-se a obedecer. Fez uma pausa, fechando os olhos por um momento, como se revivesse tudo na sua mente. Esteve perto de perder a sua preciosa fi
Nesse momento, Gerónimo continuava a falar com Darío e franziu o sobrolho ao refletir sobre as palavras do amigo. Reconhecia que ele tinha razão, mas os seus carros eram especiais, equipados com tudo o que pudessem precisar caso fossem atacados. Eram fortes e poderosos, mas todas as mulheres em Roma os conheciam. —Tens razão. Vou ligar ao Filipo para me arranjar um novo, de outra cor, algo discreto. Apesar de não me entusiasmar muito a ideia… —murmurou com certa hesitação, mas depois lembrou-se do olhar magoado de Cristal e da sua recente discussão. Um leve sorriso desenhou-se no seu rosto enquanto inspirava—. Por ela, vou fazê-lo. Darío acenou afirmativamente do outro lado da linha, satisfeito por ver que o seu conselho estava a ser levado a sério. —Cuida-te, Gerónimo. Se não precisas de estar na rua, fica em casa, ao menos dur
Gerónimo percebeu a dúvida na voz dela, a mesma que ele próprio tinha alimentado com o seu historial e algumas das suas atitudes recentes. Cristal não conseguia evitar lembrar-se da imagem das inúmeras mulheres que rodearam o seu marido "Casanova" no passado. Ela própria tinha visto isso com os seus próprios olhos. Era algo constante, impossível de esquecer. Ele suspirou, percebendo como os ciúmes de Cristal estavam a levar a conversa a um ponto que ele não podia permitir. Ele adorava-a, mas sabia que, se não agisse rapidamente, a desconfiança cresceria como um fosso intransponível entre eles. Reconheceu que, dado o que tinha acontecido, a sua atitude realmente parecia suspeita. Por isso, decidiu agir rapidamente, com um plano claro. —Céu, não fiques paranóica, por favor. Olha, calma —disse, levantando suavemente as mãos como se t
Cristal, consciente de que se tinha traído a si mesma, tentou corrigir rapidamente. —Nada, nada. Quero dizer que… que me conhecem por Cristal, mas aqui só tu e a tua família me chamam por esse nome. Os outros conhecem-me como Agapy —disparou precipitadamente, sem notar que as suas palavras apenas aumentavam os alarmes. Por dentro, repreendia-se amargamente. Por que não aproveitaste para lhe contar a verdade, Cristal? Diz-lho agora e para de mentir! Ele pode ajudar-te, defender-te do Jarrett. Gerónimo observou-a em completo silêncio, como se tentasse decifrá-la. Tudo no seu instinto lhe dizia que ela estava a esconder-lhe algo. Mas decidiu não pressioná-la. Sabia que Cristal estava descontrolada, enredada no seu medo. Forçá-la naquele instante só aumentaria o risco de ela voltar ao mesmo comportamento impulsivo que a tinha levado a fugir apó
Sem dizer mais, afastou-se dele, deixando cair o lençol com um movimento descuidado, ficando à vista com uma pequena camisola transparente e umas cuecas mínimas. Sua intenção não parecia ser provocá-lo, mas a visão da sua figura fez com que Gerónimo soltasse uma risada inaudível e fosse invadido por uma mistura de assombro e desejo. —Céu...! Se me fazes isso, não vamos sair hoje! —exclamou, rindo enquanto corria atrás dela, deixando a tensão da conversa em segundo plano por um momento. Cristal desviou-se agilmente, soltando uma gargalhada enquanto desaparecia no quarto. O som do seu riso tranquilizou-o de forma quase automática. Era uma melodia que conseguia derrubar os seus medos mais profundos, pelo menos durante uma breve trégua. Mas, embora naquele instante a felicidade parecesse encher o ar, por baixo da superfíci
Cristal olhou-o profundamente, como se tentasse compreender por que razão ele a interrompia justo quando estava prestes a falar. Porém, a menção de Jarret fez com que um arrepio percorresse o seu corpo ao lembrar-se do que tinha deixado para trás. E se o seu passado agora os alcançasse? E se toda aquela calma aparente fosse apenas o prelúdio de uma tempestade muito maior? —Estás sempre a interromper-me quando quero falar disso, e é realmente decisivo para nós. Quero que saibas que entre ti e eu... —começou Cristal, tentando arrancar aquilo que tanto a atormentava da garganta. —Querida, falaremos disso depois, quando chegarmos à cabana. Perdoa-me por interromper-te, não foi intencional. Mas agora, primeiro conta-me mais sobre o teu ex —insistiu Gerónimo, sem lhe dar muito espaço para evitar o assunto—. Preciso de saber tudo par