Giovanni semicerrou os olhos, considerando lentamente as palavras de seu filho. A possibilidade de uma aliança, embora inimaginável, entre os Garibaldi e os Papadopulos começava a se insinuar em sua mente como um pensamento perigoso, mas tentador.—Filho —começou a falar Giovanni—. Você sabe o que isso significa para todos nós. Não é apenas sua vida que está em jogo. Toda a nossa família pode ser afetada por essa decisão.—Eu entendo o que isso implica, pai. Mas esta é a minha vida e a minha decisão. Cristal —Agapy— e eu escolhemos o amor em meio a essa neblina de rivalidades e segredos. Espero que um dia vocês possam entender e aceitar isso —disse, com firmeza.Rosa, ainda presa na incredulidade e na ira, cruzou os braços, decidida a se opor ao que considerava uma gravíssima traição.—Gerônimo, você não pode simplesmente esperar que aceitemos isso sem mais. Você sabe o que está nos pedindo? —sua voz tremia entre a fúria e o desespero—. Você não vai se casar e ponto! Eu disse isso ant
De repente, ouviu-se uma enorme explosão e o barulho de pneus rangendo no asfalto, enquanto Guido podia ouvir claramente como seu irmão manobrava para manter o carro. Então, um impacto e nada mais. Um silêncio tenebroso devolveu o telefone a ele.—Gerônimo, Gerônimo, meu irmão, responde, responde…! —chamava assustado Guido, enquanto acelerava e enviava uma mensagem de emergência para todos os seus contatos com a localização do carro de seu irmão.Os pensamentos de Guido eram um turbilhão enquanto seu carro avançava. Ele não poderia permitir que aquele silêncio repentino e aterrador fosse definitivo. Seu vínculo com Gerônimo ia além do sangue; era uma conexão forjada nas alegrias e nas dificuldades, no amor e nas batalhas contra inimigos em comum.—Gerônimo, Gerônimo, meu irmão, responde, responde&hel
Desde o carro que dirigia Coral, Cristal ouvia o som distante dos disparos de seu amado; cada recarga da arma se sentia como um batimento em seu coração. Seu mundo girava em torno da voz de Gerônimo, de suas palavras entrecortadas pela dor.Maximiliano, concentrado, planejava os movimentos a seguir assim que alcançassem a montanha. Sua mente trabalhava a todo vapor, destacando a importância de cada decisão. Sabia que qualquer erro poderia ser fatal. Cada quilômetro percorrido sob a lua parecia eterno, mas a cada avanço, a esperança se fortalecia.Enquanto isso, Gerônimo, com grande esforço, deixou cair seu telefone e sacou seu revólver. Começou a se deixar guiar pelo som dos passos de quem se aproximava. Disparava e só se ouviam os gritos; uma e outra vez disparava e sempre acertava o alvo, fazendo com que retrocedessem.—¡Parem! ¡O Garibaldi vai nos matar a
Sem saber que todos os Garibaldi que foram notificados se aproximavam de sua localização a partir de diferentes direções, o medo não tinha lugar entre eles, pois a fidelidade à sua causa e o desejo de salvar um de seus próprios superavam qualquer angústia.Ao chegarem, viram preocupados como, pouco a pouco, os atacantes se aproximavam do carro de Gerônimo, que havia parado de disparar, e se concentraram em impedir que os inimigos chegassem ao veículo. Cristal viu Guido e correu em sua direção.—Guido, precisamos chegar até Gerônimo, vão matá-lo se não fizer algo. Olha, já quase o alcançaram e deve ter acontecido algo com ele, não dispara! —ela dizia enquanto apontava para dois homens que tentavam se aproximar de Gerônimo.—Eu sei, Cristal, eu sei —respondeu Guido, desesperado para ajudar seu únic
Neste momento, Ellie entrou pela porta chorando, acompanhada de seus pais. Ela se dirigiu até Rosa e a abraçou, após terem sido chamados a caminho da clínica. Cristal estava de pé, coberta de sangue de Gerônimo, ao lado de Guido, Coral e Maximiliano; apenas olhava para a porta da sala de operações, como se sua vida dependesse dela. Seu corpo todo tremia, mas ela não se movia de seu lugar, como se não escutasse mais nada. Toda a sua concentração estava naquela porta. Guido a abraçou em silêncio, tirou seu paletó e colocou sobre os ombros dela.—Saia daqui! —gritou de repente Rosa, que conseguira se soltar do esposo e vinha em direção a Cristal—. Você não tem nada a fazer aqui, desavergonhada!Cristal, firme, não permitiu que as palavras ferinas de Rosa a desconectassem de sua determinação. Seu amor por
Todos ficaram olhando fixamente para Cristal, que se interpôs à frente de Ellie, que a encarava com fúria. Maximiliano era o mais surpreso; sua irmã, de natureza delicada e tímida, nunca havia enfrentado ninguém, e agora a via ereta, com um olhar fulminante sobre sua rival. Ellie olhou para Rosa em busca de ajuda.—Cristal, pare de fazer vergonha e deixe a noiva do meu filho passar! Você não é ninguém para impedir! —gritou Rosa, vindo em auxílio de Ellie, que sorriu sarcasticamente para ela.—Quem você pensa que é?! —gritou Ellie, tentando passar à frente, mas Cristal a deteve novamente—. Me solta, desavergonhada! Não basta ter os seus homens, agora quer tirar o meu?Plaf, plaf! Ouviram-se duas fortes bofetadas que fizeram todos olharem surpresos para o local.—Nem você nem ninguém tem o direito de me insulta
Eles saem apressados do hotel e se dirigem ao prédio de Fabio Garibaldi. Ao chegarem, não veem nenhum de seus homens. Eles os chamam repetidamente, mas não obtêm resposta. Por fim, decidem ir embora.—É melhor irmos, não gosto disso. Precisamos nos preparar e depois vou pegar Cristal —diz Jarret.—Chefe, você vai levar este carro? Seu pai vai te matar —lembra seu segundo, consciente do quanto gastou no luxuoso veículo.—Não me importo, gosto muito dele. Vamos, vamos embora —responde Jarret enquanto se dirigem para a saída da cidade, quando recebe uma ligação.—Quer saber onde está Cristal neste momento? —pergunta Ellie.—Ellie, se você tem essa informação, me diga —exige Jarret, furioso.Enquanto Jarret lutava entre o desejo de obter essa informação e o risco de seguir os i
O quarto se cobriu com um manto de silêncio, rompido apenas pelo suave som das máquinas que monitoravam Gerônimo. Cristal permanecia atenta, observando cada respiração, cada suspiro de seu amado, sentindo que seu lugar no mundo estava ali, ao seu lado.Luigi, que veio trazer roupas para Cristal, as coloca sobre a mesinha fazendo um sinal para ela, e Cristal agradece. Em seguida, ele fecha a cortina e a porta, e ordena a dois seguranças que não deixem ninguém entrar, exceto ele e a chefe de enfermagem. Sai depois para falar com seu irmão.—Fabrizio, acho que é melhor que todos voltem para casa —sugere e prossegue explicando—. Gerônimo precisa ficar alguns dias aqui no hospital, e acho que ele só quer sua esposa ao seu lado.—¡Eu quero vê-lo! —se adianta novamente Rosa, que Giovanni tinha ido buscar para que ouvisse o último boletim médico antes de ir embora—. É meu filho, preciso ver se ele está bem.—Rosa, ele agora adormeceu. É melhor deixá-lo em paz e venham amanhã, quando ele estar