Abro a porta em uma pequena brecha e fico boquiaberta ao ver quem é.— Dominic?! - indago surpresa — O que faz aqui a essa hora?Rapidamente ele levanta a mão com uma sobremesa na mão.— Não estava conseguindo dormir, então, decidi vir até aqui e ver se você gostaria de dividir essa sobremesa típica daqui do Quênia comigo. - sorri encantadoramente.Apesar de ainda estar com um pouco de sono fico feliz pelo seu belo gesto.Feliz por ele ter pensado em mim como uma companhia na hora da insônia.— Claro, com certeza. - retribuo o sorriso enquanto abro mais a porta para ele poder entrar — Entre.Ele passa por mim e me olha um pouco sem jeito.Acho que por eu ainda estar de roupão.— Ahm.. se você quiser ir se trocar, não tem problema, eu espero. - diz colocando a sobremesa em cima da mesa.— Ah, eu acho que não vejo nenhum problema de ficar de roupão, afinal somos apenas amigos, não é? - indago olhando- o atentamente — A não ser que você vá ficar desconfortável com isso.Um pouco sem graç
Depois de quase uma hora tentando dormir, finalmente eu pego no sono.Toc.. Toc.. Toc..Acordo horas depois com batidas insistente na porta.uaaaaaah!! — bocejo e me espreguiço — Do certo o Dominic ou o senhor Price mandou alguma coisa para eu de novo.Levanto e vou até a porta atender.— Bom dia! — cumprimento gentilmente o rapaz do serviço de quarto.— Bom dia senhorita e desculpe por incomoda- lá tão cedo, mas é que o senhor Price pediu para lhe entregar isso pouco antes de sair com a sua noiva. — estica o braço com um bilhete na mão.Fico surpresa ao que ele me diz.— Pera aí, acho que eu não entendi direito. — digo pegando o bilhete da mão dele — O senhor está me dizendo que o senhor Price já saiu do hotel com a sua noiva, é isso?— Sim senhorita, isso mesmo. — confirma — A mais ou menos uns 10/20 minutos atrás.Mordo o canto do lábio fortemente para segurar a raiva que surgi rapidamente dentro de mim.— Ahm.. ok, obrigada. — agradeço com um sorriso forçado.Ele acena com a cabe
Ele me leva para uma pequena sala de espera.- Você está bem? - segura delicadamente em meu rosto com as duas mãos.- Estou sim, obrigada pela preocupação. - Não tem de quê. - sorri em seguida se afasta - Agora sente-se, eu vou buscar um copo de água para você.- Tá bom.Ele sai, mas volta rapidamente com o copo de água.- Aqui. - entrega- me o copo.- Obrigada. - agradeço novamente enquanto ele se senta ao meu lado.- Você não estava esperando que isso acontecesse, não é? - indaga.- Não! - suspiro pesadamente mexendo em meus cabelos.- Bom, mas você deveria. Porque quando temos relações desse tipo, sempre acaba dando mal para uma ou ambas as partes.- É, eu sei. - concordo - E acredite você ou não, eu não estou orgulhosa do que fiz. Muito pelo contrário, eu estou me sentindo horrível, um lixo.- Grace, eu até queria lhe dizer para não ficar assim, pois dos dois ele foi o que mais errou, mas infelizmente eu não posso fazer isso. Porque ambos erraram por igual. Então ambos devem lida
Minutos depois..O carro para no centro de Nairóbi.— O que vamos fazer aqui? — indago surpresa enquanto desço do carro.— Comprar algumas coisas para o nosso passeio.Curiosa, eu quero muito perguntar que coisas iremos comprar e que tipo de passeio faremos, mas é melhor não.Ele me pediu para confiar nele, então.. eu confiarei.— Ok!Ele, então, pega em minha mão e me leva em direção a algumas lojas.Comprando uma sunga para ele, um biquíni para mim, um chapéu de praia, protetor solar, uma toalha, óculos de sol e algumas coisas num mercadinho para fazermos um pic-nic na praia. — Nic, para que praia vamos? — pergunto extasiada.— Diani Beach! — responde rapidamente.— Hum.. legal.Eu já havia ido a praia com o Anthony e com o senhor Price, mas confesso que não foi tão bom quanto está sendo passar o dia em uma belíssima praia ao lado do Dominic.Ele me protegendo com a toalha para que eu possa vestir o biquíni.Um passando protetor solar no outro sem nenhuma malícia.Ele me enterrando
'– Oi mãe! Estava mesmo pensando na senhora. '– Oi filha! Como você está? — indaga num tom abatido.Eu nunca fui do tipo de levar os meus problemas para os meus pais, eu sempre os guardei para mim mesmo. Mesmo eles implorando que eu dissesse para que eles pudessem me ajudar.Eu sempre consegui esconder muito bem, os meus problemas deles.Agora.. já eles, por mais que eles tentassem disfarçar e esconder seus problemas de mim, eu sempre conseguia descobrir ou sentir que havia algo de errado com eles, o que fazia com que eles acabassem me contando de tanto eu persistir. E enquanto eu não arrumava algum jeito, alguma forma de ajudá-los, eu não me aquietava.E agora, nesse instante, por incrível que pareça, percebo pelo tom da sua voz nessa ligação, que há algo de errado. Mas que ela fará de tudo para esconder só para não me deixar preocupada, de cabeça quente.Mas enfim.. eu serei bem persistente.'– Mãe, eu estou muito bem, não se preocupe. Agora já você.. eu sei que não está. Então nã
Ao ouvir a minha voz, ela vira- se rapidamente.- Grace! - olha- me com os olhos inchados de tanto chorar - Você veio?!- Sim mãe, eu vim por você. - digo com os meus olhos cheios de lágrimas.Mas que depressa ela vem até mim e me abraça com ternura.- Eu senti tanta a sua falta meu amor.- Eu também, mamãe. - retribuo o abraço - Eu também.Consolamos uma a outra. Dividindo a dor por igual.- Mãe me perdoe por eu não estar aqui quando a senhora mais precisou. - choro em seu ombro - Desculpe-me por demorar tanto para vir.- Tudo bem filha. - diz num tom de compreensão - Esquece isso. Porque o que importa agora, é que você está aqui comigo e com seus irmãos.Mas alguns minutos abraçadas até ela se afastar de meus braços e começar a me apresentar para todos que estão na sala, na cozinha e no quintal.- Olha! Finalmente ela ressuscitou. - diz meu irmão do meio num tom sarcástico vindo em minha direção.- Oi, James. - Oi? - sorri abrindo os braços - Não, eu quero um forte abraço da minha
Já dentro do meu quarto..- Nossa, quantos posters. - olha admirada para a parede - Você também era fã dos 'Backstreet Boys', Grace? - indaga curiosa.- Eh, digamos que durante a minha adolescência eu curti demais esta banda, mas aí a gente cresce, amadurece e acaba meio que deixando essas coisas de lado. - suspiro levemente enquanto relembro de uma parte muito boa da minha adolescência - Por isso eu queria aproveitar que você está aqui comigo, para te pedir uma ajuda para tirar todos esses posters da parede, antes que meu marido suba até aqui e começa a debochar de mim.- E por que você acha que eu faria algo desse tipo com você, Grace? Sua atraente e cativante voz atrás de mim, acaba por me pegar de surpresa, fazendo os batimentos do meu coração acelerar.- Ahm.. eu vou deixa- los um pouco sozinhos e depois eu volto para te ajudar. - segura em meu ombro e sorri.- Ah, tá bom. - concordo.Ela, então, sai e encosta a porta.- E aí, por que você acha que eu debocharia de você? - indag
Enquanto caminho em direção a minha mãe para poder ampara- lá, ele vai ficar com os meus irmãos no fundo da sala.Ao olhar para o meu pai no caixão, algo que eu havia evitado desde a hora que eu cheguei, sinto parte do meu coração se quebrar, uma dor incomensurável.Lágrimas transbordam de meus olhos enquanto me debruço em seu corpo frio e rígido.- Pai.. por favor me perdoe por não ter vindo antes. Me perdoe por não ter cuidado de você como o senhor cuidou de mim. Me perdoe por não ter lhe retribuido todo o carinho e o amor que o senhor me deu. Me perdoe por não ter sido a filha que o senhor merecia. Me perdoe por não ter dito todos os dias o quanto eu te amava. Me perdoe!Enquanto as lágrimas escorrem abundantemente, sinto uma mão em meu ombro.O que me faz levantar para olhar.- Mãe.. eu falhei com ele. Eu falhei com o meu pai. Eu falhei com você.Desolada ela me puxa para um abraço forte e afetuoso.- Não meu amor, você não falhou com ninguém. - diz consolando-me - Você só estava