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O clima esquentou na boate.

Entramos no camarim e nos deparamos com o chefe da Emma, já a nossa espera.

— Boa noite, Emma.

— Boa noite, senhor Brandon.

Ele nos olha, fitando- nos de cima a baixo.

— Essa belíssima mulher ao seu lado deve ser a Grace? - indaga olhando - me maliciosamente.

Deixando- me um pouco desconfortável.

— Sim senhor, é ela mesma. - confirma.

Ele se aproxima de mim com o braço esticado e a mão aberta.

— Prazer, Grace. Sou o senhor Brandon.

Me olha comendo com os olhos.

— Prazer, senhor Brandon. - cumprimento- o rapidamente.

— Está preparada para dançar hoje e amanhã, para os meus clientes, até às 04:00 da manhã?

— Bem, prepara.. preparada, eu não estou, já que nunca fiz isso antes, mas me comprometo a dar o meu melhor, senhor. - digo otimista.

— Tá ótimo, já é um progresso.

Ele sorri para mim e em seguida se vira para a Emma, que já está se arrumando para começar a trabalhar.

— Emma?

— Sim, senhor Brandon. - vira- se para olha- ló.

— Quero que você ajude- a se arrumar. - ordena — Quero que a deixe muito mais bonita e atraente que a Frida. Tenho um convidado especial e futuro sócio da minha boate, aqui está noite, então, ela será a atração principal para ele.

— Ok senhor, farei o que me pediu. - confirma.

— Certo.

Ele vai em direção a porta, abre, e antes de sair volta a falar com a Emma.

— Ah, e depois de arruma- lá, quero que a leve até a área vip 3, ele já esta lá.

— Ok senhor, como quiser.

— Se ela fizer o trabalho bem feito, eu a coloco como dançarina principal, no lugar da Frida definitivamente.

Sem dizer mais nada, ele saiu e fechou a porta.

Deixando- me confusa e sem entender nada.

— Emma, ele disse que se eu for bem ele vai me pegar como dançarina definitiva, é isso?

— É, pelo que eu entendi, sim. - confirma.

— Mas eu não quero trabalhar aqui definitivamente, isso não é para mim. - explico.

— Eu sei que não. - concorda — Mas, vamos só nos preocupar com o hoje e o amanhã, depois a gente vê isso, ok?

— Tá, tá bom.

Ela, então, vai até um armário e pega uma micro roupa para eu vestir juntamente com uma máscara.

— Aqui, você terá que usar isso. - entrega- me a roupa.

Eu olho surpresa e espantada ao mesmo tempo.

— Cara, mas isso não cobre praticamente nada do meu corpo.

— É, eu sei, mas é o que as dançarinas usam, então.. - da de ombro.

— Tá bom, fazer o que, não é?

Pego a roupa e a visto.

— Bom, agora que você já se vestiu, deixa eu maquia-la antes de você colocar a máscara. - vira a cadeira e da dois tapinhas com a mão no encosto.

Eu, então, me sento, ela vira a cadeira de frente para o espelho e começa a me maquiar.

— Prontinho, agora é só você colocar a máscara e eu já posso leva- la até a área vip.

Eu me levanto, olho para o espelho e fico boquiaberta com o que vejo.

— Uau, se o Anthony me visse assim, com certeza iamos transar a noite inteira.

— Não é querendo puxar o seu saco não, Grace, mas eu também tenho certeza disso. - elogia — Você está realmente uma gata.

Me olho uma última vez e vou em direção a ela.

— Então, vamos? - pergunta com as sobrancelhas levantadas.

— Vamos. - respondo sem hesitar.

Saímos do camarim e seguimos por um corredor, até chegarmos a parte principal da boate.

— Emma, eu só terei que dançar para ele, né? - indaguei receosa.

— Sim, apenas dançar.

— Beleza.

Andamos mais alguns centímetros e paramos em frente a uma cortina preta enorme.

— Pronto, aqui é a área vip, Grace. - faz sinal com a cabeça — Agora é só você entrar aí e dançar o mais sensual possível, para ele.

— Ok.

Respiro fundo, criando coragem e entro.

O lugar é meio escuro, com alguns refretores de luzes coloridas e um ferro enorme que vai do chão ao teto.

Ferro que elas usam para praticar o pole dance.

.." Ok, eu tenho que dançar o mais sensual possível. - respiro fundo mais uma vez antes de começar – Tudo bem, eu consigo. É só eu usar um pouco da aula de balé que fiz quando pequena e tentar imitar aquelas mulheres da academia.

Como já ouvi falar e já vi na academia algumas mulheres praticar o pole dance, eu dou uma alongada rápida para não ter problemas com dores no corpo depois.

Enquanto me alongo, consigo ver que há três homens de terno, sentado em um sofá vermelho no formato de uma lua minguante, só não consigo ver o rosto deles direito, por conta das luzes batendo em meu rosto, mas todos estão conversando entre si enquanto bebem seus drinks caros, whisky importados, e fumam seus charutos.

.." Bom, vamos ver se eu consigo impressiona- los com a minha dança, não é? - indago a mim mesma em pensamento enquanto ouço a música tocando.

Me encosto no ferro de costa para eles, segurando- o com a mão direita na altura da minha cabeça e deslizo até o chão, esfregando o meio da minha bunda nele.

Em seguida levanto e me esquivo para a frente, sem desencostar minha bunda dele.

Colocando minha cabeça no meio das minhas pernas.

Levanto novamente, coloco o pé direito próximo à base do ferro, seguro nele ainda com a mão direita, na altura da cabeça, estico bem o braço e "relaxo" o corpo para trás, sem levantar o outro braço.

Em seguida estendo a perna esquerda, balanço para o lado e circulo o ferro, usando o meu pé direito como base. Flexionando o joelho de leve para fazer um movimento suave.

Após isso, eu arqueio o corpo para trás o máximo que consigo, mas sem soltar a mão e a perna do ferro.

Dando a eles uma boa visão do meu decote.

Fiu.. Fiu..

Ouço assobios dos homens.

Com isso, me levanto novamente, fico cerca de 30 cm do ferro e seguro nele com a mão direita outra vez.

Levanto a perna do mesmo lado da mão direita, passo pelo ferro e seguro- o com a mão esquerda. Flexiono o pé e coloco de um lado do ferro, com o joelho do outro lado.

Uso essa perna para me ancorar na estrutura e ter uma boa base de apoio.

A seguir, suspendo o meu corpo com as mãos. Giro a perna que está livre e prendo o calcanhar desse pé atrás do outro.

Coloco o joelho no poste para conseguir me segurar bem e criar uma espécie de plataforma com o corpo.

Subo minhas mãos para estender o corpo no poste. Depois, subo os joelhos. Usando a força do abdômen para fazer esse movimento.

Sentindo- me segura, inclino o corpo de leve para trás e contraio os músculos das pernas no ferro, para enfim me suspender por alguns segundos.

Dando- me a oportunidade de ve- los boquiabertos.

Já sentindo que não conseguirei me manter mais suspensa, seguro no ferro novamente com as mãos, solto as pernas e balanço os quadris enquanto pouso no chão.

Fiu.. Fiu..

Ouço mais assobios.

Danço sensualmente enquanto tento relaxar um pouco o corpo.

.." Eles parecem estar gostando do show. - sinto- me menos nervosa do que no começo.

Chego novamente perto do ferro pelo lado esquerdo. Coloco as duas mãos nele, com mais ou menos 30 cm de distância entre elas, a direita em cima e a esquerda embaixo, na altura dos seios.

Dou um passo com o pé mais próximo do ferro e giro a perna mais afastada, gerando impulso, força e velocidade enquanto rodopio em volta dele.

Sinto- me tão livre e leve nessa hora, que fecho os meus olhos e tiro os dois pés do chão. Girando algumas vezes.

Clap!. Clap!. Clap!.

Palmas ecoam por todo o ambiente, mostrando- me que estava indo bem.

.." Agora sim, devo ir para os toques finais. - sinto-me otimista e corajosa.

Tanto que caminho sensualmente e provocantemente até os três homens de terno, com a intenção de dançar para eles mais de perto.

.." Quero ver a reação deles quando eu me deitar em seus colos.

Me aproximo e quando vejo quem é um dos homens de terno, meu coração dispara, sinto  como se tivesse borboletas no estômago, a respiração parece estar diminuindo, e minhas pernas começam a querer bambear.

.." Não, isso agora não, por favor. - tento não encara- ló – Calma, Grace, você está usando máscara e com um visual totalmente diferente, então não tem como ele a reconhecer. - digo a mim mesma enquanto suspiro fundo e continuo com o que ia fazer.

Danço provocantemente enquanto tiro os copos das mãos deles e coloco em cima de uma pequena mesa ao lado.

Fico de costa para eles e remexo minha bunda de vários jeitos provocantes, antes de me virar e puxar uma cadeira.

Sento de frente para eles, abro bem as pernas e começo a passar as mãos pelo meu corpo todo, de um jeito bem provocante e sensual.

Seus olhares ficam fixados em mim.

Olhares sedentos de vontade e desejo de me tocar.

Com isso, levanto- me, vou até eles, sento no colo do primeiro homem do canto do sofá, deito minha costa no colo do homem do meio e minha cabeça no colo do senhor Price.

Que por sinal, me olha fixamente.

.." Será que ele me reconheceu? - engulo em seco.

Ao sentir uma mão em minha coxa e subir até o meio de minhas pernas, encostando os dedos em minha parte íntima, por cima da calcinha, eu me levanto rapidamente.

— Porque a pressa delícia, eu só queria saber se seus pelos pubianos também são loirinhos assim como os seus cabelos. - diz num tom de malicia.

Eu não digo nada, apenas o olho fula de raiva.

— Como você ousa toca- lá, Dener?! - diz enraivecido levantando- se do sofá e ficando ao meu lado — Você ficou louco?

— Calma, Thomas, ela é só uma simples dançarina de boate. - diz num tom superior.

— Dançarina de boate ou não, ela merece respeito, tanto quanto qualquer outra mulher. - diz num tom firme.

— Pera aí, isso é sério? - indaga levantando- se e ficando cara a cara com o senhor Price — Você está defendendo essa vagabunda?

Tudo é muito rápido.

— Ah! - grito espantada ao ve- ló caindo sentado no sofá, com um soco que leva do senhor Price.

— Como se atrevi a chama- lá de vagabunda em minha frente?! - diz furioso — Lave essa boca, antes de ofende- lá outra vez, ok?

Olho para o homem e vejo um corte em sua boca.

Estou tão apavorada que não consigo parar de tremer.

— Como você quer que eu chame uma mulher que deita em nossos colos, quase que pelada? - rebate totalmente irritado — Oferecendo- se para nós, como se fosse uma prostituta.

— O que você disse? - fecha a mão direita em punho.

Vendo o que ele está prestes a fazer, me coloco em sua frente.

— Por favor senhor, não faça isso por minha causa. - suplico desesperada — Não brigue com o seu amigo. Isso tudo, é por minha culpa.

Ele me olha atentamente.

— Não, não é sua culpa, Grace. - olha- me fixamente — Você só estava fazendo o seu trabalho, e ele deveria ter respeitado isso.

Ao ver que ele me reconheceu, eu me afasto, me viro e saiu rapidamente.

.." Que vergonha. - sinto-me totalmente perdida – E agora, como vou conseguir encara- ló na segunda- feira?

Volto para o camarim, tranco a porta e começo a me trocar.

— Eu tenho que sair daqui agora mesmo.

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