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Esconderijo inusitado, visita inesperada.

trrrim.. trrrim.. trrrim..

Ouço o toque insistentemente de um celular, mas ainda por estar com muito sono, tento ignorar.

trrrim.. trrrim.. trrrim..

A insistência é tanta que relutantemente abro meus olhos para pegá-lo e ver quem é, mas ao perceber que não estou no meu quarto, fico totalmente atônita.

.." Não, não pode ser onde eu estou imaginando que é?!

Sentindo uma tensão surgir me viro lentamente para o lado oposto.

.." Não, isso não está acontecendo?!

Levanto-me rapidamente ao ver que estou deitada na cama do senhor Price, e com ele ao meu lado.

.." O que?! - olho para o meu corpo que esta apenas com a calcinha e tapo a minha boca para não gritar — Porque que eu estou praticamente nua?

Aproximo- me da cama, seguro na ponta do lençol e levanto bem lentamente.

.." Mas é claro que ele está totalmente pelado, ele está sempre assim. - abaixo novamente o lençol e suspiro fundo — Mas será que nós..??

trrrim.. trrrim.. trrrim..

Ouço o celular tocar novamente.

.." Mas que p**** meu! - xingo em pensamento — Será que é tão urgente assim, para ficar ligando toda hora?!

Olho em direção de onde está vindo o toque e percebo que o celular que está tocando não é o meu.

.." Eu sei que não deveria atender, afinal o celular não é meu, a ligação não é para mim, mas.. oh toquinho chato esse.

Pego a camisa dele nos pés da cama, porque é a primeira peça de roupa que vejo em minha frente, visto- a, e em seguida vou até o criado mudo ao lado do senhor Price para pega- ló, mas quando vou pega- ló, eis que ele segura em meu pulso, deixando-me de olhos arregalados.

— Não atende, Grace. - diz ainda sonolento — É só a chata da minha noiva que está ligando.

Fico surpresa ao ouvi- ló dizer assim.

— Pera aí, sua noiva está ligando insistente e o senhor age como se não importasse? - indaguei confusa.

— Simplesmente porque eu não me importo. - abre os olhos e olha para mim, ainda segurando o meu pulso.

— Se o senhor não se importa é porque não a ama, e se não a ama porque ainda está com ela? - indago curiosa.

— Desculpe, mas eu prefiro não responder. - diz num tom firme e seco.

— Ok. - pelo tom de voz dele eu desisto de saber a razão na hora.

Nós olhamos fixamente por alguns segundos.

— Pergunta- me o que você está querendo tanto me perguntar, Grace. - diz direto — Todas elas!

Ele parece conseguir ler a minha mente apenas pelo olhar.

— Ok. - respiro fundo — Eu quero saber do porquê o senhor me trouxe para a sua casa ao invés de levar- me para a minha, do porquê me colocou para dormir em sua cama com tantos quartos disponíveis em sua mansão, e o principal, do porquê tirou praticamente toda a minha roupa, deixando-me somente de calcinha, e se rolou algo entre nós? - olho atentamente e ansiosa pela resposta.

Antes de me responder, ele me puxa para ele, fazendo- me cair sobre ele, em cima da cama.

— Ei.. - grito surpresa.

Ele rapidamente fica por cima de mim e olha profundamente em meus olhos, fazendo meu coração acelerar rapidamente.

— Vou responder a você, em uma única e simples resposta, Grace. - molha seus lábios com a ponta da língua.

Seu olhar me deixa cada vez mais nervosa.

— Porque desde do primeiro dia que te vi, fiquei morrendo de vontade, de desejo, de saber como era dormir e acordar ao seu lado, sem precisar transar com você.

Engulo em seco.

— Senhor Price?!. - tento traze- lo de volta a realidade — Somos comprometidos com outras pessoas, lembra? Além do que, também tem o fato do senhor ser o meu patrão e eu.. a sua empregada.

— E daí? - diz como se não desse a mínima para esses detalhes — Nada disso impede o meu corpo de te querer tanto como ele te quer.

Não quero admitir, mas eu também sinto a mesma coisa que ele.

Eu também o desejo com a mesma força, com a mesma intensidade.

.." Não.. não.. isso não pode acontecer entre nós. - desvio o meu olhar do dele, virando a cabeça para o lado — Não é o certo.

— Porque você continua mostrando-se relutante em aceitar o que senti por mim, Grace? - indaga segurando em meu queixo delicadamente e virando meu rosto para que nossos olhares se encontrem novamente — Eu sei que você também me quer, também me deseja, então, pare de lutar contra isso e entregues- se a mim de uma vez.

.." Se eu ceder ao que estou sentindo agora, ao desejo carnal, eu estarei cometendo um erro? - vejo- me brigando comigo mesma — Eu estarei sendo igual ou até pior que o Anthony?

Finalmente chego a uma conclusão, a uma resposta, mas antes que eu diga a ele qual é..

toc, toc, toc!

Olhamo- nos assustados.

toc, toc, toc!

— Amor, abri a porta para mim!

Ao ouvir uma voz feminina, ele sai rapidamente de cima de mim, procura sua cueca box pelo chão e a veste.

— Senhor Price, e agora, o que eu faço. - pergunto baixinho e aflita enquanto levanto- me e saiu da cama dele — Se ela me pegar aqui, e com a sua camisa.. meu Deus! Ela o fará me demitir na mesma hora.

toc.. toc.. toc..

As batidas na porta me apavora cada vez mais.

— Por favor senhor Price, diz alguma coisa. - questiono aflita.

Ele pega as minhas roupas e a minha bota no chão, e me entrega.

— Eu não sei, Grace. - responde aflito num sussurro — Eu também fui pego de surpresa.

toc.. toc.. toc..

Mais batidas para nos apavorar mais do que já estamos.

— Thomas, abre logo!

Faço sinal para ele dizer algo para ela, para ela parar de bater na porta.

— Já estou indo abrir Ravena, só um minuto.

— Ok, mas vai logo, porque eu tenho uma notícia maravilhosa para te dar.

— Tá, já estou indo. - responde vestindo a calça social.

Olho para todos os lugares do quarto dele, a procura de algum lugar para eu me esconder e não ser pega por ela, e lembro-me que a pisadeira (recamier) é também um baú e não há nada dentro dele.

Eu, então, vou até ele e o abro.

— O que você vai fazer? - indaga baixinho.

— O que o senhor acha que eu vou fazer, senhor Price?! - respondo sarcasticamente no mesmo tom.

Entro dentro dele, me ajeito e faço sinal com a cabeça para ele fechar. O que ele faz rapidamente.

Em seguida, ouço ele destrancando a porta.

— Nossa amor, que horas você foi dormir?

— Sei lá, só sei que era mais de meia noite.

Ouço o barulho dos saltos dela vindo em direção a cama dele.

— Porque tão tarde? - indaga suspeitando — Você não é de ficar acordado até essas horas.

— Resolvendo uns negócios.

— Ah, sim, entendi.

Percebo que alguém senta na pisadeira (recamier).

— Bom, e aí, qual é a boa notícia que a trouxe tão cedo aqui?

Pela proximidade da voz, percebo que é o senhor Price, quem sentou.

— Então.. - faz um pouco de suspense — ..lembra que você estava querendo se associar a uma empresa lá no Quênia?

— Sim!

— Então, eles me enviaram um e-mail dizendo que aceitam você como sócio.

— Sério? - diz eufórico.

— Sim. - responde sem hesitar — Só que eles precisam que você vá para lá ainda esta semana, o quanto antes melhor.

— Sem problemas. Já vou pedir para a minha assistente agendar a viagem para amanhã mesmo. - diz entusiasmado.

— Ok. - ri feliz — Mas que tal antes de você falar com ela, a gente matar a saudade um do outro?

Pelo que consigo escutar, presumo que ela sentou no colo dele.

— Matar a nossa saudade em que sentido? - indaga como se já não soubesse.

— Como em que sentido meu amor?! - beija- o rapidamente — Transando até cansarmos.

cof.. cof.. cof..

Ouço - o tossir.

— O que você acha de tomarmos um banho primeiro?

Noto no tom de voz dele, que ele está arrumando uma desculpa para sair do quarto.

— O que você acha de transarmos no banheiro? - pergunta num tom de excitação.

— Perfeito. - responde rapidamente.

Eu, então, ouço eles indo em direção ao banheiro.

.." Essa é a minha deixa de cair fora daqui.

Saiu da pisadeira baú (recamier) vagarosamente, para não fazer barulho, tiro a camisa dele, pego minha bolsa no canto do criado mudo, que por sorte ela não viu, e saiu do quarto.

.." O bom é que com a excitação que ele está por minha causa, ela vai poder se satisfazer.

Enquanto caminho pelo corredor, vou vestindo as minhas roupas.

— Só queria ter tido a oportunidade de ver como ela é. - abro a porta da entrada principal e saiu para o jardim.

— Bom dia, senhorita Grace, quer que eu a leve para casa?

Me viro e vejo o motorista encostado no Mercedes do nosso chefe, com a camisa aberta.

.." Era só o que me faltava. - sinto-me envergonhada — Quantas pessoas mais, que trabalham aqui, sabe que eu dormi no quarto do senhor Price?

— E aí, vai aceitar a carona ou não? - olha-me com expectativa.

Embora eu esteja muito envergonhada e um pouco receosa por ele perguntar algo indevido para mim enquanto estiver me levando para casa, eu resolvo aceitar.

— Tá bom, eu aceito a carona.

Ele sorri, vai até a porta do passageiro, abre e faz um sinal com a mão para eu entrar.

— Obrigada. - agradeço e retribuo o sorriso.

— De nada.

Entro, ele fecha a porta, rodeia por trás do carro e entra no lado do motorista.

— O senhor Price não irá ficar bravo com você, se ver que você não está aqui? - indago preocupada.

— Na verdade foi ele mesmo quem me deu ordens para leva- la para a casa. - explica-me — Então não se preocupe.

— Ok. - suspiro aliviada.

Ele, então, liga o carro e sai da mansão, sentido a minha casa.

.." De agora em diante, preciso tomar mais cuidado para não cair nessas tretas.

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