Chain pareceu engasgar-se com a bebida e eu bati nas costas dele, com muita força, a fim de machucar mesmo, furiosa.— Está melhor? — perguntei, quando finalmente ele parou de tossir.— Ou pior... — Me olhou, arqueando a sobrancelha e fazendo cara de dor.— Eu... Vou cumprimentar os noivos — a mulher disse, sem jeito, saindo de fininho.— Já vai tarde — falei alto o suficiente para ela ouvir.— Você me machucou, sua louca! — ele reclamou.— É assim que me trata depois de três meses? Sim, foram 90 dias longe... E tem a coragem de falar com outra mulher na minha frente?— Eu... Realmente só estava conversando com ela. — Justificou-se.Peguei a mão dele e olhei a aliança, ainda no lugar. Sorri:— Não esqueça que é um homem casado, senhor “Chamalet”.Chain riu e balançou a cabeça:— Por quanto tempo, Liah?— Para sempre... — Sorri, sentindo os lábios tremerem, mordendo-os para que ele não percebesse.— Agora vamos fazer um brinde aos noivos! — Minha avó chamou todos, que pegaram suas taça
— Merliah, abra esta porta agora! — Ouvimos a voz de meu pai do lado de fora.Desci rapidamente, em busca da minha calcinha, que havia desaparecido. Chain pegou um papel rapidamente e limpou minhas coxas enquanto eu abaixava o vestido.Ele abriu a porta e olhamos para meu pai. Ambos estávamos completamente ruborizados, os peitos não conseguindo omitir as batidas intensas dos corações. Os cabelos de Chain estavam desarrumados e meu vestido todo fora do lugar.Minha mãe não estava por ali. E exceto um casal mais próximo, parecia-me que ninguém estava percebendo o que acontecera ali, no banheiro social da piscina.— Meu Deus... Quando vocês vão parar com isso? Parecem animais no cio, que só pensam em sexo... Em qualquer porra de lugar.— Basta nos autorizar a usar a cama e paramos de usar os banheiros — falei altivamente, furiosa.— Chain... Isso não pode acontecer. — Milano apelou para o irmão.Chain suspirou:— Eu... Me desculpe! — Foi o que saiu da boca dele.— Quanto tempo mais isso
Meus pais não me deixaram ir com o motorista. A festa seguiu dentro da mansão Chalamet, sem os noivos e a mãe da noiva, que foram levar a filha ao aeroporto.— E a sua faculdade? — Milano perguntou-me antes que eu embarcasse, ainda tentando me convencer a ficar.Eu sorri:— Pai, eu vou fazer a transferência de faculdade. Escolhi Alpemburg justo porque o país valoriza muito a questão da moda. A rainha Satini D’Auvergne Bretonne é estilista e tem uma loja maravilhosa. E dá apoio à novos estilistas. E também porque não conheço outro lugar... — confessei.Ele abaixou os belos olhos claros, completamente decepcionado com minha decisão.— Se eu soubesse que chamar-lhe a atenção quanto ao que você e Chain fizeram fosse causar isso tudo, jamais teria pisado meus pés na área da piscina.O abracei com força, adorando sua sinceridade:— Pai, você fez o que qualquer “pai” faria. Sei que é recente nosso encontro... Mas quero que saiba que o amo e nada vai mudar isso. Apesar de tudo, gosto da forma
— Merliah, Moda.Não demorou para eu sentir-me entrosada com as três mulheres, cada um com uma personalidade completamente diferente. E eu sabia muito bem como era aquilo, pois vivi sempre cercada de mulheres.Dois dias depois mudei-me para o apartamento delas, muito amplo e bem mobiliado.Quando liguei para minha mãe, avisei que estava num apartamento, perto da faculdade e tranquilizei-a de que tudo estava bem.— Fico feliz, Liah. Estava preocupada de você ficar num Hotel.Eu ri:— Nem todos os Hotéis tem um Bordel no quinto andar, mãe!— Minha filha, você nunca ficou sozinha. Fico pensando se está se alimentando bem... Dormindo...— Já aprendi a dormir à noite... E faz um bom tempo.— Estou com saudade.— Eu também.— Precisa ligar para o seu pai. Ele fica louco se você não liga.— Mas eu liguei ontem...— E precisa ligar hoje também, ou Milano surta.— Tudo certo com o bebê?— Sim... Você vem vê-lo quando nascer, não é mesmo?— Claro... Vou sim.— Temi que pudesse não vir.— Mãe...
Eu acabei rindo também:— Se não é divorciado, não entende nada sobre isso.— Quanto tempo divorciada?Suspirei:— Mais tempo do que eu gostaria.— Traição?— Não... Bem mais complicado.As bebidas foram colocadas na minha frente e as peguei, para levar à mesa. Enquanto saía, Luan disse:— Jura que vai sair sem sequer despedir-se?Olhei na direção dele:— Verdade... Tchau.Virei as costas e fui para a mesa. Assim que cheguei, Luana perguntou:— Vai dizer que não rolou nada com o bonitão ali?— Não... Claro que não. — Olhei na direção do bar e ele ainda estava escorado.— Liah, Liah, você precisa se soltar.— Eu não quero me soltar.— A vida não é só estudar.— Eu sei. Mas no momento este é meu foco.— Você tem duas opções: virar uma rata noturna ou encontrar um amor para substituir o antigo.— O que é uma rata noturna?— Sair, sair, sair... Todas as noites. E ficar com todo mundo, sem compromisso.— Não é uma boa opção. — Comecei a rir.— Hum, então prefere substituir um amor por outr
— Não! Estou bem. Gosto de morar com as meninas. Se tornaram minhas amigas.— Sua mãe está muito feliz que você fez amigas da sua idade... E tem se dado bem com elas.— Acho que estou vivendo uma vida “normal”... Mas que para mim não é, entende?— Não... Não sei se entendo.— Amo Alpemburg... Sinto saudades de vocês... Mas...— Mas... — Ele me incentivou a continuar.— Como “ele” está, pai? Tem notícias?— Ele está bem.— Onde?— Merliah, por favor...— Onde? — repeti a pergunta com a voz alterada, sentindo o coração quase explodindo dentro de mim.— Eu não sei. Ele não quis me dizer. Ou seja, não quer que ninguém o encontre.Respirei fundo, repetidas vezes, tentando conter as lágrimas.Por que você fez isso, pai?Por que foi atrás de mim naquela noite?Por que não fingiu que não nos viu?Já que tínhamos transado mesmo, por que não impediu a fuga dele e nos incentivou a ficarmos juntos?— Eu... Preciso desligar — falei imediatamente.— Mas...— Tenho muitas coisas para fazer.— Até lo
Eu não estava muito em condições de pensar sobre a aliança. Mas ainda assim, olhando meu dedo anelar vazio, senti-me completamente sem chão. Era como se aquilo fosse a única coisa no mundo que me ligasse a Chain.— E então... Você é daqui de Alpemburg?Toquei o bolso da jaqueta, certificando-me de que a aliança ainda estava lá.— Tudo bem? — Luan perguntou.Tentei fechar o botão do bolso da jaqueta, não conseguindo. Estava meio tonta e com os movimentos lentos. Não queria correr o risco de perder minha aliança.— Poderia... Me ajudar a fechar? — pedi, olhando nos olhos dele.Luan fechou o bolso para mim, fingindo que era algo sem importância.— Você nasceu em Alpemburg?— Ah? Não... Não.Ainda estava indecisa entre conversar ou conservar a joia a salvo no bolso da jaqueta.— De onde você é?— Noriah Norte.— Como veio parar aqui?— Vim... Estudar. Acabo de conseguir me classificar para ser apadrinhada por Satini D’Auvergne Bretonne.— O que você cursa?— Moda.— Hum, por isso o estilo
Puta que pariu, certamente já estava me jogando para escanteio na mente dele.— Tradicional no sentido de acreditar no casamento... No amor.Aquilo me tocou profundamente. Não pelo fato do que ele pensava. Mas por lembrar no quanto eu passei a vida não acreditando na porra do casamento e tudo que passei com Chain, entre nossos casamentos e “descasamentos”.— Não quero casar... Nunca mais — falei firmemente.“Ao menos não com outra pessoa, a não ser meu ex-marido.” Pensei, mas obviamente não falei.— Pelo visto seu casamento beira a relação amor e ódio.— Não... Não beira a relação ódio. — Me ouvi falando. — Mas não quero falar sobre isso, por favor.— Eu gostei muito de falar com você, Merliah. Sua companhia é extremamente agradável. Mas o bar vai fechar. Então temos duas opções: eu levá-la para casa e marcarmos outro dia. Ou...— Prefiro a segunda opção. – Me ouvi falando novamente, sem saber qual era.Luan riu, levantando. Pegou minha mão, soltando-a somente para pegar o dinheiro e