Antes que eu me defendesse, dizendo que aquilo não aconteceria, Chain já estava pedindo para a atendente colocar os doces numa embalagem para viagem.
— O que você gosta de beber, Liah?
— Margarita.
Ele gargalhou:
— Acho que vou ficar lhe devendo isso. Podemos pensar em beber algo assim à noite. Por hora, café, chá ou água?
— Com doces, água. Café para tirar o sono ao longo da noite. Chá só quando ficar doente.
— Ok, vou começar a anotar isso. Quero saber absolutamente tudo sobre a minha esposa. — Abaixou-se na direção do meu ouvido, sussurrando: — Como ela gosta de dormir, onde gosta do beijo de boa noite...
Me afastei um passo, sentindo o coração acelerar:
— Isso não é real e você sabe. Não force a barra.
— É p
Assim que entrei na Recepção, fui em direção ao balcão de informações e avisaram que minha avó já estava pronta, esperando por mim.Quando me encaminhei para o quarto, Chain já estava ao meu lado. Tinha retirado a gravata e aberto os primeiros botões da camisa.— Vovó já recebeu alta hospitalar — avisei.— Então vamos pegar suas coisas e depois ir para casa.— Sim, vou pegar as minhas coisas... Mas o Hotel Califórnia é a minha casa, Chain e nada vai mudar isso, nunca. Eu nasci no quinto andar daquele lugar... Vivi a vida inteira lá.— Eu... Não sabia que era tão importante assim para você aquele lugar.— É... É muito importante para mim, independentemente de eu querer ou não virar dona de Bordel.Toquei a maçaneta da porta para abrir e
— Bem... Chain me pediu em casamento e eu aceitei. — Tentei fazer parecer algo normal.Rosela me encarou demoradamente e depois pôs os olhos sobre Chain, gargalhando em seguida. Nós dois nos olhamos, confusos com a atitude dela.Franzi a testa, ao passo que ela disse:— Acham que sou idiota?— Não... De forma alguma, Rosela — ele respondeu por mim.— Homens como você não pedem mulheres como Liah em casamento.Enquanto eu pensava numa resposta, Chain já estava dizendo:— Por que porra vocês falam isso o tempo todo? O que são homens como eu? O que são mulheres como vocês? Liah não é como todas as outras...— Por que não sou uma prostituta, Chain? — Me ouvi perguntando.— Não... Não é como as outras por inúmeros outros motivos, Liah... — Ele me e
— Mas não é seu “por direito”, Rosela. Você não pagou os impostos.— Ainda assim enrolaram Candy. Ela tinha o dinheiro para comprar nossa propriedade no leilão. Minha filha contraiu dois empréstimos, Chain. E só havia ela e mais uma pessoa para o lance. Então o comprador pagou a mais e nunca deu as caras e nem pediu o que era literalmente dele. Anos depois, morreu e deixou tudo para um herdeiro filho da puta que decidiu nos tirar daqui sem saber nada sobre nós. Não vou aceitar. Quero olhar cara a cara para o dono e dizer: “me tire a força, se você é bem homem”. Ou se for mulher “tente me tirar daqui, sua vagabunda”. Só saio daqui morta!Chain ficou em silêncio. Olhei para minha vó e peguei sua mão, carinhosamente:— Vó, eu a entendo perfeitamente. No entanto, acho que devemos esperar minh
Por sorte chegamos ao primeiro andar e a porta abriu. Eu ainda segurava a mala de mão, quando deparei-me com Rosela, Chain e Rambo na recepção. Desci, acompanhada de Cristiano e Cristal.Chain encarou Cristiano, que correspondeu o olhar à altura.Abracei minha avó enquanto Chain pegou a mala da minha mão.— Virei todos os dias vê-la, assim como fazia quando você estava no lar — avisei.— Pelo que Chain falou, é um pouco longe daqui. — Ela alisou meus cabelos, enquanto me apertava entre seus braços.— Bem que eu sabia que tinha algo estranho por aqui. Decidiu pagar mais por ela? — Jadis olhou para Chain. — Isso é possível, Rosela? O combinado não era o final de semana, apenas? Como poderá cobrar regras de todos quando sua própria neta não as cumpre? Mulheres do Bordel Califórnia não sae
Respirei fundo e voltei para a recepção. Finalmente Cristiano e Jadis tinham saído dali.— Podemos ir? — Chain perguntou.Eu não deveria, mas me senti segura sim em ir com ele. Assenti com a cabeça antes de dar mais um beijo na minha vó.— Deixei meu número com Rosela — ele avisou. — Amanhã compraremos um celular para que possa entrar em contato com ela sempre que quiser.— Não adianta, Chain. Eu não uso esta porra. Aliás, ninguém aqui usa. Não temos muito tempo para isso.— Não é sobre ter tempo, Liah, é sobre necessidade.— Pode ligar para o Hotel se precisar — Rosela disse. — Liah sabe o número.— Confesso que não entendo esta resistência de vocês quanto ao uso de celular.— Meu amor, o ramal 69 sempre funcionou muito
Pude perceber um sorriso safado no canto dos lábios dele, antes de abaixar-se imediatamente à minha frente, sem desviar os olhos dos meus.Eu poderia negar aquela porra toda que meu corpo sentia perto dele. Mas por qual motivo? Era prazer e eu estava disposta a experimentar cada coisa que ele tinha para me proporcionar. Claro que eu tinha meus planos guardados, como por exemplo deixá-lo completamente louco por mim a ponto de esquecer sua própria existência.Eu sabia sobre meu poder de sedução... Aliás, uma das coisas que aprendia no Bordel Califórnia foi que toda mulher tem este poder e basta saber usá-lo. De cada dez homens, talvez um recusasse. E Chain Chamalet não era um destes.Senti as mãos dele, quentes, nos tornozelos, subindo delicadamente pela minha pele, levantando junto o vestido. Não demorou muito e vi meu vestido na cintura, completamente enrolado. De antem&ati
— Eu acho que estou preparada para ir... — Afastei-me, antes que perdesse a cabeça.— Ok, vamos.Entramos no carro e enquanto partíamos, fiquei olhando para trás, até o Hotel Califórnia desaparecer da minha visão. Aquele lugar era a minha vida e deixá-lo para trás era muito estranho. Até porque eu sabia que provavelmente quando me divorciasse, não voltaria para aquele prédio.— Acha que sua avó resistirá mesmo em deixar o Hotel Califórnia?— Ela vai aceitar o novo espaço... Até porque não tem outra opção. Mas nunca superará a perda do seu prédio. Para ela é muito importante...— E para você?— Também... Como eu já lhe disse, nasci no quinto andar.— Eu... Sinto muito, Liah.— Não sinta. Você
POV ChainMerliah começou a gargalhar, incontida, até lágrimas rolarem dos seus olhos, de tanto que riu.Fiquei observando-a, incrédulo. Esperava qualquer atitude dela, menos duvidar do que levei meses para lhe confessar. Não tinha nem ideia de quanto tempo perdi pensando em como seria quando confessasse sobre o que sentia. Mas nem no mais íntimo dos meus pensamentos passou-me que ela pudesse caçoar daquilo.— Acha engraçado? — questionei seriamente.— Acha que sou boba ou acredito em você, Chain? Pensa que vai me levar para a cama deste jeito, com mentiras?Caralho, ela não acreditou mesmo! O que será que eu precisava fazer para provar o quanto a amava? Torci, no meu íntimo, para que quando lhe confessasse que estava por trás do fim do Hotel Califórnia, ela também achasse engraçado e não acreditasse que eu era cap