— Eu acho que estou preparada para ir... — Afastei-me, antes que perdesse a cabeça.
— Ok, vamos.
Entramos no carro e enquanto partíamos, fiquei olhando para trás, até o Hotel Califórnia desaparecer da minha visão. Aquele lugar era a minha vida e deixá-lo para trás era muito estranho. Até porque eu sabia que provavelmente quando me divorciasse, não voltaria para aquele prédio.
— Acha que sua avó resistirá mesmo em deixar o Hotel Califórnia?
— Ela vai aceitar o novo espaço... Até porque não tem outra opção. Mas nunca superará a perda do seu prédio. Para ela é muito importante...
— E para você?
— Também... Como eu já lhe disse, nasci no quinto andar.
— Eu... Sinto muito, Liah.
— Não sinta. Você
POV ChainMerliah começou a gargalhar, incontida, até lágrimas rolarem dos seus olhos, de tanto que riu.Fiquei observando-a, incrédulo. Esperava qualquer atitude dela, menos duvidar do que levei meses para lhe confessar. Não tinha nem ideia de quanto tempo perdi pensando em como seria quando confessasse sobre o que sentia. Mas nem no mais íntimo dos meus pensamentos passou-me que ela pudesse caçoar daquilo.— Acha engraçado? — questionei seriamente.— Acha que sou boba ou acredito em você, Chain? Pensa que vai me levar para a cama deste jeito, com mentiras?Caralho, ela não acreditou mesmo! O que será que eu precisava fazer para provar o quanto a amava? Torci, no meu íntimo, para que quando lhe confessasse que estava por trás do fim do Hotel Califórnia, ela também achasse engraçado e não acreditasse que eu era cap
— Ela... Precisa dormir.— Está com ciúme de Liah comigo, Chain? Ou só é um idiota mesmo?— Eu ficarei fora por dois dias, Milano. Foi o que consegui com o doutor Roaylt. Depois conversamos melhor sobre isso.— Ok. Aguardarei ansioso pelo seu retorno. E quero explicações sobre o dinheiro que você pegou na Partenon.— Eu vou devolver, porra!— Precisamos conversar seriamente sobre o seu envolvimento com a empresa. Não vou cuidar de tudo sozinho. É responsabilidade de nós dois. Isso ficou claro no testamento.— Prometo que assim que voltar, falamos sobre isso... — Ouvi a porta do banheiro se abrir. — E sobre eu trabalhar em período integral, quem sabe.— Boa noite, Chain.— Boa noite, Milano.Merliah estava enrolada numa toalha branca e tinha outra ao redor dos cabelos. Pôs a m
— Posso, mas não vou! — foi a resposta dela, voltando para baixo das cobertas.Respirei fundo e fui para o sofá, somente com o travesseiro que ela me deu. Deitei e fechei os olhos, sentindo a presença dela em todo o ambiente. Talvez a ideia de tê-la como minha esposa, para que pudesse cumprir parte das exigências do testamento não tivesse sido uma boa ideia. Porque eu morreria aos poucos com ela ao meu lado sem poder tocá-la.Eu estava cansado, mas não conseguia dormir. Ouvia os suspiros dela e o som de seu corpo revirando-se na cama, de um lado para o outro. Imaginava o quanto era difícil para ela a troca de horários, sendo que a vida inteira fez o contrário, dormindo durante o dia e vivendo à noite.Quando foi três horas da madrugada, ouvi outro suspiro dela e levantei, sentando-me na cama. Liah sentou-se, assustada. Levantei as mãos:— Eu n&
POV MERLIAHQuando abri os olhos, vi Chain adormecido, sentado. O peito estava nu e ele usava somente uma calça cinza de moletom. Ele me fez dormir durante a noite, me tratando com tanto carinho que cheguei a ficar intrigada.As cobertas estavam até minha cabeça. Retirei um braço devagar para fora, tocando o dedo no peito dele, sentindo o sangue quente circulando naquele corpo perfeito.Espalmei a mão no peito cabeludo, descendo vagarosamente até a barriga trabalhada, durinha. Parei por ali, mesmo com vontade de descer mais um pouco, tocando seu pau.Deus, o que eu estava fazendo ali. Mil vezes ferrada e fodida. Fui retirar a mão quando ele a puxou de volta, imobilizando-a sobre seu abdômen. Os olhos dele se abriram e um sorriso surgiu, daqueles me fazia perder a cabeça e encharcar a calcinha.— Pode continuar... Eu não me importo... — Ele desceu minha m&
Ele pensou um pouco antes de responder, deixando meu coração batendo forte e o clima tenso. Em nossas conversas Chain sempre dava entender que tinha tido uma péssima infância ao lado do pai, no entanto se recusava a me falar sobre o que aconteceu. E isso me deixava curiosa e ao mesmo tempo querendo pô-lo no colo e curar todas as suas feridas.— Não!A resposta foi seca, mas convincente. Percebi que o peito dele começou a inflar e a respiração acelerar. E talvez não fosse o momento para tirar aquilo do fundo do baú, entre um trajeto para buscar uma criança, numa conversa que certamente começaria e não terminaria.— Acha que vamos conseguir resgatar Diogo? — perguntei, tirando o foco do passado dele.— Eu... Espero que sim. Filhos devem ficar junto dos pais, especialmente crianças pequenas como ele.— Davina é um
— Liah, eu entendo seu ressentimento quanto a eu ter me envolvido com Jadis. Ainda assim, gostaria que mantivéssemos nossa amizade, que é de tantos anos. Não se pode mandar no coração...Senti a raiva tomando conta de todo meu ser e acho que gritei enquanto explanava minha opinião:— Eu sei que não se pode mandar no coração. E saiba que estou feliz por você e Jadis. No entanto, entenda que Jadis é uma prostituta e você o objeto que ela usa para tentar me atingir. A questão é que usá-lo não me atinge, Cris. Porque você não significa absolutamente nada na minha vida. Foi só o otário, tapado e assexuado que tirou minha virgindade, precisando de duas mal dadas pra romper o hímen, de tão pequeno e pouco certeiro que é o seu pau. E juro que tentei levar em conta a porra da nossa criação juntos
Assim que a aeronave decolou, senti o coração acelerar e os ouvidos ficarem como se estivessem tampados. Exigi ficar do lado da janela, mas já estava arrependida. Peguei a mão de Chain e apertei-a com força, fechando os olhos.Ele pegou meu rosto e aconchegou-o delicadamente ao seu peito. O coração dele também batia forte e tentei acompanhar os batimentos, que eram em torno de 130 por minutos. Estaria meu marido nervoso por aquele voo igual a mim?— Você está segura, Merliah. Nada vai acontecer, eu juro.Os braços dele me envolveram e relaxei. A ideia era observar a paisagem pela janela, mas eu não havia dormido praticamente nada na noite anterior. E justo aquele horário era quando eu costumava pegar no sono. Meus olhos foram ficando pesados e acabei adormecendo.Senti um leve balançar no meu ombro e abri os olhos, vendo Chain me encarando,
— Obrigada por me avisar, senhor meu marido. — Comecei a rir.— Pois bem, esposa, você babou na minha camisa enquanto dormia. Eu diria que isso é estranho, não fosse uma garota ter me vomitado na roda gigante no nosso primeiro encontro. Adivinha o que aconteceu depois disso?— O quê?— Casei com ela.Começamos a rir.— Deixa eu contar que casei com um homem que alega que não somos nada compatíveis... E ainda por cima quis que eu transasse com ele e minha pior inimiga ao mesmo tempo... Pensei em matá-lo, mas acabei casando com ele.— Agora isso fica tudo para trás, ok?O carro parou em frente a um Hotel enorme. Um dos funcionários abriu a porta para nós, recepcionando-nos:— Sem bem-vindos, senhor e senhora Chalamet.Ok, acho que eu deveria pôr minha mala e tudo que tinha dentro dela no lixo. De