Onde você andou estes dias? (II)

Olhei na direção dele, finalmente e a sensação foi de que meu corpo queimava por dentro, como se o sangue tivesse sido fervido, eletrocutando-me por cada veia que passava.

— Ok, se precisarem de alguma coisa, podem me chamar. Fiquem à vontade.

Virei as costas e senti a mão dele, forte, me puxando de volta. Não me desvencilhei do toque de seus dedos no meu pulso.

— Liah, é possível pagar para ter você comigo, à mesa?

Enruguei a testa, confusa. Precisava ser perspicaz no que responder. Ficamos nos olhando por um tempo, até que eu disse:

— Não precisa pagar pela minha companhia, Chain. Posso fazer isso, de bom grado, sem ganhar nada em troca.

— Agora?

— Eu... Agora estou trabalhando.

— Por isso eu pago... Estou disposto a pagar, para que ninguém saia no prejuízo.

Olhei para Tiago, que se remexeu confortavelmente no sofá, com um meio sorriso irônico na minha direção.

— Eu... Acho que posso ficar aqui. Aguarde um minuto.

Fui até minha avó, que estava sentada numa mesa com alguns clientes.
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