— Boa tarde! Sou Janaína Ramirez, viúva de Joel Ramirez, que morreu neste lugar.
Minha avó levantou-se, tentando parecer tranquila. Mas percebi o quanto estava nervosa:
— Seja bem-vinda, Janaína. Podemos... Ajudá-la em alguma coisa?
— Podem, podem sim. Que tal deixarem de existir da face da terra?
Rosela arqueou a sobrancelha, demorando a responder:
— Você não está sendo muito gentil, senhora Ramirez.
— Quem era a vagabunda que estava com meu marido quando ele morreu?
Ninguém disse nada. O silêncio foi mortal e ela demorou para recompor-se e continuar, mesmo com dificuldade:
— Sei que este lugar é um Bordel. Estou a par das atrocidades que acontecem aqui. Só vim avisar que vou destruir não só este prédio inteiro, mas também todas vocês.
— Ninguém teve culpa d
Chain ficou um tempo confuso, parecendo procurar palavras para dizer:— A Construtora Partenon está fechada.— Você... Trabalha aí? — perguntei, mesmo dizendo que nunca mais falaria com ele da última vez que nos vimos.— Não... Não... Claro que não. Eu trabalho aqui perto e... Vim pegar um documento.Olhei-o dos pés à cabeça, vestido de terno e gravata. Os óculos escuros estavam repousando sobre a cabeça. Caralho, como conseguia ser tão lindo naquele traje que cobria completamente seu corpo perfeito?— Sabe dizer se precisamos marcar hora com o dono desta coisa? Aliás, conhece o dono, bonitão? — Minha vó estava bem interessada em resolver as coisas com o proprietário do terreno do Hotel.— Eu... Não o conheço pessoalmente. Mas... Ouvi dizer que ele está numa viagem de negócios.— Que porra do caralho!Suspirei:— Vó, estamos na rua. Menos, por favor.— Mas é uma porra do caralho, Liah. Quando precisamos falar com o dono ele viajar. É ou não falta de sorte?— O que... Vocês precisam do
— Bonitão, faremos um leilão para arrecadar dinheiro.— Dos móveis?— Das mulheres, querido.— Como assim?— Vamos oferecer todas as mulheres do Bordel em forma de leilão. O melhor lance leva a garota por um final de semana inteirinho. Se quiser ir e convidar seu amigo, serão muito bem-vindos, assim como a grana de vocês.Chain me olhou, confuso, mas não disse nada.— Sim, Liah vai participar. — Ela pareceu entender o que se passava na cabeça dele. — Ela precisa ajudar. E o fato de nunca ter se vendido no Bordel fará com que altos lances sejam feitos por ela.— Isso é loucura, Liah! — Ele me olhou novamente, perplexo.— Chain, é a minha vida!— Você não quer esta vida, porra! Me disse isso.— Há coisas que não podemos escolher, Chain.Ele pôs a mão na cabeça, aturdido. Rosela tocou seu rosto e disse, encarando-o:— Eu disse que é a primeira vez dela. Você pode estar lá... E impedir que seja com outra pessoa.Meu Deus! Eu queria dizer que não, que ele não deveria ir. Que não tinha o di
Naquela noite, enquanto atendia nas mesas, vi minha avó indo em direção ao escritório com um cliente. Fiquei um pouco preocupada, o que não aconteceria se fosse com minha mãe. Aliás, quanta saudade eu estava sentindo de Candy Smith. Chegava a doer meu peito.Não aguentando de curiosidade, fui até o escritório e bati na porta. Logo ela me atendeu e vi o homem sentado à mesa, de frente para ela.— Liah?— Eu vim participar da conversa — fui firme, entrando e fechando a porta.Observei o homem bonito e bem-apessoado, puxando uma cadeira e sentando entre os dois, na lateral da mesa.— Minha neta — vovó apresentou-me.— Tão linda quanto você e Candy — ele disse, sem cerimônias.— Não faço parte do cardápio — avisei.— Cardápio? — O homem a
— Bem, se você ver que uma pessoa que não é muito agradável estiver pensando em passar o final de semana comigo, esperarei que intervenha, Rambo.— Eu vou tentar... Juro. Além de comprar a senhorinha do ex-asilo também. Então, caso dê certo, não leve a mal de ter que me dividir com ela.Eu gargalhei:— Ficarei honrada.— Vou lá... Preciso correr um pouco para aliviar o estresse.Ele se virou e eu disse:— Rambo?O homem extremamente forte e sedutor olhou na minha direção, com os olhos puxados e escuros, capazes de deixar qualquer mulher excitada.— Fale, Liah.— Eu... Preciso fazer valer o “prazer garantido ou seu dinheiro de volta”?— Acho que sim. No meu caso, não vou cobrar isso de você, pode ficar tranquila. — Sorriu.— Mesmo que me compra
POV CHAINDepois de ter passado atrasada no meio de todo mundo usando um robe provocante, Merliah ficou parada, parecendo indecisa sobre entrar ou não no palco. Eu a via perfeitamente do lugar onde estava sentado... Tão linda, mesmo sem se arrumar. Ela poderia usar um saco de lixo que ainda seria a mais bela mulher daquele leilão.Mas o motivo de eu estar ali era justamente acabar com qualquer sentimento que pudesse haver entre nós dois. Não podia me apaixonar. E para isso ela precisava me odiar, pois qualquer mínimo ato de sentimento com relação a mim, seria a total destruição de Chain Archambault Chamalet, digo, Chalamet. Merliah me fazia errar o próprio sobrenome, de tanto que estava impregnada em mim.E enquanto a olhava, naquela fração de minutos de indecisão, ficava a me questionar sobre o que vi nela de diferente de todas as outras. E a resposta era... Tudo? Dias atrás ela havia me jogado uma bota na cabeça e ficou um galo que ainda não tinha saído, só diminuído um pouco. Passe
O lance inicial pela prostituta mais disputada diariamente foi salgado. Mas imaginei que haveria mais propostas por ela, o que não aconteceu. Os clientes pareciam incertos e isso me amedrontou porque depois dela, só havia Merliah. Estariam guardando seus preciosos norians para a filha da dona do Bordel?Dei meu lance por Cristal, recebendo um belo sorriso satisfeito dela. Juro que não era minha intenção olhar para Liah, mas quando o fiz, senti todo seu desprezo e decepção por mim. Foi pior que ela tentar atirar na minha cabeça... Ou jogar uma bota, ou me queimar com uma vela, ou vomitar sobre mim.Virei a cabeça para trás e perguntei ao homem mais velho, que bebia tranquilamente, sem ter dado lance algum:— Competirá comigo por Cristal, amigo?— Não... — Ele sorriu, olhando para o palco. — Há boatos que a menininha ali é virgem. Eu vim decidido a levá-la para casa e mostrar como é que se faz amor. — Riu, sem tirar os olhos da minha mulher.“Minha mulher”? Aquilo foi pensando pela minh
POV MerliahCasamento? Chain estava louco agora? Ou só bêbado mesmo?— Não pediu... E mesmo que peça... Eu não vou aceitar. Porque detesto você.— Não era o que parecia enquanto gozava na minha língua! — debochou.— Detesto você, mas gosto da sua língua.— Bom saber... Vou usá-la um bocado este final de semana.— Em Cristal? Porque em mim você não toca um dedo.— Não quero tocar o dedo... Quero tocar a língua... E meu pau — sussurrou em meu ouvido.Comecei a bater os pés e desci do colo dele, indo sozinha para a mesa.— Teremos um ménage? — Cristal sorriu debochadamente.— O que acha, Liah? — Chain indagou, em tom provocativo.— Tenho uma ideia melhor... Sexo a quatro. Que acha Tiago? — Nem eu mesma acreditei qu
— Se não trouxer minha neta sã e salva para casa, eu corto seu pau ao meio — Rosela ameaçou Chain.Ele ficou sem palavras por alguns minutos, antes de responder:— Eu... Eu...— Você o que? Vai cuidar dela ou acha que eu não tenho coragem de cortar o seu pau?— Vou cuidar dela — garantiu.— Só para deixar claro: se Rosela não cortar o seu pau, eu corto. — Rambo parou do meu lado, cruzando os braços.Limpei as lágrimas, me sentindo tão segura por Rambo estar ali comigo. O abracei com força e ele me levantou, fazendo-me ficar na altura do seu rosto e sussurrou no meu ouvido:— Quer um boa noite cinderela para botar na bebida dele?Eu ri e respondi, também num sussurro:— Tem duração de 48 horas?Recebi um forte abraço dele, que me pôs no chão