Abri a bolsa dela e vi que não tinha mais nada ilícito ou que não fizesse bem para minha avó. Para quem trouxe cigarros, torta e refrigerante era o de menos.Assim que saí na porta, peguei o pedaço de papel do bolso. Iria ligar da recepção.Pedi o telefone emprestado para a atendente e estava começando a discar os números quando vi Chain vindo na minha direção. Um frio percorreu meu estômago, parando na espinha e fiquei imóvel, com o fone na mão.Nossos olhos se encontraram e ficamos assim até ele chegar na minha frente. Pus o fone de volta no gancho e tentei pronunciar algo, que não saiu.— Como ela está? — ele perguntou.Respirei fundo e tentei não gaguejar:— Um infarto... Pré-infarto...— Existe isso?— Eu... Acho que sim.— E como você se sente?— Eu sinto... Bem... Eu sinto que quero casar com você, Chain.— Como assim?— Aceito sua proposta, Chain. Estou de mãos atadas. Preciso de ajuda... Preciso de você.Ele ficou me encarando, sem dizer nada, parecendo surpreso.— O que... V
— Ok, Liah, se é de sua vontade, no contrato constará que você não precisará fazer sexo comigo, a menos que queira.— Eu não vou querer.— Não abro mão do termo “a menos que queira”. Se não constar, não há contrato.— Pode pôr... Eu não vou querer.— Tem mais um porém.— Outro? — Estranhei o comentário.— Somos obrigados a dormir na mesma cama.Eu gargalhei, admirada:— Como você consegue ser tão idiota?— Eu falo sério, Liah.— Tenho também que fazer-lhe boquetes todas as manhãs? Aliás, isso é sexo ou preliminares? Constará no contrato? Tenho cara de besta, por acaso? Por que está brincando comigo desta forma, Chamalet? Minha avó, que é a pessoa que mais amo no mundo, está internada neste hospital, devido a todos os problemas que recaíram sobre nós. E você tenta me levar para cama a todo custo? Não basta a porra do contrato?Levantei, furiosa. Ele pegou meu braço, fazendo-me encará-lo:— Não estou brincando com você. E... Eu não tinha intenção de entrar em tantos detalhes sobre o que
POV Chain— Boa noite, Merliah Smith Archambault Chalamet — falei baixo, quando ela já estava longe.Quando ela se desse em conta que teria meu sobrenome, seria um novo surto. Me flagrei rindo sozinho ao tentar imaginá-la falando o novo nome. Balancei a cabeça, aturdido. Só ela me fazia rir sozinho ou sorrir por nada.Fui até a recepção e deixei meu número com a atendente, junto de uma quantia significativa de norians, para que ela me ligasse referente a qualquer novidade com Rosela Smith ou a neta.Eu estava realmente cansado. E de nada adiantaria ficar ali sozinho, se ela não estaria nem próxima de mim.Peguei um táxi de volta para o Hotel Califórnia. Por sorte quem estava na recepção era Ketlin.— Não estamos atendendo, Chain — ela disse, assim que pôs os olhos em mim.— Eu... Soube tudo que aconteceu. Liah me contou.A mulher arqueou a sobrancelha, surpresa:— Não sabia que a relação de vocês estava neste nível.— Pois então... Está. — Sorri. — Por isso eu vim até aqui. Quero faze
— E por qual motivo Robson Archambault Chalamet me mandaria destruir o lugar? Se eu encontrasse Candy, poderia lhe contar. Não faz sentido.— Ele não sabia que nos falávamos, Chain. Achava que não éramos próximos. E quem imaginaria que você iria querer conhecer o lugar antes de o destruir? Nem eu esperava que agiria desta forma.— Eu... De alguma forma pensei sobre quem morava lá. E me importei...— Sim, tanto que não fez absolutamente nada para impedir que o local venha abaixo.— Não é verdade. Eu dei mais 60 dias de prazo para elas.— Você não vai destruir o Hotel, Chain. — Ele foi enfático.— Milano, eu vou. É a minha parte da herança. Achei ridículo você contratar uma barriga de aluguel para enfiar seu esperma dentro. Ainda assim não me meti, porque é a su
Eu ri:— Joguei meu trauma no sexo e nas mulheres. Ainda assim, depois de Tessália, passei a ter um medo extremo de me envolver emocionalmente com qualquer uma delas.— E eu decidi me recolher do mundo, num lugar só meu, longe de tudo e todos. E me culpar, por tudo que fiz no passado com Candy.— Candy superou, Milano. Casou duas vezes, teve uma filha... Você também precisa superar.— Ela era tão inocente, Chain. Como foi parar num Bordel? Não tem noção do quanto eu desejei viver o resto da vida ao lado dela. E... Quase não consegui dormir pensando em quantos homens passaram pela vida dela...— Acho melhor não tentar fazer as contas. Se a deseja de volta, vai ter que passar por cima de tudo... Assim como ela.— A filha dela é diferente... Me parece mais decidida.— Sim, Liah é decidida. E tenta passar seguran&cc
— Você é a terceira peça a se mexer neste tabuleiro.— O terceiro?Ou seja, Tessália e Milano já haviam cumprido suas exigências? Milano não comentou nada sobre isso. Tessália... Bem, eu não falava com ela há um bom tempo, evitando-a ao máximo, mesmo morando sob o mesmo teto.— Tem sua permissão para sair do país por dois dias, depois que me mandar a cópia da certidão de casamento.— O que Tessália e meu irmão já fizeram?— Eu não tenho autorização para lhe falar sobre o cumprimento das exigências dos demais.— Que porra! — Desliguei o telefone, com raiva.Ouvi uma batida na porta e fui atender. Sim, eu me trancava à chave dentro do meu próprio quarto, para não ter que correr o risco de ser “atacado” por minha ex
Meu carro chegou a tempo para que eu conseguisse chegar às 17 horas no Hotel Califórnia. Até então, tudo havia acontecido conforme eu esperava.Estava em dúvida sobre qual roupa usar: algo casual, como se aquilo que eu estivesse prestes a fazer não significasse nada, ou uma roupa digna de um casamento de verdade. Optei pela segunda, um terno bege, novo, escolhido especialmente para o momento.Olhava no relógio o tempo todo, amedrontado de ela não aparecer. Vi meus dedos tremerem levemente no volante, demonstrando todo meu nervosismo.Merliah saiu pela porta do Hotel exatamente 17 horas e 3 minutos. Só que os três minutos pareceram 3 horas na minha cabeça.Caralho! Não existiam palavras que pudessem descrever a beleza dela e o quanto meu corpo reagiu ao vê-la. Usava um vestido cinza claro, tomara que caia, justo até a área da cintura e longo. Os cabelos e
Chegamos ao cartório alguns minutos antes do horário agendado. Chain estacionou na frente da escadaria, que parecia infinita. Assim que descemos do automóvel, perguntei:— Tem um elevador, não é mesmo?— Dentro do prédio, sim. Mas para chegar lá, não vai escapar das escadas.Subi um degrau e percebi que estava literalmente numa saia justa. Meu vestido não cedia o suficiente para que as pernas pudessem se movimentar. Chain já havia subido uns três degraus quando me encarou:— Não me diga que está desistindo, Liah!— Na verdade, não. Mas estou com um problema, Chamalet.Ele desceu curioso, parando um degrau acima:— O que houve? Suas botas “novas” estragaram?— Meu vestido não me deixa abrir as pernas... — confessei, sem jeito. — Acho que vou ter que rasgar a lateral d