- Então... Vai sair do Hotel Califórnia sem precisar acorrentar-se nua a uma janela?
- Vou. Não quero mais ser prostituta. Vou me aposentar.
- Por Deus... E quem vai sustentar este putedo?
- Vou fazer filmes pornôs.
Ela não podia estar bem. Era tão cedo para ter bebido. Além do mais Rosela sabia que não podia usar bebida alcóolica e medicamentos junto.
- Isto já está decidido? E as meninas já sabem? E Rambo?
- Estou tentando convencer ele... Usando minha boceta. As meninas... Bem, podem trabalhar como maquiadoras, filmarem... Até participarem junto.
- Vó... Isso é... Nojento.
- Nojento? Ouvi isso mesmo?
- Eu... Gostaria de saber como está Davina. – Perguntei sem querer saber o restante do plano dela para ganhar dinheiro.
- Eu pouco vejo Davina. Ela tem passado boa parte do tempo no quarto...
Não sei quando eu conseguiria me adaptar ao horário normal das pessoas: dormir à noite, ficar acordada durante o dia. Pobre Chain, foi dormir às 3 horas da madrugada, sendo que precisava trabalhar cedo no dia seguinte.Jantamos juntos, fomos ao salão de jogos, conversamos abraçadinhos na poltrona dupla que ficava no cômodo de vidro do terceiro andar... E por fim o obriguei a ir para cama comigo, mesmo eu não estando com sono.Assim que deitamos, perguntei:- Você está indo diariamente à empresa porque Milano está viajando?- Também. Como ele não está presente, preciso tomar conta de tudo. Mas mesmo quando meu irmão retornar, preciso ajudá-lo. Não é responsabilidade só dele fazer a empresa crescer os 30%. Se isso não acontecer, nós dois perdemos.- É correto você fazer isso
Sabia que era tudo uma mentira armada por uma, outra, ou as duas juntas. Adotar uma criança era exigência do testamento e eu precisava contar a todos a verdade. Mas a primeira opção ainda era ela perder tudo por se envolver com Chain. Era nítido que não aceitava perdê-lo. Vendeu-se ao pai do seu namorado. Tessália não merecia um pingo de consideração.Enfim, agora eu precisava contar a verdade para Davina. Não havia mais como poupá-la. Ainda assim, acho que poderia ser pior a situação, caso eu não estivesse ali. Enquanto morasse naquela casa, cuidaria de Diogo como se fosse meu filho.Encomendei os tecidos que precisava para fazer meu vestido de noiva. Enquanto tirava as medidas e cortava os moldes, Diogo brincava próximo de mim, no quarto. Comíamos no quarto e dormíamos longos sonos depois de almoço.Naquela tarde, Chain cheg
- Eu... Exijo que me solte. Agora! – ordenei, sentindo a fúria dele ao me segurar.- Mulheres como você tem um preço...- Tiago... Você está me machucando.- Eu quis comprar você no leilão.- Eu... Não teria ido com você.- Por quê? Acha que eu não tenho dinheiro? – gargalhou sarcasticamente – Já disse, sou bilionário, dono da maior empresa de perfumes que você já conheceu. Claro que eu não casaria com uma puta como você. Porque não sou o idiota do Chain.- Mesmo que eu fosse uma prostituta, não aceitaria sair com alguém do seu tipo. Porque você sim é um idiota. Merece mulheres como Cristal: que deram tanto que sequer olham para a cara de quem as come.- Sua puta... Eu vou comer você aqui, do jeito que gosta... Por trás...- Seu nojento – cuspi na
- Nunca alguém me protegeu da forma como você fez, Chain... – limpei as lágrimas, que insistiam em cair – Mas isso que Tiago fez... É tão comum. O próprio Cristiano me chamou de vagabunda inúmeras vezes porque eu não quis ficar com ele... E... A forma como transou comigo, sem que eu tivesse vontade, foi quase um estupro.- Aquele canalha... Também a pegou a força?- Não... Não foi a força. Mas eu não conseguia ficar excitada com ele. Então doía... Muito. Então acredito que um estupro seria como o que sentia quando Cristiano se enfiava em mim. Hoje pensei comigo mesma: será que ele sabia que não era confortável para mim? E se importava se doía ou não? E... Meu Deus, Tiago sempre foi um verme... Olhe a forma como tratou Ketlin depois do parque de diversões.- Nada me importa sobre o que ele fez
Quando cheguei ao Hotel Califórnia naquela tarde, estava acompanhada do motorista particular. Embora Chain quisesse que eu tivesse habilitação para dirigir, estava muito ocupada com as questões da documentação para faculdade, além de um portfólio que tinha que apresentar antes de iniciar, que segundo eles me levaria ao docente mais indicado, que acompanharia meu desenvolvimento e me auxiliaria ao longo do curso. Precisava fazer uma criação livre, mas com todo o passo a passo, escrito e desenhado.Claro que fui usando nos pés minhas botas novas rosas brilhantes, que Chain havia me dado na lua de mel.Quando vi minha avó, meu coração quase parou. Fiquei pensando como consegui ficar tantos dias longe dela. Sentir seu cheiro, sua pele, seus beijos molhados ao longo da minha bochecha e ser recebida com aquele sorriso maravilhoso e cheio de amor não tinha preço.
— Não, vó. O patrimônio já estava no lixo a partir do momento que não conseguiram recuperar o prédio no leilão. Já não é de agora que o Bordel dá lucros enquanto o Hotel destrói nosso dinheiro. Exceto o quinto andar, tudo precisa de reformas. Isso aqui mais parece um prédio de um filme de terror. Aliás, já pensou num terror erótico? — debochei.— Não brinque com nossa desgraça, garotinha — Rosela criticou.— Estou brincando, vó. Eu vou ajudá-las... Em tudo que precisarem. Só não sei se Chain tem grana para bancar mais isso.— Nem é de responsabilidade dele — Rambo afirmou. — Sua avó quer muito fazer o tal filme. E não é só pela questão financeira. Ela também se acha uma diva do erótico agora...—
Fui acordada pela empregada naquela manhã. Sim, eu havia dormido a noite inteira. Quer dizer, a noite inteira não. Eu e Chain devemos ter tirado de uma a duas horas para transar sob o lençol branco que nos cobria para não sermos vistos nas câmeras, embora já tivéssemos mostrado tudo há dias atrás.— Senhora, me desculpe acordá-la. Mas tem uma encomenda que só pode ser entregue em mãos. É do casamento. — Ela estava receosa por ter me chamado.— Sim... Sem problemas. Peça para aguardar que já estarei descendo. Aliás, tenho outras encomendas para hoje e peço que todas sejam entregues em mãos, para que eu as verifique ao abrir. São para o casamento. – Pedi.Ela fechou a porta. Levantei e encontrei um botão de rosa vermelha aos pés da cama. Cheirei o odor maravilhoso e sorri. Sim, tinha sido ele... O
Levou horas para que eu conseguisse acalmar Diogo. No fim, ele acabou adormecendo em meus braços, sem ao menos tomar a mamadeira. Assim que me liberei, liguei para o doutor Telles, que era o único advogado que eu conhecia. Ele garantiu que resolveria a situação de Davina, mas disse que de nada adiantava eu ir até lá. Praticamente deu certeza de que ela seria solta em horas.Marta levou Diogo para seu quarto. Depois de toda loucura, me senti mais tranquila. Era só questão de tempo para Davina estar de volta em casa. Comecei a bordar o peito do vestido, para passar o tempo e ocupar minha mente.Não demorou muito para que Chain chegasse, me encontrando sobre a cama, bordando à mão cada florzinha do vestido, individualmente.— Ainda acho que não devo olhar o vestido! — ele brincou, tapando os olhos com a mão.Eu sorri:— Não se preocupe q