— Eu... Posso explicar! — falei, certo de que não havia explicação.“Ok, irmão, eu dormi com a sua filha!”“Milano, eu dormi com a sua filha, mas antes disso ela era a minha esposa.”“Milano, eu vou me foder para tudo e casar com Merliah novamente”.“Milano, Candy, foi só uma foda dentre tantas outras que já fizemos. Vamos fingir que ninguém sabe de nada e fica tudo bem.”— Explique-se. — Milano olhou nos meus olhos.— Não temos nada que explicar. — Liah me olhou. — Somos adultos.— Liah, sua mãe precisa comer alguma coisa. Por que não a leva à cantina do Hospital? — Milano sugeriu.— Mas... — ela começou a reclamar.— Estou morrendo de fome — Candy falou.Claro que Merliah não negaria levar a mãe grávida para comer. Antes de sair na porta, me olhou, certamente preocupada pelo fato de eu e Milano ficarmos sozinhos, sabendo que o assunto era ela.Respirei fundo, preparado para as lições de moral do meu irmão. Porém o silêncio dele foi mais cruel do que as palavras que poderia ter dito.
— Eu não quis dizer que tem um problema. Mas... Trabalhou com Tiago a vida inteira. E ele mal se importava se você fazia ou não alguma coisa na empresa.— Eu cumpria meus horários e fazia as tarefas que eram designadas. Posso me virar sozinho, se é isso que está tentando insinuar.— Não...— Eu... Fico feliz que esteja bem, Milano. E espero que se recupere logo. Vou procurar um Hotel hoje mesmo. Não retornarei para a mansão. E quando você voltar para a Partenon, irei embora de Noriah Norte. Espero, do fundo do coração, que isso faça com que Merliah seja feliz, assim como todos vocês.— Chain, por favor, não entenda errado.Eu saí e fechei a porta, não querendo ouvir mais nada. A família dele estava completa e eu sobrava, mais uma vez. Talvez ele tivesse razão e eu devesse mesmo dar uma chance a Merliah de encontrar alguém. Nos amávamos, mas não podíamos ficar juntos. Creio que, mesmo que tentássemos seguir nossas vidas juntos, a sombra deste maldito parentesco nos perseguiria de uma f
Passei pela Recepção do Hospital e entrei no corredor que me levaria ao quarto de meu pai. Por um momento passou pela minha cabeça toda a situação do fogo no Hotel Califórnia... E pude ver o ódio de Tessália sobre mim.Voltei até a Recepção. Lembrei que aquele era o Hospital mais próximo de Azah. E que provavelmente a ex-namorada de Chain havia sido levada para ali depois do que houve.— Você sabe me dizer se Tessália Archambault Chalamet se encontra aqui neste hospital?A recepcionista levantou os olhos na minha direção, questionadora.— Eu... Sou parente dela. — Mostrei meu documento, lembrando que nós duas tínhamos o mesmo sobrenome. — Estávamos meio brigadas... No entanto passamos por toda a situação do incêndio no Hotel Califórnia juntas.— Ah, sim... Eu lamento pelo que houve com vocês. Quer exatamente o que?— Ela está aqui?— Sim.— Eu poderia vê-la?— Tessália Archambault Chalamet está na Unidade de Terapia Intensiva ainda. Não pode receber visitas.— Não? O estado de saúde d
— Ficou claro que se não cumpríssemos o que nos foi solicitado, há uma quarta pessoa mencionada. E talvez ela fique com tudo... Ou ao menos boa parte.— Chain sempre mencionou que é muito dinheiro.— Sim, é muito dinheiro.Que Chain abriu mão por mim... E que eu abriria mão por ele. Como Tessália foi capaz de deixar o homem que amava para ficar com o pai dele? Certamente ela sabia que o velho Chalamet não era uma boa pessoa. Ou será que Chain nunca tinha aberto seu passado a ela.?Tentei ficar um pouco com meu pai para Candy poder descansar um pouco em casa, mas ela não quis. Fazia questão de não se separar mais dele.Eu não queria voltar para a mansão. Mas tive que fazer isso. Assim que cheguei, a primeira coisa que fiz foi entrar no quarto de Chain, para me certificar-me de que ele realmente tinha ido embora.Respirei fundo ao deparar-me com a cama ainda desarrumada. Fui até os armários, abrindo cada porta... E encontrando tudo vazio.Deitei na cama, não contendo as lágrimas. Peguei
Chain pareceu engasgar-se com a bebida e eu bati nas costas dele, com muita força, a fim de machucar mesmo, furiosa.— Está melhor? — perguntei, quando finalmente ele parou de tossir.— Ou pior... — Me olhou, arqueando a sobrancelha e fazendo cara de dor.— Eu... Vou cumprimentar os noivos — a mulher disse, sem jeito, saindo de fininho.— Já vai tarde — falei alto o suficiente para ela ouvir.— Você me machucou, sua louca! — ele reclamou.— É assim que me trata depois de três meses? Sim, foram 90 dias longe... E tem a coragem de falar com outra mulher na minha frente?— Eu... Realmente só estava conversando com ela. — Justificou-se.Peguei a mão dele e olhei a aliança, ainda no lugar. Sorri:— Não esqueça que é um homem casado, senhor “Chamalet”.Chain riu e balançou a cabeça:— Por quanto tempo, Liah?— Para sempre... — Sorri, sentindo os lábios tremerem, mordendo-os para que ele não percebesse.— Agora vamos fazer um brinde aos noivos! — Minha avó chamou todos, que pegaram suas taça
— Merliah, abra esta porta agora! — Ouvimos a voz de meu pai do lado de fora.Desci rapidamente, em busca da minha calcinha, que havia desaparecido. Chain pegou um papel rapidamente e limpou minhas coxas enquanto eu abaixava o vestido.Ele abriu a porta e olhamos para meu pai. Ambos estávamos completamente ruborizados, os peitos não conseguindo omitir as batidas intensas dos corações. Os cabelos de Chain estavam desarrumados e meu vestido todo fora do lugar.Minha mãe não estava por ali. E exceto um casal mais próximo, parecia-me que ninguém estava percebendo o que acontecera ali, no banheiro social da piscina.— Meu Deus... Quando vocês vão parar com isso? Parecem animais no cio, que só pensam em sexo... Em qualquer porra de lugar.— Basta nos autorizar a usar a cama e paramos de usar os banheiros — falei altivamente, furiosa.— Chain... Isso não pode acontecer. — Milano apelou para o irmão.Chain suspirou:— Eu... Me desculpe! — Foi o que saiu da boca dele.— Quanto tempo mais isso
Meus pais não me deixaram ir com o motorista. A festa seguiu dentro da mansão Chalamet, sem os noivos e a mãe da noiva, que foram levar a filha ao aeroporto.— E a sua faculdade? — Milano perguntou-me antes que eu embarcasse, ainda tentando me convencer a ficar.Eu sorri:— Pai, eu vou fazer a transferência de faculdade. Escolhi Alpemburg justo porque o país valoriza muito a questão da moda. A rainha Satini D’Auvergne Bretonne é estilista e tem uma loja maravilhosa. E dá apoio à novos estilistas. E também porque não conheço outro lugar... — confessei.Ele abaixou os belos olhos claros, completamente decepcionado com minha decisão.— Se eu soubesse que chamar-lhe a atenção quanto ao que você e Chain fizeram fosse causar isso tudo, jamais teria pisado meus pés na área da piscina.O abracei com força, adorando sua sinceridade:— Pai, você fez o que qualquer “pai” faria. Sei que é recente nosso encontro... Mas quero que saiba que o amo e nada vai mudar isso. Apesar de tudo, gosto da forma
— Merliah, Moda.Não demorou para eu sentir-me entrosada com as três mulheres, cada um com uma personalidade completamente diferente. E eu sabia muito bem como era aquilo, pois vivi sempre cercada de mulheres.Dois dias depois mudei-me para o apartamento delas, muito amplo e bem mobiliado.Quando liguei para minha mãe, avisei que estava num apartamento, perto da faculdade e tranquilizei-a de que tudo estava bem.— Fico feliz, Liah. Estava preocupada de você ficar num Hotel.Eu ri:— Nem todos os Hotéis tem um Bordel no quinto andar, mãe!— Minha filha, você nunca ficou sozinha. Fico pensando se está se alimentando bem... Dormindo...— Já aprendi a dormir à noite... E faz um bom tempo.— Estou com saudade.— Eu também.— Precisa ligar para o seu pai. Ele fica louco se você não liga.— Mas eu liguei ontem...— E precisa ligar hoje também, ou Milano surta.— Tudo certo com o bebê?— Sim... Você vem vê-lo quando nascer, não é mesmo?— Claro... Vou sim.— Temi que pudesse não vir.— Mãe...