— Eu... Não entendi... Como assim comprar um local... Seria um prédio novo para o Bordel?
— Sim.
— Em troca... De casar-me com você? — Fiquei pasma.
— Exatamente.
Realmente não falávamos de amor. Ao menos não da parte dele.
— Por que você precisa casar comigo, Chain?
— Eu não preciso, Liah. Eu quero.
— Jogue limpo, por favor... Então eu posso pensar na possibilidade de levar em conta o seu pedido.
— Eu... Não posso lhe dar muitos detalhes, Liah. Mas preciso casar.
Ok, agora as coisas estavam ficando claras para mim. Realmente não envolvia sentimentos e sim algum tipo de contrato ou algo parecido. O “preciso” casar não deixou dúvidas. Poderia ser eu, ou qualquer outra mulher a ser a senhora Chamalet.
— Preciso de respostas mais concretas. Afinal... Não é um casamento de verdade, não é mesmo?
— Sim, seria um casamento de verdade. Mas... Com prazo para terminar.
— Prazo para t
— Sim, elas são muito parecidas — Chain confirmou. — E só para constar, Milano não nasceu “um tempinho” antes de mim. Ele é bem mais velho.— Onde está Cristal? — perguntei.— Aquela louca já bebeu várias champagnes e está andando nua pela casa, depois de ter tomado banho na hidromassagem umas vinte vezes. Ela é completamente insana.— Sim... Mas aposto que Chain vai resolver isso. Afinal, eles são bem amigos — debochei.— Por que você está sem calçados? — Milano olhou para o irmão.— Não deu tempo de colocar. Saí praticamente correndo.— Você ficará hoje conosco, Liah? — Milano perguntou.— Eu... Não sei. — Olhei para Chain.— Sim... Creio que ela fique. — Ele sorriu.— Eu.
Sim, Rambo sabia o quanto aquilo me abalaria e já abriu os braços, me recebendo aos pratos em seu peito enorme.— Eu... Quero a minha mãe — falei, sem olhar para ele, somente sentindo seu carinho e compreensão naquele momento.— Tive que chamar todas as meninas às pressas, Liah. Teremos que devolver o dinheiro de todo mundo. Rosela parece-me bem agora, mas tive muito medo de que o pior acontecesse.— Por que não me ligou, Rambo?— Tentei o telefone do senhor Chalamet, mas dava desligado.Sim, talvez pelo fato de estarmos no hospital ou num lugar em que pegasse pouco sinal.— Estou tentando entrar em contato com Candy. Mas ainda não consegui — Cris respondeu.— Eu... Posso tentar entrar em contato com ela. — Ouvi a voz de Milano, oferecendo ajuda.— Acabei de dizer que não consegui entrar em contato com ela. Ali&aa
— Simples, mas a sua cara! — Chain disse, recolhendo as pecinhas em cristais plásticos que estavam sobre a minha cama. — Eis a prova de que o vestido realmente foi feito por você.— Chegou a duvidar? — encarei-o.— Não... Nunca duvidei.— Eu... Vou tomar um banho. Se puder descer enquanto isso, agradeço.— Ok.Fui para o banheiro e retirei o vestido apertado e depois olhei a calcinha, que estava completamente grudada à minha pele. Toquei e percebi que era comestível. Que porra! Como não havia percebido antes? Na pressa para voltar para casa, enfiei sem pensar duas vezes, nem me dando em conta.Enquanto deixava o produto dissolver-se no banho morno, cheguei a imaginar Chain lambendo a calcinha até chegar ao meu ponto de prazer.Deus! O mundo desabando sobre a minha cabeça e eu pensando no prazer que Chain me fazia sentir. Culpe
— Mas você tem emprego e residência fixa — aleguei.Ela sorriu tristemente:— Trabalho num Bordel, Liah.— E mora num Hotel. E isso deve contar. A mulher quis nos destruir do nada. Não estou entendendo... Preciso falar com vovó. — Fui colocando a calcinha, jeans e camiseta que Chain havia pego para mim.— Não foi do nada, Liah. O marido dela morreu aqui dentro. E ela pode pensar que fomos nós que fizemos algo.Fui até Davina e peguei-a pelos ombros, olhando em seus olhos:— Nós vamos pegar Diogo de volta, entendeu?Ela assentiu e então abracei-a com força. Queria deixá-la tranquila, mas eu mesma não estava. Parecia mentira tudo aquilo. De uma hora para outra tudo começou a despencar sobre nossas cabeças. E nada mais dava certo.— Agora você precisa descansar. De nada adianta ficar
Chamalet balançou a cabeça, aturdido:— Não vai querer minha presença aqui, não é mesmo?— Não.Respirou fundo e me abraçou com força, pegando-me de surpresa:— Vou seguir minha vida, Liah. Sei que fui um idiota muitas vezes com você, mas não foi intencional. Nunca quis fazer-lhe nenhum mal... Lembre-se disso, por favor. Caso precise de dinheiro para as despesas de Rosela, fale com Milano que me encarrego disto.— Obrigada. Mas não vai precisar.— Eu sei... — Sorriu, tristemente.Virei as costas e entrei pela porta automática, deixando o homem que garantiu que ficaria ao meu lado, não importava o que eu fizesse para afastá-lo. Ri com escárnio de mim mesma e a inocência com que agi o tempo todo junto dele.Passei pela recepção e me encaminharam ao quarto de Rosela
— Não tem boas notícias? — perguntei, imaginando se algo poderia ficar pior do que já estava.— Você é parente da senhora Smith?— Sim, sou a neta dela.— Fizemos os exames necessários. Embora a senhora Rosela dissesse o tempo todo que se sentia bem, imaginei que fosse um infarto.— Um infarto?— Sim. Por sorte, foi socorrida há tempo e trazida imediatamente para o Hospital. Ainda que ela insista em dizer que está bem, temendo ficar por aqui, não está. Foi um Pré-infarto.— Meu Deus, vó!— Não irá embora hoje, Rosela.— Ah, eu vou sim — ela disse, tentando levantar-se.— Sim, tem a opção de tentar fugir. E então terei que sedá-la.— Você... Não teria coragem de fazer isso.— Sim, eu teria.— Onde eu assino?— O que, dona Rosela?— Quero assinar que estou indo embora, por minha conta e assumindo os riscos.— Vovó, você não fará isso.— Farei. Estão tentando me matar aqui, isso sim.— Desde que deu entrada no Hospital, somos responsáveis pela senhora. Então, não poderá sair, a não ser q
Abri a bolsa dela e vi que não tinha mais nada ilícito ou que não fizesse bem para minha avó. Para quem trouxe cigarros, torta e refrigerante era o de menos.Assim que saí na porta, peguei o pedaço de papel do bolso. Iria ligar da recepção.Pedi o telefone emprestado para a atendente e estava começando a discar os números quando vi Chain vindo na minha direção. Um frio percorreu meu estômago, parando na espinha e fiquei imóvel, com o fone na mão.Nossos olhos se encontraram e ficamos assim até ele chegar na minha frente. Pus o fone de volta no gancho e tentei pronunciar algo, que não saiu.— Como ela está? — ele perguntou.Respirei fundo e tentei não gaguejar:— Um infarto... Pré-infarto...— Existe isso?— Eu... Acho que sim.— E como você se sente?— Eu sinto... Bem... Eu sinto que quero casar com você, Chain.— Como assim?— Aceito sua proposta, Chain. Estou de mãos atadas. Preciso de ajuda... Preciso de você.Ele ficou me encarando, sem dizer nada, parecendo surpreso.— O que... V
— Ok, Liah, se é de sua vontade, no contrato constará que você não precisará fazer sexo comigo, a menos que queira.— Eu não vou querer.— Não abro mão do termo “a menos que queira”. Se não constar, não há contrato.— Pode pôr... Eu não vou querer.— Tem mais um porém.— Outro? — Estranhei o comentário.— Somos obrigados a dormir na mesma cama.Eu gargalhei, admirada:— Como você consegue ser tão idiota?— Eu falo sério, Liah.— Tenho também que fazer-lhe boquetes todas as manhãs? Aliás, isso é sexo ou preliminares? Constará no contrato? Tenho cara de besta, por acaso? Por que está brincando comigo desta forma, Chamalet? Minha avó, que é a pessoa que mais amo no mundo, está internada neste hospital, devido a todos os problemas que recaíram sobre nós. E você tenta me levar para cama a todo custo? Não basta a porra do contrato?Levantei, furiosa. Ele pegou meu braço, fazendo-me encará-lo:— Não estou brincando com você. E... Eu não tinha intenção de entrar em tantos detalhes sobre o que