Puxei o celular do bolso da jaqueta já se passavam das 23horas. A noite estava linda, um céu estrelado deslumbrava um brilho naquela noite de verão, eu estava perdida mentalmente, precisava arrumar um abrigo pra passar a noite, meu celular começou a vibrar, era Clara ligando, deixei no silencioso para não atender chamadas de ninguém, não agora. O celular não parava de vibrar. Um certo momento parou de tocar, e começou a chegar mensagens de notificação, tirei novamente o celular e olhei o visor.
"Beatrice, onde você está? Me fala que vou até você. Eu não ligo para o que minha mãe diz, me deixe ajudar você." Clara mandou essa mensagem seguida por vários pontos de interrogação . Eu não vou falar onde estou, não quero ser a causa de afastar minha amiga de sua casa nem de sua mãe. Clara é uma garota de 21 anos, que gosta de viver livre, ela é intensa e um pouco rebelde, mais não é de dar trabalho para seus pais. Nos conhecemos no primeiro ano do ensino médio, depois daquele dia nunca mais nos afastamos, é parte de mim e eu sou a parte dela, tudo que fazíamos quando não estávamos juntas contávamos uma para outra, trocávamos presentes quando fazíamos aniversário de amizade, todo ano na mesma data que nos conhecemos trocávamos presentes. Acho que agora tudo isso foi por água abaixo, anos de amizade com Clara, minha vida com minha mãe, tudo vai ficar na lembrança. Meu celular voltou a vibrar, eu ignorei e continuei andando, uma hora ela teria que desistir. Continuei andando sem rumo, já estava na orla da praia de San Clemente, fui em direção a beira da praia tirei os chinelos e deixei as ondas molharem meus pés, a água estava morna e fresca, em outra ocasião Clara e eu estaríamos tirando a roupa e tomando banho somente de lingeries. [Lembranças on] — Vamos tomar um banho? — Clara perguntou levantando-se da areia. — Agora? — me espantei. Eu nunca havia tomado banho de praia a noite. — Vamos Beea, o clima está fresco e a noite está quente. — Mais eu não estou com roupa de banho. — e daí sua boba. Toma banho de sutiã e calcinha mesmo não tem quase ninguém aqui. — Aí será? — eu estava com vergonha, realmente não tinha ninguém, as pessoas que estavam lá, estavam distantes. — Vamos amiga levanta. Clara começou a tirar a roupa, tirou a blusa, depois o shorts. Eu permanecia sentada na areia vendo ela se despir, Clara me levantou puxando meu braço. — Vamos senão te levo a força. Você vai gostar. Prometo. Eu sabia que ela não ia parar, então comecei a tirar a roupa, tirei a blusa, eu estava usando um sutiã de renda vermelho com detalhes pretos, comecei a desabotoar meu shorts quando ouvi alguém assoviando de modo descarado, olhei para trás e tinha um grupo de garotos olhando em nossa direção. — Aí amiga não vou mais! — falei vestindo a camisa de novo. — Não liga pra eles, são uns bobos. — Ela falou. — Vão procurar o que fazer seus desocupados. — Clara gritou em seguida. Continuei tirando a roupa, Clara me puxou pela mão e fomos em direção ao mar. Clara soltou minha mão e deu um mergulho emergindo em seguida. — Está deliciosa Beea, mergulha. Fiz o mesmo e mergulhei, e a água estava fresca, iluminada apenas pela luz da lua e das estrelas, lançados brilhos cintilantes no horizonte. Ficamos ali na água por uns quarenta minutos. [Lembranças off] Aqueles momentos de liberdade eram perfeitos eu me sentia livre e feliz. Olhei a tela do celular novamente, já passavam das 00:00hs tinha cinco chamadas perdidas de Bernardo, meu irmão, e várias mensagens. "Onde você está?" "Clara me ligou desesperada" "Atende o celular Beatrice" "Você está bem?" Eu desbloqueei a tela e respondi a mensagem, Bernardo estava online. [Troca de Mensagem on] Beatrice: "Oi Beh, mamãe me expulsou de casa, por que estou grávida." Bernando: "O que você foi fazer minha irmã?" Beatrice: "Por favor irmão, chega de sermões, já basta a mamãe" Bernardo: "Crueldade da nossa mãe também viu. Se papai estivesse aqui você não estaria passando por isso." Beatrice: "Pois é irmão, mais a culpa é minha, eu fiz a burrada, tenho que aprender com meus erros agora. Eu não vou tirar esse bebê, não quero ficar com dor na consciência por ter tirado uma vida." Bernardo: "Calma irmã, eu não estou falando pra você abortar. Eu estou do seu lado. Pena que estou muito longe e não posso fazer muito. Você tem dinheiro? Onde você vai dormir?" Beatrice: "Estou na rua, ainda não sei onde vou passar a noite. Eu peguei um dinheiro de Clara emprestado, mais não dá pra um quarto de hotel." Bernardo: "Olha eu vou te mandar um dinheiro que tenho guardado. Isso vai te ajudar a pagar um quarto em qualquer Motel" Beatrice: "Tem certeza que não vai fazer falta? Mais Motel?? Como que vou entrar num Motel??" Bernardo: "Da um jeito mana, você só não pode ficar na rua. Amanhã vejo como fazer pra ajudar você. Vou falar com alguns amigos que tenho por ai. Deixa seu celular ligado, assim que possível te ligo." [Fim da troca de mensagem] Bernardo é meu irmão mais velho, temos 4 anos de diferença, ele está com 22 anos agora e foi estudar fora do país pra tentar uma chance na medicina, em Seattle, lá os ensinos são avançados e tem mais chances de se conseguir trabalhar em um bom hospital depois de se formar. Bernardo foi embora logo depois de terminar o ensino médio, fez o intercâmbio, entrou na faculdade e já está fazendo o internato na medicina. Sempre o admirei por isso. Meu irmão nunca foi um menino de dar trabalho, sempre foi esforçado, sempre obedecia as ordens de nosso pai e de nossa mãe, nunca foi de correr atrás de mulher, pelo contrário, todas as meninas queria ele, Clara minha amiga era uma delas. Mais ele não a quis, ele havia me falado que Clara era muito saidinha, e que se eles namorassem ela ia dar trabalho. Clara não se importou em ser escanteada, a amizade continuou a mesma. Segurei o pingente em meu pescoço com força, olhei para o céu estrelado e pensei em meu pai. — Sinto sua falta papai! — Falei baixinho e uma lágrima descia pelo meu rosto.Capítulo 03 Hotel California A Camareira do Ceo Sai da praia em busca de um motel, eu sabia de uma rua que havia Vários motéis aqui perto. Nunca tinha estado lá, mais sabia por que Clara já havia me falado e ela já esteve lá uma vez com um namorado. A rua estava deserta. Não havia ninguém, apenas as luzes amarelas de alguns postes clarearam o lugar, deixando um ar de medo e inquietação. Bati na primeira porta de um motel, uma mulher carrancuda com cabelos despenteados abriu uma pequena portinha.— O que quer garota? — Ela perguntou grosseira.— Poderia me arranjar um quarto apenas por essa noite? Eu estou grávida não tenho pra onde ir. — Tem alguém com você menina? — ela perguntou áspera, novamente.— Não senhora, sou apenas eu. — eu já estava ficando assustada. — Desculpe menina, aqui só entra casais. — Obrigada senhora e me perdoe pelo incômodo. Resolvi sair dali rápido, por que eu já estava ficando assustada. Eu não quis perder meu tempo mais naquela rua, seria um caso pe
Capítulo 04 Hotel California A Camareira do CEO Por fora se via um hotel bastante luxuoso, contava com uma estrutura feita em vidro e mármore de cima a baixo, vários andares. Subi os primeiros degraus, em direção a duas entradas com portas de vidro automáticas, que se abriam apenas com a aproximação da pessoa. Coisa de primeiro mundo. Na entrada havia uma linda mulher que segurava em sua mão alguns guias e informações sobre o hotel. — Bem vinda ao Hotel Califórnia. Espero que aproveite nosso guia onde oferecemos conforto aos nossos hóspedes e suítes de alta qualidade. — A moça falou sorridente e esbanjando simpatia. Achei ela um amor de pessoa. Ela usava um uniforme azul marinho com detalhes finos vermelhos, uniforme que compunha um blazer com botões dourados e uma calça comprida justa muito bem alinhada, em seu cabelo prendia um coque com uma rede vermelha detalhada e uma mecha de cabelos penteados na lateral que prendia atrás da orelha, usava uma maquiagem altamente magní
Eu permaneci no hotel até o anoitecer, vi pessoas chegando e se instalando, solicitando suítes de alto nível, vi os convidados indo embora sorrindo e falando bem do lugar recém inaugurado. Eu estava sentada em uma poltrona do Hall folheando uma revista, eu não estava pronta para ir embora, aquele lugar era bastante acolhedor, eu estava tendo algumas ideias absurdas, só estava tentando planejar com calma. Eu precisava muito um banho, e uma cama macia para passar a noite. Eu tive interesse de subir, mais como que eu iria entrar em algum quarto? E o mais importante, como eu iria passar pelos brutamontes que estava de guarda em cada porta de elevador e no pé da escada? — Olá, vi que a senhorita já está aqui a um tempo. Posso juda-la em algo? — Uma voz simpática me tirou os devaneios. — Oh, Não, perdoe-me, eu estou esperando meus pais, estão chegando para fazer chekin e solicitar uma suíte. Estamos de férias. — Falei, tentando agir naturalmente. — Mas já notei sua presença aqui desde o
Hotel California A Camareira do CEO Capítulo 06Meu nome é Eros Clarck, tenho 30 anos, sou o dono de uma rede de hotéis de luxo espalhados pelo mundo, recentemente inauguramos o Hotel Califórnia. Meu falecido pai deixou este projeto desenhado e ele me falava deste hotel, quando eu ainda era pequeno. Depois que meu pai faleceu por conta de um câncer de pulmão, o projeto foi pra gaveta, ao completar a maior idade assumi a empresa de papai, a mais famosa de Nova York a Services Clark Company, resolvi tira da gaveta o projeto e colocar em prática, cada detalhe daquele desenho sem tirar nem pôr. Foram 2 anos de trabalho, dia após dia a todo vapor, para entregar o mais luxuoso e aconchegante possivel. Na nossa família éramos meu irmão eu mamãe e papai. Eu estava cursando a faculdade quando meu pai faleceu por conta de um câncer de pulmão causado pelo cigarro, fiquei devastado, prometi a ele em sem velório que iria dar continuidade ao trabalho dele em geral, meu irmão por ser o caçula não
Capítulo 07Hotel California A Camareira do CeoJá se aproximava das 24 horas da estadia da suíte, ninguém da recepção me ligou para saber sobre os meus pais que supostamente estariam vindo, devem estar ocupados demais para reparar. Mais eu precisava de mais uma boa desculpa para tentar ficar mais tempo. Eu usufruir o máximo que eu pude do lugar, tomei um banho demorado de banheira, pedi serviço de quarto completo da melhor refeição durante o dia e dormi o máximo que eu pude. Acordei por volta das dezoito horas, já se aproxima o horário que entrei aqui ontem, e não sabia mais o que fazer. Eu estava a ponto de entrar em Pânico, iríamos ser jogados na rua eu e meu bebê que estava em meu ventre e eu já o amava infinitamente. — Fique tranquilo neném, mamãe vai fazer alguma coisa pra ajudar a gente. — Falei acariciando minha barriga, uma lágrima de tristeza escorreram pelas minhas faces. Quando derepente bateram a porta do meu quarto, com certeza era alguem da recepção, tarde demais,
Hotel California A Camareira do CEO Capítulo 8Ainda no elevador, Geraldo apertou o botão que levava para a cobertura."Apenas pessoas autorizadas"Dizia uma placa de acrílico com letras pretas cravejadas. Seguido por: "Eros Clarck"Geraldo deu duas batidas suaves na porta, fazendo com que o barulho na madeira maciça ecoasse por aquele espaço amplo. Aquele andar havia apenas 5 portas, imaginei que seria área VIP, pois as portas eram pretas com detalhes dourados. Ouvia-se uma voz grave por trás da porta que Geraldo havia batido que indicou para entrarmos, como num piscar de olhos eu estava indo direto ao chão duro de mármore, Geraldo em um solavanco me jogou de vez dentro da sala daquele homem com toda voracidade e ignorância. Elza correu até mim e me ajudou a levantar, seu olhar feroz para Geraldo em seguida foi de desprezo.— Seu arrogante, como pode tratar uma garota assim? — Elza exclamou. Geraldo continuou de pé na entrada da porta rindo vitorioso com a cena que estava vendo
Hotel California A Camareira do CEO Capítulo 09Eros respirou fundo, seu olhar se suavizando por um momento, como se considerasse minha história. Eu sabia que ele poderia ser um homem difícil de impressionar, mas havia uma centelha de algo humano por trás daquela fachada fria.— Você tem provas disso? — ele perguntou, mais calmo.— Não. — admiti. — Eles levaram tudo. Meu celular, minha carteira, até mesmo os documentos. Eu não tenho nada além das roupas que estou vestindo.Eros permaneceu em silêncio, pensativo. Eu podia sentir a tensão no ar, cada segundo se arrastando enquanto esperava sua resposta. Finalmente, ele se afastou, voltando para a cadeira atrás da sua escrivaninha e sentando-se com um suspiro.— O que você espera que eu faça, Beatrice? — ele perguntou, usando meu nome pela primeira vez sem sarcasmo.— Eu só preciso de uma chance. — supliquei. — Eu posso trabalhar para pagar minha estadia, posso fazer qualquer coisa. Apenas... não me mande embora. Eu não tenho para onde
Hotel California A Camareira do CEO Capítulo 10Sempre fui conhecido por minha frieza. No mundo dos negócios, a emoção é um luxo que não posso me permitir. No entanto, ao ver Beatrice pela primeira vez, algo dentro de mim mudou. Ela estava ali, limpando os corredores do hotel, e uma sensação estranha tomou conta de mim, como se um arrepio percorresse minha espinha.Havia algo nela que me atraía de maneira inexplicável. Os cabelos escuros, a forma como se movia, quase flutuando entre os hóspedes, sempre atenta e, ao mesmo tempo, distante. Mas o que realmente me atingiu foi o brilho de seus olhos. Aquela mistura de vulnerabilidade e força despertou em mim uma emoção que pensei ter enterrado há muito tempo.Com Suellen, tudo era previsível. Ela era perfeita para o papel que desempenhava em minha vida: elegante, ambiciosa e sempre ao meu lado em eventos sociais. Mas, ao olhar para Beatrice, percebi que nunca senti uma conexão verdadeira com Suellen. O que era essa sensação avassaladora