Cap 3

Herdeiros da favela:

Gabriela Narrando.

Nem sempre a vida foi fácil pra mim, gravidez na adolescência, abandono do pai do meu filho, falta de apoio dos meus pais que me rejeitaram e rejeitaram o neto até então tive que sair da casa dele após ser expulsa e além do mais fui renegada até pela mãe do pai do meu filho, tive que ralar para morar de aluguel mas não foi o suficiente para me sustentar tive que passar minha gravidez inteira trabalhando para poder comprar tudo o que faltava era tudo muito ruim, por muitas noites deixei de comer para comer no outro dia, mas graças a Deus eu tinha terminado os estudos, tive meu filho e não tinha ninguém chorei muito não sabia de nada, tive que aprender tudo sozinha, até que comecei a fazer um cursinho mas estava a ponto de ser despejada e tinha muitas dívidas, faltava até para meu filho e eu estava a ponto de enlouquecer meu filho tem 1 ano é lindo eu faço tudo por ele, talvez o meu maior erro foi ter escolhido um péssimo pai para ele, mas não me arrependo do meu menino, Hiago somos eu e ele as vezes deixo de comer para não faltar nada para ele mas tá tão difícil, estava saindo de casa.

– Oh garota, último aviso aqui não é abrigo não, ou paga ou vai vaza daqui- a dona da casa falou assim que sair.

– Eu prometo que vou pagar senhora só espera mais um pouco- eu disse.

– Só mais essa semana se não pode contar- ela disse, e eu engoli o choro pois eu estava indo entregar currículo, andei por todo o lado mas ao me ver com meu filho eles não aceitavam estava andando até que vejo a Mari ela faz cursinho junto comigo.

– Gabriela!- ela gritou assim que me viu.

– Oi Mari- eu disse e ela atravessou a rua e veio até mim.

– Mulher faz dias que quero falar contigo- ela fala.

– É que tranquei o cursinho- eu disse envergonhada.

– Nossa! Esse é teu filho?

– É!- eu disse rindo fraco.

– Ele é lindo, vamos lanchar?

– Acho melhor não- estava com vergonha de dizer que eu não tinha dinheiro para pagar.

– Vamos eu pago pra a gente, tu tá ai nesse sol quente- ela disse eu confirmei.

– Como está? Ela perguntou assim que eu sentei na lanchonete, meu filho dormia, eu estava segurando o choro.

– Tá tudo bem! Eu disse.

– Ta com os olhos cheios de água porquê?- ela perguntou assim que me viu e eu não aguentei.

– Ah que tá tudo difícil, eu não sei o que fazer- eu disse desesperada.

– Nossa mulher não sabia, na verdade eu queria falar contigo sobre isso- ela disse, mas como assim ela disse que não sabia de nada.

– Quê?

– Não quero que me leve a mal, mas todos aqui neste bairro sabem da sua condição e de tudo o que passou, e eu sei que tu ta precisando de dinheiro e então meu irmão tá precisando de alguém que pra trabalhar para ele- ela disse.

– Tá dizendo aquele irmão teu que tá preso?

– Sim!.

– Não mesmo que eu vou entrar naquela cadeia- eu disse me levantando e ela me fez sentar.

– Gabriela! Olha para seu filho, você não vai poder sustentar ele mas com seu leite, dar pra ver que ele precisa das coisas e isso tudo pode render uma grana- ela disse e eu respirei fundo.

– Gabriela pensa bem, tu pode ter muito dinheiro e assim vai dar tudo para seu filho depois do trabalho feito- ela disse e eu abaixei a cabeça.

– Porque eu?- pergunto.

– Porque eu sei que tu és de confiança- ela disse.

– Que tipo de trabalho?

– Tu vai saber! Só me diz que se estar precisando de algo?- ela perguntou com o celular na mão.

– Eu não sei!- falei olhando para o lado.

– É tudo ou nada, meu irmão tem pressa Gabriela- Ela falou e eu fiquei pensativa, tava pensando em tudo que eu estava passando e devendo.

– Tudo bem! Eu aceito, mas eu preciso saber o que devo fazer- eu perguntei.

– Meu irmão vai te dizer, vou mandar mensagem- ela disse mexendo no celular.

– Vamos ver ele quinta, ele mandou te entregar isso caso aceitasse- ela disse me dando um envelope.

– O que é isso?- perguntei abrindo o pacote e vendo um bolo de dinheiro.

– Meu Deus.

– Esse é só o começo Gabriela depois disso tu pode ir para onde quiser e pode comprar até uma casa ou até mesmo abrir um negócio, depois de tudo vamos embora para Rio de Janeiro e tu nunca mais vai participar de nada- ela disse e eu fiquei meia desconfiada, mas eu estava precisando meu filho também.

– Tudo bem, quinta a gente se ver- digo me levantando.

– Gabriela!- ela me chamou.

– Meu número- ela disse me dando um papel e eu sair dali colocando todo aquele dinheiro na bolsa, chegando em casa não tinha nada, respirei fundo e tirei o dinheiro da bolsa e contei tinha no máximo 10mil.

– Meu Deus!- eu disse encarando o tanto de nota de 100 na cama, até que bateram na porta.

– Vim pegar o dinheiro no último prazo Gabriela- ela disse me olhando os pés a cabeça ela pensa que não sei que ela fala de mim no bairro todo.

– Não se preocupe, eu vou pagar- estava com raiva e peguei o valor que estava devendo e paguei mais dois mês adiantado.

– Pega- falei dando todo o dinheiro para ela, e fechei a porta na cara dela, dali eu saí e fui comprar algo para comer, depois que cheguei fiquei pensando… que seja tudo o que Deus quiser.

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