Capítulo 85Sem Carinho, Sem ApegoO salão privado da mansão de Madame Vânia exalava luxo e opulência. Os sofás de veludo vermelho, os lustres de cristal e as paredes espelhadas refletiam a imagem das jovens que estavam ali reunidas. Algumas pareciam radiantes, empolgadas com a promessa de um futuro glamoroso. Outras, no entanto, trocavam olhares inseguros, a apreensão visível em seus rostos.— Então é isso mesmo? — perguntou Isabelle, uma morena de olhos castanhos, cruzando os braços. — Não tem volta?— Do que você está reclamando? — rebateu Sofia, ruiva de feições delicadas. — Vamos ganhar mais dinheiro do que jamais sonhamos. Com luxo, viagens, vestidos caros… o que tem de errado nisso?— Eu achei que era um concurso de moda. — murmurou Mirella, a mais jovem do grupo, mexendo no anel que usava no dedo. — Mas parece que estamos virando garotas de luxo.— Exatamente isso. — A voz fria e calculista de Madame Vânia ecoou pela sala.O silêncio tomou conta do ambiente. Todas se voltaram
Capítulo 86O Cruzeiro do PrazerCinco dias se passaram desde a última reunião na mansão de Madame Vânia. Durante esse tempo, as garotas seguiram uma rotina rígida de treinos, dietas e sessões de massagem. Não havia espaço para dúvidas ou hesitações – apenas a preparação para a viagem que mudaria suas vidas. E, agora, finalmente, o dia do cruzeiro havia chegado.Dois carros luxuosos de cor preta estacionaram suavemente na entrada do porto privado. As portas se abriram, e Madame Vânia saiu primeiro, sua presença imponente chamando a atenção dos funcionários que aguardavam. Logo atrás, desceram as quinze mulheres, cada uma mais deslumbrante que a outra. Vestiam roupas elegantes, mas provocantes, escolhidas para causar impacto logo de início. Seus cabelos estavam impecáveis, e suas peles reluziam sob a luz do sol da manhã.O cruzeiro estava ancorado ali, imenso e majestoso, um verdadeiro palácio flutuante. Homens de ternos caros e olhares avaliadores já estavam na área de embarque, esper
Capítulo 87Lua de Mel ou Prisão Dourada?A ilha privada Jeonhwa, de propriedade de um magnata coreano, era um pedaço de paraíso escondido nas Maldivas. Areias brancas e finas se estendiam até onde os olhos podiam alcançar, encontrando um mar de tons azul-turquesa tão cristalino que revelava cada detalhe do fundo. Bangalôs luxuosos se erguiam sobre a água, conectados por passarelas de madeira rústica, mas elegantes. Era um lugar perfeito para uma lua de mel – e exatamente como Rafael chamava aqueles dias.Para Naia, no entanto, o conceito de lua de mel parecia um tanto estranho, para que ela absorvesse tudo. E agora, ali, cercada pelo luxo, sentia-se tentando se convencer de que era aquilo que realmente queria.Rafael, por outro lado, estava completamente entregue à ideia. Desde que chegaram, fazia questão de mostrar a Naia que poderiam ser felizes juntos. Ele a levava para passeios de barco ao pôr do sol, organizava jantares românticos à beira da praia, dançava com ela sob o brilho d
"O Começo do Fim”Cassian está afundado no sofá de couro, o cheiro ácido de álcool pairando no ar como uma neblina sufocante. A garrafa quase vazia de uísque escorrega por seus dedos enquanto ele geme baixo, a cabeça jogada para trás, os olhos semi abertos, completamente entorpecido. Uma mulher de cabelos longos e escuros, que ele mal lembra o nome, o cavalga de forma sensual, as unhas cravadas em seus ombros, rebolando em um ritmo lento e provocante. Ele leva o seio dela à boca e suga. Os gemidos dela ecoam mais alto pelo cômodo, um som vazio, sem significado algum para ele.Mas então, um soluço alto.Um som sufocado que não vem da mulher em seu colo.Cassian abre os olhos de supetão e seus sentidos, antes entorpecidos, despertam ao ver Naia. Ela está ali, parada na entrada do quarto, a mão tremendo ao segurar a bolsa, os olhos arregalados e cheios de lágrimas. Seu rosto está pálido como se a própria alma tivesse sido arrancada do peito.— Naia... — Cassian balbucia, empurrando a m
Capítulo 1Quando a rivalidade se torna um campo de guerraCassian saiu do Délano Group como um furacão. O telefone vibrava sem parar no bolso do paletó, mas ele não queria atender ninguém. O peso da conversa com o conselho da empresa ainda pulsava em sua cabeça, apertando sua mandíbula em frustração.Seu pai estava à beira da morte. O império Délano Pharmaceuticals precisava de um herdeiro. E ele... Ele, Cassian Délano, não podia ter filhos."Um Délano sem sucessor não é um Délano", seu pai havia cuspido as palavras horas antes. "Você vai resolver isso, Cassian. Ou o império que construí vai para as mãos erradas."Resolver. Como se fosse simples. Como se sua fertilidade pudesse ser restaurada com um estalar de dedos.Mas ele já tinha uma solução. A inseminação in vitro.Ele só precisava extrair o material e seguir com o plano. Nada mais.Horizon Medical Group já estava à sua espera.Acelerou o carro pelas ruas de Paris, o motor roncando com sua impaciência. Mas quando estacionou na
Capítulo 2 Feridas Abertas Nunca CuramCassian estava sentado na cadeira do consultório, os dedos tamborilando impacientemente na mesa enquanto o Dr. Marcel Lefèvre falava. Mas ele não estava ouvindo.A única coisa que ressoava em sua mente era a maldita discussão com Naia minutos antes.— Senhor Délano? — O médico chamou sua atenção. — O procedimento foi realizado com sucesso.Cassian piscou, voltando para a realidade.— Certo, certo... ótimo.Dr. Marcel o observou com cautela.— O senhor está bem?Cassian passou a mão no rosto, soltando um suspiro irritado.— Preciso de um café.O médico cruzou os braços.— Não acho uma boa ideia. Você já está muito agitado.Cassian riu, sem humor.— Então eu preciso de algo mais forte.Ele se levantou, pegou as chaves do carro e saiu da sala. Dr. Marcel balançou a cabeça, sabendo que não adiantaria argumentar.Cassian seguiu pelo corredor, passou pela recepção e desceu até o térreo. A cada passo, sentia a irritação crescer dentro dele. O encontro
Capítulo 3Herdeiro do Império DélanoO despertador disparou às 5h da manhã. Sem hesitação, Cassian Délano abriu os olhos. Não havia espaço para preguiça ou indulgência. Disciplina. Controle. Precisão. Era assim que sobrevivia.Ele se levantou, os movimentos econômicos e calculados. O quarto impecável, cada objeto no lugar exato, como uma extensão de sua própria mente organizada e inflexível. O mundo exterior era um caos; ali, não.Vestiu o uniforme preto, nada mais que uma regata e um short, o suficiente para o que precisava fazer. O preto absorvia a luz, refletindo o vazio dentro dele.Na pista de corrida particular, cada passada era uma descarga de adrenalina. O frio da manhã raspava sua pele, mas não alcançava o gelo sob ela. Ele corria porque precisava. Porque, sem o esforço físico extenuante, a irritação latente que queimava sob sua pele poderia transbordar.De volta à mansão, Cassian mergulhou na academia. Aço, vidro e silêncio. Cada movimento nos aparelhos de musculação era pr
Capítulo 4: O Erro que Mudaria TudoCassian girou o copo de uísque na mão, observando o líquido âmbar deslizar pela borda. O gelo já havia derretido, mas ele não se importava. Seu estômago queimava tanto quanto sua mente. Diego ainda não tinha chegado, e a sensação de estar sozinho era insuportável.Ele pegou o celular e discou novamente.— Você quer me ver ferrar com tudo, Diego? Quer ver seu amigo afundar? Porque se eu sair sozinho hoje, eu juro que vou fazer uma merda grande.Silêncio do outro lado da linha.— Você sabe como eu fico quando estou assim.Mais um silêncio tenso, depois um suspiro longo e pesado.— Porra, Cassian… — Diego murmurou.— Então me encontra.— Onde?Cassian sorriu com amargura.— Você já sabe.O bar de sempre.Onde ele podia afundar tudo sem olhar para trás.Diego hesitou, mas finalmente cedeu.— Nos vemos lá.A linha ficou muda.Cassian jogou o celular sobre a mesa e soltou o ar. Sua cabeça pulsava. Sua vida sempre girou em torno do controle. Mas agora, tu