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O Encontro que Nunca Deveria acontecer.

Capítulo 1

Quando a rivalidade se torna um campo de guerra

Cassian saiu do Délano Group como um furacão. O telefone vibrava sem parar no bolso do paletó, mas ele não queria atender ninguém. O peso da conversa com o conselho da empresa ainda pulsava em sua cabeça, apertando sua mandíbula em frustração.

Seu pai estava à beira da morte. O império Délano Pharmaceuticals precisava de um herdeiro. E ele... Ele, Cassian Délano, não podia ter filhos.

"Um Délano sem sucessor não é um Délano", seu pai havia cuspido as palavras horas antes. "Você vai resolver isso, Cassian. Ou o império que construí vai para as mãos erradas."

Resolver. Como se fosse simples. Como se sua fertilidade pudesse ser restaurada com um estalar de dedos.

Mas ele já tinha uma solução. A inseminação in vitro.

Ele só precisava extrair o material e seguir com o plano. Nada mais.

Horizon Medical Group já estava à sua espera.

Acelerou o carro pelas ruas de Paris, o motor roncando com sua impaciência. Mas quando estacionou na frente do hospital, algo fez sua tensão aumentar ainda mais.

Um carro familiar. O carro de Naia.

Ele sentiu os dentes rangerem.

Claro que ela estaria ali. Era como se o destino estivesse brincando com ele.

Cassian já teve o desprazer de crescer ao lado daquela mulher. Filha do maldito Augustus Beaumont, rival de sua família há décadas. Criada para ser fria, independente, arrogante. A mulher que conseguiu irritá-lo como nenhuma outra.

Eles passaram a infância competindo. Quem era mais inteligente. Quem era mais forte. Quem era mais digno.

Naia nunca perdia a oportunidade de enfrentá-lo. E ele, como um maldito viciado nesse jogo de guerra, nunca conseguia ignorá-la.

Mas hoje? Hoje ele precisava disso.

Hoje, ele queria ver até onde ela poderia ir.

Ele queria que ela perdesse a linha.

Cassian saiu do carro e entrou no hospital com passos firmes. Olhou ao redor, e lá estava ela.

Sentada na recepção, os pés inquietos, a perna cruzando e descruzando, os dedos tamborilando no braço da cadeira.

Ela estava nervosa.

Não... Irritada.

Seu olhar subiu lentamente pelo corpo dela. Vestia uma calça social preta justa, blusa branca e salto alto. Perfeita como sempre. Mas havia algo diferente ali.

A forma como ela apertava os punhos. O jeito que o olhar dela se fixava no nada, como se qualquer provocação fosse o suficiente para fazê-la explodir.

Cassian sorriu de lado.

"Interessante."

Ele não perdeu tempo.

— Ora, ora... — Ele disse, se aproximando dela. — A princesa Beaumont perdeu a paciência?

Naia ergueu o olhar. Assim que viu Cassian, sua expressão se fechou imediatamente.

— Você só pode estar de brincadeira — murmurou.

Ele ignorou o olhar mortal e sentou-se ao lado dela, cruzando as pernas com uma postura relaxada.

— Você não parece bem, Beaumont. Problemas em casa? Seu pai finalmente percebeu que você é um desperdício como herdeira?

Ela virou o rosto para encará-lo, os olhos faiscando ódio.

— E você? Veio resolver mais alguma falha genética? — ela sorriu sarcástica. — Ah, esqueci. Isso não tem conserto.

Cassian manteve o sorriso, mas algo ferveu dentro dele.

Naia sempre soube onde atacar.

Ele se inclinou para mais perto.

— E você, veio doar seus preciosos óvulos para compensar sua falta de cérebro?

Naia estreitou os olhos. A tensão explodiu.

— Quer saber, Cassian? Vai pro inferno! — Ela se levantou abruptamente.

Ele riu. Ela estava descontrolada.

— Está fugindo, Beaumont? Você nunca foge.

Ela virou-se, os saltos batendo forte no chão enquanto se afastava. Mas ele não ia deixá-la escapar tão fácil.

Cassian a seguiu.

— Engraçado, eu me lembro de uma garota que adorava bancar a durona. Mas agora? Parece que você está à beira de um colapso.

Naia se virou de uma vez.

— Você quer que eu exploda, não é? — sua voz tremeu. — Você quer que eu perca o controle?!

Cassian cruzou os braços.

— Ah, sim. Isso seria um belo espetáculo.

E então, aconteceu.

Ela o empurrou com força, fúria pura queimando em seus olhos.

— Eu te odeio, Cassian Délano!

O hospital inteiro virou para olhar.

Cassian arregalou os olhos, surpreso. Naia nunca explodia.

Mas ali, diante dele, estava uma mulher diferente.

Uma Naia agressiva, desequilibrada, perigosa.

A porta do consultório se abriu.

— Naia Beaumont? — chamou a enfermeira.

Naia respirou fundo e entrou no consultório sem olhar para trás.

Cassian ficou parado, observando-a sumir.

Então, algo estranho aconteceu.

Outra mulher, alguns metros à frente, também se levantou e seguiu para o mesmo consultório.

Cassian franziu a testa.

Ela também se chamava Naia Beaumont?

Não... Algo estava errado.

Mas ele não pensou muito sobre isso. Apenas soltou o ar, esfregou o rosto e resmungou para si mesmo:

— Se algum dia eu tiver um filho, espero que a mãe não seja nada como ela.

E então, seguiu para o seu próprio atendimento, sem imaginar o erro que havia acabado de acontecer.

Cassian se aproximou de Naia com um sorriso debochado.

— Que cara é essa, Beaumont? Dormiu mal?

Ela revirou os olhos, cruzando os braços.

— O que você quer, Délano?

— Só estou surpreso de te ver aqui. Você não parece do tipo que doa nada sem receber algo em troca.

Naia travou o maxilar.

— Engraçado. Eu poderia dizer o mesmo de você.

Cassian riu, inclinando-se para perto dela.

— Eu estou aqui para resolver um problema. Você... bem, acho que seu problema não tem solução.

Naia cerrou os punhos, o peito subindo e descendo em fúria.

— E você acha que o seu tem? Você pode ter todo o dinheiro do mundo, Cassian, mas tem coisas que nem você pode comprar.

Ele arqueou a sobrancelha.

— Como a sua paciência?

Naia explodiu.

— Você me dá nojo!

A tensão cresceu. Todos os olhares da recepção estavam sobre eles. A enfermeira na recepção ficou tensa, digitando apressada no computador.

— Ah, qual é, Beaumont. Não precisa dramatizar. Eu sei que você adora discutir comigo. É seu esporte favorito.

— Você não sabe nada sobre mim!

Cassian inclinou a cabeça, a voz carregada de ironia.

— Eu sei que você está prestes a me socar na frente de todo mundo.

Ela levantou a mão.

— Naia! — chamou a enfermeira, apressada.

Duas mulheres se levantaram ao mesmo tempo.

Naia Beaumont e Naiara Dias.

A recepcionista olhou confusa para o sistema, mas antes que pudesse corrigir o erro, Naia Beaumont já havia entrado no consultório.

Cassian apenas observou, cruzando os braços e soltando um suspiro.

— Se algum dia eu tiver um filho, espero que a mãe não seja nada como ela.

Ele não fazia ideia do que acabara de acontecer.

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