>ELIZABETH<
O choque percorreu meu corpo como um raio, me deixando completamente paralisada. O silêncio que se instalou na sala era ensurdecedor, mas foi quebrado em segundos por minha própria voz, tremula, mas carregada de incredulidade.— O que… o que você está fazendo aqui?— Eu que pergunto, o que você está fazendo, sua vagabunda. — Allan gritou, descontrolado.— Cuidado com o que você fala Allan. — Patrício advertiu.Patrício o conhecia? O que estava acontecendo?— Você o conhece? — Perguntei para PatrícioAntes que ele pudesse dizer qualquer coisa, Allan interviu— Não se faça de inocente. VAGABUNDA.Em um momento rápido Allan avançou, vindo em minha direção. Suas mãos agarraram o meu pescoço, cortando todo o meu suprimento de ar.Patrício interveio rapidamente jogando Allan para longe, antes que pudesse causar grandes danos.— Qual é o seu problema, porra? — Patrício gritou avançando em cima do meu ex. Tentei impedi-lo mas não>ELIZABETH— Agora tudo faz sentido — ele murmurou, sua expressão se contorcendo em puro desprezo. — Você não conseguiu me prender, então decidiu mirar mais alto.Meus olhos se arregalaram.— O quê?!— Não se faça de sonsa! — ele explodiu, a voz carregada de rancor. — Você tentou me seduzir, me envolver, mas eu não caí no seu joguinho, não foi? Então resolveu ir atrás do meu pai!Um gosto amargo subiu para minha garganta. Eu nunca, jamais, tinha esperado ouvir algo assim de Allan.— Você perdeu completamente o juízo!Ele deu um passo mais perto, os olhos injetados de raiva.— É isso que você faz, Elizabeth? Sobe na cama de homens poderosos para conseguir o que quer?O tapa que dei nele foi tão rápido e instintivo que nem percebi quando minha mão se moveu.A sala ficou em silêncio.Allan me encarou, chocado. Sua bochecha estava vermelha, mas o que mais me assustou foi o brilho de fúria que tomou seus olhos logo em seguida.Mais um
>PATRÍCIOLiz ainda estava parada no meio da minha sala, o peito subindo e descendo com a respiração acelerada. Eu podia ver a tensão nos seus ombros, os olhos brilhando de frustração e raiva.Suspirei, esfregando o rosto com as mãos. Isso tinha sido um completo desastre.— Você está bem? — perguntei, mantendo minha voz firme, mas menos áspera do que de costume.Ela soltou uma risada seca, cruzando os braços.— Você acha que estou? Meu ex namorado é filho do meu atual? Como eu poderia? Ele ainda por cima me chamou de interesseira Eu endureci ao ouvir aquilo.— Eu não fazia ideia.— Eu também não! — ela explodiu, balançando a cabeça. — Como isso é possível, Patrício? Como eu passei dois anos com Allan e nunca soube que ele era seu filho? E como fiquei tanto tempo aqui com você e nunca soube que você era pai dele?Passei a mão pelos cabelos, tentando organizar meus pensamentos. Nada disso fazia sentido. Como ela e Allan tinham um passado sem
>ESTELAEu observava Allan andar de um lado para o outro na sala de casa, os passos inquietos ecoando pelo piso de madeira.O rosto dele estava vermelho de raiva, as mãos cerradas em punhos, e o olhar carregado de fúria. O plano funcionou exatamente como eu queria.Tudo o que precisava agora era jogar mais lenha na fogueira.— Quer me contar o que está acontecendo meu, filho?— A Elizabeth… aquela… aquela vagabunda está dormindo com meu pai. — Allan gritou acertando um na parede ao lado — E aquele filho da puta ainda por cima ficou do lado dela e me mandou embora.— Eu te disse filho. Eu disse que seu pai não prestava, o problema é ele, sempre foi. E essa garota é uma aproveitadora.— Você acha que eles estão juntos nessa?— Você viu com seus próprios olhos, filho — murmurei, me aproximando lentamente. — Ela não hesitou nem um segundo antes de se jogar nos braços do seu pai.— Interesseira — ele cuspiu a palavra com nojo.Ah, como era fá
>ESTELAA casa estava silenciosa. Allan havia saído há pouco, cego de ódio, exatamente como eu queria.Ainda restava um pouco de uísque no meu copo, e eu saboreei o líquido âmbar enquanto caminhava até a janela, observando a cidade iluminada.A primeira parte do plano tinha sido um sucesso absoluto. Allan não apenas flagrou Patrício e Elizabeth juntos, mas também engoliu cada palavra que eu plantei na mente dele.Agora, tudo que ele sentia era raiva, ressentimento e a necessidade de vingança.Exatamente como eu precisava que fosse.Peguei o telefone e disquei o número de Hugo. Ele atendeu no terceiro toque.— O que foi? — Sua voz estava carregada de impaciência.— A primeira parte do plano foi um sucesso — anunciei, um sorriso satisfeito brincando nos meus lábios. — Allan viu tudo e está furioso.Houve um breve silêncio antes de Hugo soltar uma risada baixa.— E como ele reagiu?— Exatamente como eu esperava. Ficou furioso, se sentiu
>ESTELAA casa estava mergulhada em silêncio, mas dentro de mim, uma tempestade de satisfação crescia.Meu plano estava indo melhor do que eu esperava, e nada podia me deixar mais feliz naquele momento.Cada peça estava se encaixando perfeitamente. Allan já estava envenenado, e agora Hugo daria o próximo passo.Peguei o telefone novamente e enviei uma mensagem para meu informante dentro da empresa. Ele era um funcionário discreto, mas leal ao dinheiro, e tinha acesso às informações de Patrício.Um recém contratado, jovem e ambicioso.Precisava que ele confirmasse a localização exata em que Elizabeth e Patrício voltariam a se encontrar sozinhos.Sei que os encontros deles não são apenas na empresa. Eu queria ficar a par de todos os movimentos dela."Me avise assim que os dois saírem juntos da empresa dele."A resposta veio em menos de um minuto."Assim que eu souber, aviso."Ótimo. Esse pequeno detalhe me daria controle total sobre o
>ELIZABETHO peso da revelação ainda estava sobre meus ombros quando saí do escritório de Patrício. O choque de descobrir que Allan era filho dele me atingiu de uma forma que eu não conseguia explicar.Como isso foi acontecer? Era tipo uma chance de um milhão e mesmo assim aconteceu.E como eu nunca desconfiei? Como o próprio Patrício nunca soube? Como passamos tanto tempo juntos e ele nunca compartilhou uma informação que me fizesse desconfiar?As peças estavam todas ali, e agora, tudo fazia sentido.Os olhares carregados de raiva de Allan. Seu desprezo crescente. As palavras venenosas que me lançava. E agora, a verdade se desenrolava diante de mim de maneira cruel e inevitável.Passei o dia perdida em pensamentos, sem conseguir me concentrar no trabalho. Patrício também parecia distante. Em outros momentos, ele teria passado na minha mesa, encontrado uma desculpa qualquer para me chamar até ele, ou simplesmente me puxado para sua sala e tomando m
>ELIZABETHJerusa me olhou com compreensão e simpatia, como se compartilhasse da minha dor.— Ele provavelmente também precisa de um tempo para processar tudo isso. Afinal, ele perdeu vinte e dois anos da vida do próprio filho. Apesar de crescer ao lado de Patrício, ele e Allan sempre tiveram um relacionamento complicado. Mas no fundo eu acredito que ele possa ser um bom rapaz.Fiquei em silêncio por um momento, encarando minhas próprias mãos.— Ele também não me procurou. — falei ignorando a parte sobre Allan. Eu ainda não estava preparada para tocar nesse assunto. Nem mesmo conversei com Patrício direito sobre tudo isso.— Você também não procurou ele — Jerusa apontou, com um pequeno sorriso.Bufei.— Estou esperando que ele tome a iniciativa. — falei insegura — E se ele estiver esperando o mesmo de você?Suspirei novamente, sabendo que ela estava certa. Mas antes que eu pudesse responder, o telefone de Jerusa tocou. Ela atendeu rapidamen
>ELIZABETHO caminho para casa parecia mais longo do que o normal. Patrício insistiu que me levasse, mas eu recusei. Ele precisava encontrar Allan, e eu precisava de um tempo para processar tudo isso sozinha.Não pretendo me afastar dele, mas preciso desse momento sozinha.Assim que cheguei em casa, joguei minha bolsa no sofá e fui direto para a cozinha. Peguei um copo de água e encostei-me na pia, respirando fundo. Minha mente estava uma bagunça.Allan era filho de Patrício.Nada fazia sentido agora.Como eu nunca me atentei a detalhes tão bobos, como o sobrenome de Allan ou o quanto ele parecia rico ou até mesmo a cidade dele. Com certeza não haviam muitos Graham's de vinte e dois e milionários na cidade.A raiva que Allan demonstrou por mim, o desprezo que dirigia a seu pai, o rancor quase irracional. Mas, acima de tudo, a maneira agressiva de como ele reagiu à revelação.Patrício estava devastado, embora tentasse parecer forte.Peguei o