>ELIZABETH<
Cheguei à empresa sentindo um misto de ansiedade e expectativa. Não era como se eu nunca tivesse estado ali antes, mas ultimamente, cada encontro com Patrício carregava uma tensão diferente, uma mistura perigosa de desejo e incerteza.Nada entre a gente havia mudado, era como se tudo fosse como a primeira vez. Nosso tesão continuava intenso.Atravessei os corredores com passos decididos, tentando ignorar os olhares curiosos de alguns funcionários.Meu namoro com Patrício estava cada vez mais público.Desde que nosso relacionamento começou a se tornar mais evidente dentro da empresa — mesmo que ainda tentássemos manter as aparências — eu sabia que as pessoas comentavam.Não me importava. A gente simplesmente se apaixonou.— Bom dia, Jeh!— Bom dia, Liz!Olhei ao redor, alguns funcionários agitados, porém pude perceber um novato que me olhava atentamente de longe. Ele tem feito bastante isso.Mas decidi ignorar, pode ser só cois>ELIZABETHFernando chegou mais perto, com as mãos nos bolsos e um sorriso de quem sabia que estava vivendo um momento especial com seu filho. Ele estava visivelmente encantado, quase sem palavras.– Ah, você sabe como é – disse Fernando, com um tom de quem estava adorando aquele momento. – Jerusa não conseguiu arranjar quem ficar com ele hoje, então... teve que trazer o pequeno para o trabalho. E ele adora passear pela empresa.Gael olhou para mim com aqueles olhinhos brilhantes e me perguntou:– Posso te chamar de tia Liz?— Claro que pode — E você vai brincar comigo?Eu ri baixinho, imaginando o que ele teria em mente. Havia algo tão simples e encantador em suas palavras.Para ele, o mundo era um grande parque de diversões. Eu olhei para Fernando, que, embora estivesse tentando se controlar, claramente se derretia vendo Gael com aquele entusiasmo todo.Jerusa não era diferente. Os três formavam uma família linda.– O que você acha, F
>ELIZABETHSorrimos e continuamos brincando por alguns minutos, até eu infelizmente ter que voltar ao trabalho.— Liz! — Jerusa me chamou. — Patrício quer te ver.Me levantei e despedi do pequeno Gael com um até mais tarde e fui ver Patrício.Respirei fundo antes de bater na porta da sala dele e entrar. Patrício estava atrás da mesa, olhando para alguns papéis, mas assim que me viu, largou tudo e sorriu de lado.— A senhorita está pontual.Revirei os olhos e cruzei os braços.— Como se eu não fosse sempre.Ele riu, se recostando na cadeira.— O que temos para hoje?Sentei na cadeira em frente à mesa e tirei os documentos da bolsa.— Precisamos revisar os contratos do novo projeto. Algumas cláusulas precisam ser ajustadas antes da assinatura final.Patrício pegou os papéis e começou a analisá-los. Enquanto ele lia, eu aproveitei para observá-lo.O jeito que sua expressão se tornava séria ao se concentrar, a forma como seus ded
>ELIZABETHO choque percorreu meu corpo como um raio, me deixando completamente paralisada. O silêncio que se instalou na sala era ensurdecedor, mas foi quebrado em segundos por minha própria voz, tremula, mas carregada de incredulidade.— O que… o que você está fazendo aqui?— Eu que pergunto, o que você está fazendo, sua vagabunda. — Allan gritou, descontrolado.— Cuidado com o que você fala Allan. — Patrício advertiu.Patrício o conhecia? O que estava acontecendo?— Você o conhece? — Perguntei para PatrícioAntes que ele pudesse dizer qualquer coisa, Allan interviu — Não se faça de inocente. VAGABUNDA.Em um momento rápido Allan avançou, vindo em minha direção. Suas mãos agarraram o meu pescoço, cortando todo o meu suprimento de ar.Patrício interveio rapidamente jogando Allan para longe, antes que pudesse causar grandes danos.— Qual é o seu problema, porra? — Patrício gritou avançando em cima do meu ex. Tentei impedi-lo mas não
>ELIZABETH— Agora tudo faz sentido — ele murmurou, sua expressão se contorcendo em puro desprezo. — Você não conseguiu me prender, então decidiu mirar mais alto.Meus olhos se arregalaram.— O quê?!— Não se faça de sonsa! — ele explodiu, a voz carregada de rancor. — Você tentou me seduzir, me envolver, mas eu não caí no seu joguinho, não foi? Então resolveu ir atrás do meu pai!Um gosto amargo subiu para minha garganta. Eu nunca, jamais, tinha esperado ouvir algo assim de Allan.— Você perdeu completamente o juízo!Ele deu um passo mais perto, os olhos injetados de raiva.— É isso que você faz, Elizabeth? Sobe na cama de homens poderosos para conseguir o que quer?O tapa que dei nele foi tão rápido e instintivo que nem percebi quando minha mão se moveu.A sala ficou em silêncio.Allan me encarou, chocado. Sua bochecha estava vermelha, mas o que mais me assustou foi o brilho de fúria que tomou seus olhos logo em seguida.Mais um
>PATRÍCIOLiz ainda estava parada no meio da minha sala, o peito subindo e descendo com a respiração acelerada. Eu podia ver a tensão nos seus ombros, os olhos brilhando de frustração e raiva.Suspirei, esfregando o rosto com as mãos. Isso tinha sido um completo desastre.— Você está bem? — perguntei, mantendo minha voz firme, mas menos áspera do que de costume.Ela soltou uma risada seca, cruzando os braços.— Você acha que estou? Meu ex namorado é filho do meu atual? Como eu poderia? Ele ainda por cima me chamou de interesseira Eu endureci ao ouvir aquilo.— Eu não fazia ideia.— Eu também não! — ela explodiu, balançando a cabeça. — Como isso é possível, Patrício? Como eu passei dois anos com Allan e nunca soube que ele era seu filho? E como fiquei tanto tempo aqui com você e nunca soube que você era pai dele?Passei a mão pelos cabelos, tentando organizar meus pensamentos. Nada disso fazia sentido. Como ela e Allan tinham um passado sem
>ESTELAEu observava Allan andar de um lado para o outro na sala de casa, os passos inquietos ecoando pelo piso de madeira.O rosto dele estava vermelho de raiva, as mãos cerradas em punhos, e o olhar carregado de fúria. O plano funcionou exatamente como eu queria.Tudo o que precisava agora era jogar mais lenha na fogueira.— Quer me contar o que está acontecendo meu, filho?— A Elizabeth… aquela… aquela vagabunda está dormindo com meu pai. — Allan gritou acertando um na parede ao lado — E aquele filho da puta ainda por cima ficou do lado dela e me mandou embora.— Eu te disse filho. Eu disse que seu pai não prestava, o problema é ele, sempre foi. E essa garota é uma aproveitadora.— Você acha que eles estão juntos nessa?— Você viu com seus próprios olhos, filho — murmurei, me aproximando lentamente. — Ela não hesitou nem um segundo antes de se jogar nos braços do seu pai.— Interesseira — ele cuspiu a palavra com nojo.Ah, como era fá
>ESTELAA casa estava silenciosa. Allan havia saído há pouco, cego de ódio, exatamente como eu queria.Ainda restava um pouco de uísque no meu copo, e eu saboreei o líquido âmbar enquanto caminhava até a janela, observando a cidade iluminada.A primeira parte do plano tinha sido um sucesso absoluto. Allan não apenas flagrou Patrício e Elizabeth juntos, mas também engoliu cada palavra que eu plantei na mente dele.Agora, tudo que ele sentia era raiva, ressentimento e a necessidade de vingança.Exatamente como eu precisava que fosse.Peguei o telefone e disquei o número de Hugo. Ele atendeu no terceiro toque.— O que foi? — Sua voz estava carregada de impaciência.— A primeira parte do plano foi um sucesso — anunciei, um sorriso satisfeito brincando nos meus lábios. — Allan viu tudo e está furioso.Houve um breve silêncio antes de Hugo soltar uma risada baixa.— E como ele reagiu?— Exatamente como eu esperava. Ficou furioso, se sentiu
>ESTELAA casa estava mergulhada em silêncio, mas dentro de mim, uma tempestade de satisfação crescia.Meu plano estava indo melhor do que eu esperava, e nada podia me deixar mais feliz naquele momento.Cada peça estava se encaixando perfeitamente. Allan já estava envenenado, e agora Hugo daria o próximo passo.Peguei o telefone novamente e enviei uma mensagem para meu informante dentro da empresa. Ele era um funcionário discreto, mas leal ao dinheiro, e tinha acesso às informações de Patrício.Um recém contratado, jovem e ambicioso.Precisava que ele confirmasse a localização exata em que Elizabeth e Patrício voltariam a se encontrar sozinhos.Sei que os encontros deles não são apenas na empresa. Eu queria ficar a par de todos os movimentos dela."Me avise assim que os dois saírem juntos da empresa dele."A resposta veio em menos de um minuto."Assim que eu souber, aviso."Ótimo. Esse pequeno detalhe me daria controle total sobre o