Em vista da fuga de Lucius e da quantidade de renegados sob seu comando, que também dispersaram na noite anterior, era certo que a notícia de que suas tropas avançavam pelos Cárpatos, não tardaria a chegar aos ouvidos de Frèderick. Desta forma, Robert deixou o acampamento tão logo o crepúsculo se fez no horizonte.
Ainda não havia pensado na punição que daria ao filho, mas era certo que não poderia perdê-lo para Alena. Jamais deixaria que Vlad conduzisse o destino de Valsui, de sua tumba. A morena, entretanto, seguia à frente dos seus, alheia a qualquer tipo de pensamento, que não táticas para enfrentar o vampiro.
À base da montanha, a menos de dois dias de Vaslui, a neve caiu ainda mais implacável, obrigando-a a interromper sua marcha e procurar abrigo. Lembrava-se de algumas cavernas entre as pedras redondas que buscavam espaço junto ao bosque, que rodeava as muralhas da cidadela de Vaslui. Os galhos, cobertos de neve, emborcavam algumas árvores, ornando um caminho que Alena percorria, rápido, como Golias. Nas suas muitas patrulhas, com o tio, naquelas terras, passara a conhecer alguns de seus segredos. Aquela caverna era apenas um deles. Robert e Sindel estavam na mesma carroça, e o louro sentenciava:— Não o quero perto de mim Sindel, entendeu? — O outro apenas o avaliava. — Tire Leonora do castelo. É tudo em que deve estar concentrado.— Não pode achar que haverá outros líderes do seu lado, irmão — ponderou Sindel. — Nem pode contar com András, pois ele certamente pensará em Alena quando Rawnie contar-lhe sobre a criança. — Houve um minuto de silêncio em que a mãoSelando o Destino
França 1789...Sentia-lhe os dedos delicados contornarem seus músculos, arrepiarem-lhe a pele de forma intensa e única, como só ela saberia fazer. Seus fios escuros, como cortinas de ébano, escondiam-lhe os traços, que ele sabia de cor. Não precisava vê-la para que cada célula de seu corpo a reconhecesse e respondesse ao seu chamado. A boca sensual corrompia-lhe a sanidade, na oferta do desejo que há muito não provava. N
A lâmina rasgava o ar em sua direção e o cavaleiro a reprimia com todo potencial de seus ombros severamente largos. Sob o elmo, seus intensos olhos verdes ardiam como brasas enquanto avançava contra o adversário montado em seu cavalo negro como a noite. Não lhe via o rosto, sua respiração estava rápida e havia inúmeros cortes em sua cota de malha, por onde um rastro de sangue se lançava ao aço.Qualquer pessoa em sã consciência esperaria pouco da luta, ao homem restava apenas pouco tempo de vida. Era certo. O senhor do cavalo o fitava atônito, como se encarasse um oponente imaginário. Efetivamente, não sabia de onde o ca
András foi para seu quarto, assim que deixou Oliver no salão de refeições. As paredes de pedra endossavam o frio que se arremetia contra a fachada do castelo naquela época do ano. Vaslui possuía um inverno rigoroso, e aquele não seria o mais brando deles, a julgar pela tempestade que sibilava lá fora. Retirou a grossa pele dos ombros lentamente, seus verdes perscrutavam o escuro, sentindo uma presença que não era bem vinda. Atirou o casaco sobre a cama ao mesmo tempo em que os braços delicados invadiram seu pescoço, enlaçando-o e unindo os lábios úmidos dela a sua orelha. Seus olhos cerraram e um suspiro partiu de seus lábi
A nevasca alcançou o grupo na segunda metade da viagem, tão logo deixaram o vilarejo de Covasna, que infelizmente não tinha como lhes oferecer abrigo, somente uma parca porção de ração aos cavalos, que já davam sinais de cansaço latente. A esperança de que mantivessem suas montarias a salvo, era cruzarem logo a estrada que os levaria a Brasov. E assim foi feito.O caminho seguia entremeado de uma parca floresta e o grupo, liderado por András, caminhava lentamente sob os flocos de neve que se acumulava ao seu redor e os fazia diminuir a marcha.—
Ela tinha razão, a tenda estava a contento e não se imaginava tão cansado até retirar toda sua roupa. Sentiu os músculos relaxarem e as pálpebras pesarem, e em poucos minutos adormecia. Acordou com a música distante, uma antiga canção cigana. Calçou as botas de pele e pegou uma camisa limpa dentro do fardo que fora trazido para a tenda. Saiu para o frio da noite ainda colocando para dentro das calças as bordas da camisa e pode ver que ao longe, mas para o centro do acampamento, a fogueira estava acesa. A lua brilhava sobre ele e seus cabelos louros estavam ao sabor do vento gelado. Apressou o passo, sentindo a alegria das notas invadi-lo.<
Quando entrou na tenda de Argus, ao cair da tarde, não cogitava se deparar com tal cena. Na realidade, desde que tivera sua mente atropelada pelas histórias de seu pai e Sindel, sentia-se imensamente atordoado. Por isso fora até ali, buscar algo que o aproximasse de sua prima. Alguém a quem poucos haviam tido a oportunidade de conhecer. Ainda assim, fora Argus o destinado a vigiar Vlad, e era possivelmente o mais apto a dizer-lhe algo sobre Anna.Queria-o entrevistar o mais rápido possível, antes que a noite se fizesse presente e ele fosse partilhá-la com seu povo. Por isso estava tão distante que foi necessário não só a imagem como o cheiro para que seus sen