— Hey! Acho que agora é minha vez de dançar com o Ezequiel! — Disse Rose nos interrompendo com as feições mostrando contrariedade ao nos ver juntos.A frieza com que ele a olhou me causou calafrios. Ele a acompanhou em seguida, mas não sem antes me prometer que continuaríamos nossa conversa mais tarde.Enquanto ela o arrastou para um canto qualquer, eu segui um tanto desnorteada para a varanda que era separada do salão por uma porta de vidro dupla que estava aberta, pois precisava de ar puro e fresco. Sentei em uma cadeira tentando entender o que estava acontecendo comigo e dar sentido as palavras daquele homem. Depois de um tempo, decidida em esperar até que tal conversa ocorresse para fazer perguntas, passeia observar os convidados.Ezequiel, sem dúvidas, foi a atração da festa. Todos pareciam encantados com a personalidade dele, seguro, intrigante e muito bonito. Apenas duas pessoas não estavam em volta dele como satélites o tempo todo, uma delas era eu e a outra, Amir.Amir pareci
Amir observava cauteloso os movimentos de Anne. De repente, sentiu uma forte sensação de apreensão. Sabia que alguma coisa estava prestes a acontecer, ainda que não soubesse exatamente o que seria. Seus olhos encontraram com os de Anne, ela também sentia, não tinha como adivinhar o que essa sensação significava, mas ele notou que ela também estava inquieta. Era uma sensação com a qual ele já estava acostumado: a aproximação de um deles. "Vladmir deve ter enviado um de seus lacaios e tal lacaio deve estar nas proximidades." Pensou.Anne foi atender a porta, alguém tinha chegado. Sem que ela percebesse, Amir se posicionou por trás de seus ombros, apreensivo, para que pudesse ver quem tinha acabado de chegar. Foi tomado de surpresa ao ver entrar Ezequiel Vladmir em pessoa. Não era o que os Élderes esperavam. Lorde Barrington havia sugerido que ele talvez enviasse um dos seus, mas estar presente pessoalmente era muito audacioso. Seria possível que Lorde Vladmir acreditasse tão intensame
Ezequiel saiu da cozinha sorridente, estava satisfeito com a visita. Seguiu em direção à rua sem se despedir de ninguém. Amir ficou parado por uns momentos no mesmo lugar pensando nas palavras de Ezequiel. Por que Lorde Barrington omitiria uma informação tão importante? Perguntaria tão logo encontrasse o Lorde, mas não faria julgamento algum, Ezequiel era uma vergonha para os Upyrs e suas palavras eram como veneno. Voltou para junto dos outros convidados pensativo.Passava das duas da manhã e os convidados começaram a se despedir. Amir foi o último a sair e Anne o levou até a porta.— Obrigada por vir, Amir, e obrigada pelo presente. Desculpe-me se fui grossa mais cedo na cozinha e espero que a festinha não tenha sido tão chata...— Não foi chata, me diverti e conheci gente nova. Eu que devo pedir desculpas pelo mau-humor de antes e agradeço por ter me convidado.— Não há o que agradecer, gostei de ter você aqui. Vamos começar do zero?— Claro! — Amir lhe entregou um pequeno cartão de
Ezequiel encostou os lábios nos dela suavemente, mas tão logo Anne retornou o beijo, suas línguas se tocaram em uma dança mais antiga do que o próprio tempo. Ela apoiou as mãos no peito dele, firme e quente. Músculos esculpidos em perfeição, nada exagerados, mas evidenciando a força da espécie que ela não sabia que existia. O toque de suas mãos na pele dele a deixaram querendo mais. Como se tivesse lido sua mente, uma das mãos dele segurou o seio e apertou, em uma tortura deliciosa, enquanto a outra desceu até alcançar entre as pernas dela, por baixo da camisola. O som que se fez ouvir era uma mistura do gemido de Anne e o grunhido de Ezequiel, quando dois dos dedos dele tocaram a parte mais íntima do corpo dela.Ele puxou seu corpo ainda mais firmemente para junto de si e ela sentiu que ele estava tão excitado quanto ela.— Seja minha Anne, não lute contra o que está sentindo. — Sussurrou em seu ouvido.Ezequiel sentiu seus dedos ficarem ainda mais molhados quando enfiou a língua no
Anne gritou assustada, desesperada para tirar a criatura de cima de seu corpo. Se debatia descontrolada até sentir o edredom cair. Estava em sua cama, em segurança. Olhou para a janela de onde a luz do sol recém-nascido entrava em seu quarto timidamente. Podia ouvir o som de pássaros cantando do lado de fora.Passou as mãos pelo rosto, ainda ofegante, porém aliviada: era apenas mais um de seus pesadelos. Um pesadelo extremamente realista. Anne pôde sentir as garras da criatura rasgando sua carne durante o sonho, e ainda presente após acordar. Olhou para o braço e arregalou os olhos: próximo à pulseira que Amir lhe deu, havia três cortes e um filete de sangue escorria deles, sujando o lençol.Levantou assustada e confusa e correu para o banheiro. Lavou o rosto e a ferida sem saber o que pensar. O sangue escorrendo com a água da torneira trouxeram à memória os olhos da criatura.Intrigada, Anne voltou para a cama para ver se havia algo que pudesse ter causado o ferimento no braço, como
— Alô! Oi, Dona Célia, a Nanda está?— Não, querida, minha neta saiu com a mãe dela. Como você está?— Estou bem, obrigada. Eu... Eu tenho que desligar, tenha um bom dia! — Respondeu hesitante, já desligando o telefone.Anne esperava encontrar Nanda em casa e se sentiu ainda pior ao não poder falar com a amiga. Estava desolada, e a solidão que invadia seu coração fez com que uma lágrima rolasse pelo seu rosto. Angustiada, olhou mais uma vez para o telefone e notou o cartão que Amir lhe entregou na noite anterior ao lado do aparelho. Ela não entendia a razão, mas Amir lhe passava uma sensação de segurança e conforto e naquele momento ela não pensou duas vezes.Segurou o cartão com a mão esquerda e com a mão direita completou a ligação.— Anne!— Disse Amir surpreso ao atender o celular e ouvir a voz dela.Ela reconheceu a voz, a mesma de seu sonho. Respirou fundo, nada fazia sentido...— Amir, pode vir aqui agora? — Perguntou com
Ela olhou para a porta.Amir! Graças a Deus, ele havia chegado.Olhou novamente na direção de Ezequiel, mas ele tinha desaparecido.Correu até a porta e suspirou aliviada, era mesmo Amir. Ao vê-lo, Anne se descontrolou e pôs-se a chorar. Ele a abraçou, consolador, e ficaram assim por alguns minutos em silêncio, até que Anne se recompôs. Amir lhe ofereceu um lenço para enxugar as lágrimas— Você está bem? O que houve?— Eu não sei, Amir... Acho que estou louca, estou vendo coisas, não entendo...— Se acalme, por favor. Você está pálida, está tremendo. Não quer me contar o que te deixou assim?— Não, eu não saberia por onde começar. Só fique aqui comigo, por favor.Amir a olhou, não disse mais nada, dando a Anne tempo para voltar a si. Ele sentiu o cheiro do sangue dela que ainda escorria pelo braço.— Seu braço está sangrando, precisamos fazer um curativo. Sente-se no sofá, que eu já volto.Amir foi até o banheiro
"O que está havendo comigo"Perguntou-se internamente, porém Anne se levantou em seguida, encarando-o.— Fiz alguma coisa errada?— Não, Anne, você não fez nada de errado.Ela se aproximou dele devagar. Pousou a mão em seu rosto.— Obrigada por ter vindo. Como posso te agradecer?— Eu te disse que poderia ligar para mim a qualquer hora. Eu que te agradeço por confiar em mim.Anne era uma bela jovem, de fisionomia meiga e doce, diferente de todas as sedutoras mulheres que atraíram Amir ao longo de sua vida, e não foram poucas. Tantas batalhas e guerras em que participou, conheceu muitas mulheres, mesmo não sendo o tipo de homem mulherengo. Muito pelo contrário, Amir sempre detestou frivolidades, dava valor apalavra, a honra e todos os valores morais de sua época de juventude, que parecem não terem mais importância nos