O jovem herdeiro da Terra Menor passou a manhã sentado em seu escritório, analisando mapas e relatórios, aborrecido pela terceira batalha consecutiva que perdera para Lorde Zaffir. Seus conselheiros haviam garantido que ele teria total apoio dos Élderes, caso declarasse guerra contra o clã inimigo, no entanto, parte dos Élderes se declarou neutra e alguns se atreveram a tomar partido de Lorde Lucien Zaffir. Um ultraje diante do forte argumento que o jovem apresentou para justificar sua ação bélica. A morte de um Élder, dentro do território de Zaffir, deveria ter bastado para que ele recebesse apoio do Conselho. Pelo menos essa foi a ideia que os conselheiros dele, tão habilmente, colocaram em sua cabeça. Jovem, vaidoso e ambicioso, o então atual Lorde da Terra Menor aceitou a palavra de seus conselheiros de bom grado. No entanto, agora em seu escritório, se perguntava se a decisão de começar uma guerra teria sido sábia. Havia ainda a possibilidade de ter sido apenas
— Então, não tem intenção de me apoiar?— Eleakim sentou-se em sua cadeira, tentando se mostrar relaxado, mas Ezequiel podia sentir o cheiro do rancor e do medo que exalava dos poros do anfitrião. — Pensei que odiasse os Élderes, não seria essa sua chance de vingança? Ou Bianca está certa ao afirmar que você late mais do que morde? Ezequiel olhou para Eleakim, e se o jovem herdeiro prestasse mais atenção, teria notado que os olhos do Lorde visitante estavam totalmente negros, com apenas um finíssimo círculo vermelho. Ezequiel rangeu os dentes, mas seu exterior mostrava a Eleakim apenas a tranquilidade e segurança intencionadas.&mdas
Abri os olhos mais uma vez, mas permanecia cercada da mais profunda e assustadora escuridão. Quando, finalmente, meus olhos se acostumaram com a penumbra, percebi que estava deitada em uma enorme e confortável cama, que não era a minha. Senti uma pequena dose de alívio ao notar que, tão pouco era a cama do quarto que ocupava na mansão de Lorde Barrington. Mas esse alívio durou pouco, pois não fazia ideia de onde me encontrava. Minhas mãos tremiam, minha cabeça estava pesada e latejando, sentia como se uma manada de elefantes estivesse dançando sobre meu cérebro. Minha boca estava seca e senti como se minha língua estivesse áspera e inchada. Meu estômago estava roncando ruidosamente e doía... A dor no estômago era aguda e aterrorizante. Nunca havia me sentido assim. Estava faminta… A porta se abriu e a luz irritou meus olhos. Ouvi um grito de desespero e dor, e me assustei ao perceber que era eu mesma quem gritava. Não consegui ver
Três cadeiras. Três pessoas sentadas. Dois homens e uma mulher... VAl! Ela estava sentada, amarrada e amordaçada. Sua roupa estava suja e desarranjada, seus cabelos desgrenhados. Eles fediam... Urina, sangue e suor Olhei para Ezequiel e ele entendeu que eu precisava de explicações. Caminhou na direção dos três, mas se posicionou atrás de um dos homens. Ele segurou o homem por trás do pescoço e o ergueu. O home
Lorde Zaffir levou a taça de vinho à boca, degustando, satisfeito, o remanescente vinho tinto. Apesar do clima de guerra e das tristes perdas de seu clã, ele estava satisfeito. Não apenas pela deliciosa refeição preparada por sua esposa, como por finalmente estar em casa. Estar em seu lar ao lado de Éster, era como um bálsamo de paz na situação tensa que vivia. Olhou satisfeito para a esposa, admirando a beleza dela, enquanto ela terminava seu prato, alimentando o próprio corpo e o herdeiro que carregava no ventre. Zaffir sorriu ao se lembrar da noite anterior, quando retornara, depois de tantos dias afastado. O sorriso de Éster ao vê-lo, era como os primeiros raios de sol após noites frias de inverno, no meio da neve. Ela correu em sua direção e ele não pode deixar de correr na direção dela, preocupado, com medo dela cair ou se machucar de alguma forma. Ele a abraçou, como se dependesse do corpo dela para respirar. Quando, finalmente, ele permitiu que ela se afasta
Abriu a porta e Lino estava nervosamente trocando o peso de seu corpo de um pé para o outro, olhando para o chão. Temia que seu Lorde perdesse a paciência e o punisse, afinal, ainda que um Lorde generoso e pacífico, Lucien Zaffir não deixava de ser um Lorde Upyr e detestava ser desobedecido.— Lorde Zaffir, perdoe-me por perturbá-lo quando a ordem é deixá-lo em paz, mas Lorde Estevão está aqui e diz que precisa vê-lo com urgência. Zaffir franziu o cenho ao ouvir as palavras de seu criado. Mal havia retornado do campo de batalha e a última coisa que precisava era problemas com outro Lorde. Especialmente Lorde Estevão, poderoso aliado de Lorde Barrington.— Sabe do que se trata?— Não senhor, sei apenas que veio acompanhado de dois de seus seguranças. Não trou
— Tem razão, meu amigo... Lorde Estevão, se Anne é assim tão importante como dizem, por que Lorde Barrington não designou outro guarda para a segurança dela? Por que a deixaram sem vigilância, sabendo que Lorde Ezequiel tem especial interesse nela?— Essa é a razão de minha vinda, Lorde Zaffir. Não consigo parar de pensar que Lorde Barrington está demasiadamente tranquilo com o sumiço dela. Não se importa nem mesmo com a quebra de acordo entre nossos clãs, oriundos do futuro casamento entre ela e meu filho. Lógico que com o sumiço dela todo acordo está suspenso. O descaso dele me faz perder interesse em nossa aliança.— Entendo sua desconfiança, mas nada disso explica onde eu entro nessa situação...— Lorde Zaffir — Lorde estevão se levantou e parou na frente de Zaffir, de maneira s
Bianca olhou seu reflexo no pequeno espelho em sua mão, para se certificar de sua aparência. Cabelos perfeitos, maquiagem perfeita. Ela olhou para a bandeja que tinha arrumado pessoalmente mais uma vez, ainda insatisfeita. Café, suco de laranja, torradas com requeijão e presunto. Ainda assim faltava algo... Ela tirou uma rosa vermelha do vaso que estava sobre a mesa, ao lado da bandeja, e sorriu."Perfeito!" Carregou a bandeja com a elegância de um experiente garçom, ainda que nunca tivesse servido ninguém em toda sua vida. Parou em frente a porta e suspirou, como se preparasse seu humor para vê-lo novamente. Estava ansiosa para ver a reação dele quando ela entrasse com a bandeja de café da manhã. Ficaria surpreso? Aliviado? Ela sorriu, maliciosa, com a possibilidade de surpreendê-lo levando o café da manhã, sem avisar que havia voltado. Com certa dificuldade, Bianca abriu a porta com uma mão, enquanto equilib