— Bom dia, Lili. Precisa de uma ajudinha aí? — Bom dia, Sara – olhei para o rosto dela e estava visivelmente inchado de chorar. Ela estava com o celular na mão, então foi só somar dois mais dois. — Vou precisar depois de você tomar o seu café. — Estou meio sem jeito de falar, mas eu não tomo café. Ele espremeu o rosto entre o pescoço, e fez careta. — Sem problemas, vou preparar um achocolatado que você vai amar. Senta aí. — Obrigada. — Dormiu bem? — Eu apaguei depois daquele vinho maravilhoso. Eu ia preparando tudo e distraindo-a. Vi que olhava algumas vezes para o celular. A loja estava mais vazia naquele horário, todos já tinham ido pro trabalho. — Se você ficar aqui em casa, tem sempre uma garrafa. — Então, sobre isso… Eu coloquei a caneca de achocolatado no balcão e toquei a mão dela. — Não falei para te pressionar, apenas tome sua decisão com calma, quero que saiba que tem um lugar seguro para ficar. E … – ofereci uma colher para ela com um largo sorriso. — …mexa bem
— Sr.Trindade, olhe para a direita, siga essa lanterna – o médico estava me avaliando, tinha mais ou menos uns minutos que eu tinha voltado a minha consciência. — Onde está a Hannah? A lanterna que ele insistia em colocar diretamente nos meus olhos me dava uma leve náusea. Minha cabeça doía e me sentia muito fraco. — Agora, por favor, siga meu dedo. Eu olhei para os olhos dele e perguntei mais uma vez. A cama estava na posição com o encosto alto, mas com ele na minha frente não conseguia achar ela. — Onde está a moça que estava… — Estou aqui, Apolo, não se preocupe, vou ficar até estar melhor. Ela estava em pé, no cantinho da sala à minha esquerda. — Sr. Trindade, precisamos levá-lo para fazer alguns exames. — Eu entendo, podem me dar alguns minutos com a minha … – como definir Hannah, amiga? Conhecida? Visitante, talvez? — Com a Hannah? — Claro, vou pedir para irem preparando as salas e eles vêm buscar o senhor em alguns minutos. — Muito obrigado. Ela tinha uma expressão p
— Kleiton, pare com isso. – Eu estava fazendo meu dever de casa, na mesa da cozinha. Meu irmão mais velho, dois anos, jogava milho de pipoca. — Mãe, olha aqui esse moleque infernal!!!— Mãe, blá blá, blá, infernal… Ele tentava imitar minha voz fazendo careta e continuava a jogar os milhos. Minha mãe, coitada, mal conseguia ficar em pé de tão cansada; tinha acabado de chegar da segunda faxina e ainda pegou uma trouxa de roupa para passar. Ela evitava de pedir minha ajuda, queria que me dedicasse aos estudos, mais do que meus irmãos; e eles sentiam essa diferença. O mais velho engravidou uma garota do bairro e foi morar com ela na casa dos pais da menina. Comia o pão que o diabo amassou na mão da sogra. — Karla, amanhã o Dr. Alessandro quer que eu vá fazer faxina na casa dele, se quiser pode vir comigo e ficar quietinha fazendo seu dever lá. — Mas amanhã é domingo. — E desde quando o calendário paga as contas aqui nessa casa? – Ela abriu as panelas em cima do fogão. — Onde Kristiam
— Senhorita, quero deixar bem claro que se não quiser prestar queixa, não será obrigada, se continuar agindo dessa maneira …— Eu já disse que estou bem, e quero que soltem ela, por favor. — … vou prendê-la por desacato, pela última vez, senhorita, se afaste da viatura. — Lili, por favor, fale com eles … – fui até ela com a esperança de que ela me ajudasse a convencer o policial. — Eu te peço, se ela for presa, quando sair vai ser muito pior. Ela estava vendo Paola sentada em uma viatura com as mãos algemadas para trás. Sentada em uma das mesas de sua cafeteria com a maior calma desse mundo. — Sara, está pedindo para a pessoa errada. Elas se encaravam como touros em uma arena. E Lili ainda tinha que acenar com a mão, quando a viatura ia saindo? — Vou pegar minha bolsa e vou até a delegacia, preciso amenizar as coisas. — Antes de você ir, quero te mostrar uma coisa. Lili me falou, levantando e desfilando até o outro lado da bancada. — Meu Deus, Lilith, como consegue ficar tão a
— Bom dia, Tabita, tudo bem com você?Pra quem passou a noite na emergência, eu estou viva. — Bom dia Rodolfo, eu estou…— Enfim, você sabe se a Karla já chegou? — … mais ou menos, obrigada por perguntar. E sim, porque são mais de dez horas da manhã e todos já estão trabalhando há algum tempo.É muito sem noção mesmo, de onde será que ele saiu? — É verdade. Eu começo na segunda. Mas vim falar com o Sr. Cole. — E tem hora marcada? — Não, mas tem um pressentimento que ele vai me atender. Pode tentar. Ele apontou para o telefone todo se achando, parecia mais o dono da empresa. Quero só ver a cara dele quando o Sr. Cole falar que não pode. — Sr. Cole, o rapaz que foi contratado para segundo secretário da Sra. Solto, ele… Mas que coisa, o homem mandou ele subir e nem perguntou o assunto. Fiquei de cara olhando para Rodolfo todo se “achando”. — Dá logo o crachá para eu subir, minha doce queridinha. — Ele já está subindo, Sr.Cole. Obrigada. — Depois você pode me contar o que está
— Então senhor…, quer dizer Nico. – Depois que olhei o rosto dele desaprovando a maneira formal de falar. — Quantos anos vão fazer suas sobrinhas? — As princesas farão cinco anos. Estávamos no elevador, antes de sair, a última coisa que vimos foi a cara de desaprovação de Antonella. O que nem liguei, afinal tinha feito todas as tarefas que ela tinha pedido para fazer. Mas o que aconteceu a seguir, me chateou um pouco. A porta abriu e as moças que tinham encontrado outro dia no banheiro, entraram. — Boa tarde,Sr.Nicolas. — Boa tarde, Greta, como você está? — Estou bem, faz tempo que não o vejo. Ocupado como sempre. Nina perguntou por que não ligou mais para ela? Ele deu um sorriso constrangido e não respondeu nada. Até chegar no térreo começou um jogo de olhares pelos espelhos dentro do local. Ficou um ambiente pesado e incômodo. Quando o elevador parou, segundos antes da porta abrir, Greta ainda destilou um pouco de veneno: — Ela ainda acredita que você gosta dela, pobre coita
— Boa tarde, doutor, pra onde o senhor vai? — Vamos para o centro, por favor. Este endereço aqui… – mostrei ao taxista pelo meu celular, já tinha o mapa para facilitar. Era o escritório. — Parceiro, posso ir na frente? Eu enjoo se for atrás. — Pode, claro, o doutor é quem manda. Busquei o contato da Hannah no meu celular, logo depois de colocar o cinto. Abri pelo w******p, a foto dela sorrindo com uma flor cosmo na orelha. Cara, como eu era covarde quando se tratava dessa mulher. Já enfrentei bandidos, mulheres fatais e até gangues de rua, mas tinha algo nela que me enfraquecia e me deixava feito criança. Vou mandar uma mensagem, ou seria melhor ligar direto? Não seja covarde, Apolo. Vou mandar mensagem, é melhor. Esse horário ela deve estar no trabalho, com aquele sujeito. Apolo diz: “ Olá, Hannah, obrigado por ter ido me visitar. Você saiu muito rápido e não deu tempo de eu te convidar para colocar o assunto em dia.”Nossa mãe do céu, que mensagem horrível. Melhor apagar. _mens
— Karla, é você, minha filha? Minha mãe todas as noites que chegava tarde, estava me esperando. Mesmo que tivesse que acordar dali a poucas horas. — Mãe, vai dormir. — Onde você estava, querida? — No lugar onde você deveria estar. Bailando sob a luz da lua – então peguei o corpo magro e cansado de uma mulher que já foi muito bela e comecei a arrastar pela casa. — Taran, taran, taran!!!— Me solta, sua doida. Não tenho mais idade pra isso. Só essa dancinha, já tenho que me entupir de dorflex. Então caímos na risada. — Quem diria, mãe, que uma hora dessa a senhora ia estar de pijama, com bobs na cabeça, toda amarrotada de dormir. Foi pra cama que horas? Às sete, que nem galinha? — Ôxi, galinha vai deitar às cinco, eu fui às dez e meia, tive que enrolar dois cento de salgadinho pra hoje. E sou casada, esqueceu? — Onde está teu marido? Na tua cama que não fica né. — Karla, você não começa com isso. Ele coloca dinheiro dentro de casa, pelo menos tá cuidando dos filhos dele. Coisa