— Não faça nada estúpido! — Haidar não diminuiu a velocidade do carro, demonstrando não estar preocupado. — Não é estupidez ter vontade própria. — ela reclamou imediatamente. — Não me parece inteligente, então é estupidez. — diz ele. — Eu não preciso ouvi-lo mais. — ameaçou abrir a porta com o carro em movimento. — Precisa e o fará! — o príncipe tinha certeza do que dizia. — Vamos ver! — tentou realmente abrir a porta, por várias vezes quis chutar, empurrar, forçar e persistir na ação. — Mais que droga! — irritou ao limite, os olhos pegavam fogo quando ouviu o som da gargalhada curta de Haidar. — Isso não é engraçado, você está me levando contra minha vontade, está me sequestrando. — diz ela. — Se eu estivesse não levaria você para seu pai em primeiro lugar, qual sequestrador leva sua vítima para o hospital? Fazer inspeção do "produto?" Qualidade? — desatou a rir sem ao menos ter parado.Zahraa bufou, o ameaçando com o olhar afiado, por mais que o som belo da gargalhada dele fo
— O que está acontecendo aqui? — Zahraa ouviu a voz de Haidar, ela havia caído de lado em cima da cadeira que antes estava sentada, ambas caíram fazendo muito barulho, Haidar se agachou perto dela tentando averiguar o que havia acontecido com seu corpo. Youssef não respondeu a pergunta do príncipe imediatamente, apenas minutos depois. — Tive de ensinar uma lição a ela. — tentou trazer aprovação para seu lado.Haidar o encarou, depois tentou ajudar Zahraa a levantando com um abraço sem má-intenção por trás. Então verificou o rosto dela, onde o lenço escorregava, deixando os cabelos negros a mostra. Notando que a cor de seus fios lhe chamou atenção, ele tentou focar no que era necessário. — Não se trata dessa forma, aqui tem marcas. Isso é um sinal de violência física, agressão, não castigo, desta forma está violando os direitos dela. — mostrou o rosto de Zahraa com o lado direito inteiro vermelho, até as marcas de seus dedos estavam cravados na pele dela, os olhos marejados alertavam
Quando Zahraa achou que não poderia mais escapar dele, o telemóvel dele tocou no bolso de sua calça. Haidar parou, ainda a olhando intensamente, virou e se afastou para atender o aparelho. — Venha imediatamente! — ouviu a voz de seu pai do outro lado. Haidar bufou assim que a ligação foi encerrada. — Tenho que ir. Aproveite o tempo aqui, depois alguém a levará em casa! — avisou já se dirigindo a porta. Pelo silêncio ele se voltou para ela, Zahraa observava o jardim do outro lado, mas ela tinha ouvido suas palavras.Haidar suspirou, acreditou ser o momento de deixá-la sozinha. Saiu do espaço indo até um dos atendentes, explicou a situação de forma resumida, depois deu as ordens: — Deixe um carro preparado para levá-la em casa. Enquanto isso não importa o que ela pedir, dê a ela e caso ela não peça, apenas leve a melhor escolha do cardápio, depois disso não a incomodem! — o outro engoliu em seco, foi tanta informação de uma só vez que apenas concordou. Assim que o príncipe deu as c
Zahraa quase foi obrigada a ficar no restaurante, por ordens do príncipe. Não querendo ser vista por curiosos ela conseguiu pensar em algo que os beneficiaram, mas antes deixou o homem falar o que estava tentando a alguns minutos. — …Se príncipe souber que não seguir as palavras dele não terei emprego em nenhum lugar desta cidade… Por favor senhorita, estou apelando! — Era óbvio o desespero do homem.Zahraa estava de costas para ele, então se virou deixando-o ver apenas um lado do rosto, escondendo com o lenço o outro. — Então faremos um acordo! — o homem esguio à sua frente suspirou de alívio. — Qualquer coisa! — juntou as mãos na frente do corpo. — Não precisa disso, peço desculpas por ter demorado tanto a aceitar algo, estava apenas fazendo seu trabalho. Mas só quero uma coisa… Pode me conseguir um kit de maquiagem? — o homem ficou confuso, mas logo recordou-se das palavras do príncipe, não incomodá-la. Zahraa foi persuadida a comer pelo menos algo do cardápio, para mostrar ao
— Você está machucada? — Margaret perguntou preocupada enquanto a acompanhava de volta ao camarim. — Desculpe por isso, senhora Saeed! — pediu envergonhada. Margaret fechou a porta de seu camarim temerosa por ter algo haver com Omar. — Quem fez isso com você? — Meu pai. — a resposta de Zahraa trouxe um pouco de alívio para Margaret, no fundo ela cogitou a possibilidade de ter sido Omar. — Ah, eu sinto muito! — foi sincera. — Eu agradeço. — Zahraa tirou o lenço lhe sorrindo. — Qualquer coisa que precisar, pode contar comigo. Irei pedir alguns dias para você a Ismael. — Zahraa tentou protestar, foi impedida gentilmente. — Primeiro se cuide, depois conversamos. Fique ciente que qualquer pessoa que a conhece fora daqui saberia ser você por causa de tudo isso. — abriu os olhos de Zahraa. — Desejo que você e seu pai se entendam logo! Vou indo, tenho que checar as outras garotas. — avisou.Zahraa a viu sair, mas ouviu sua voz no corredor. — Omar, a deixe por agora, depois você tra
Zahraa parou de recuar, no fundo se abalava com a aproximação dele, afinal, ainda o amava muito, estava cheia de receio pelo passado, no momento não tinha outra opção a não ser ceder ao príncipe.Haidar retirou o lenço com cuidado, não se importando se estava próximo demais de Zahraa, notava o quanto mexia com ela, além do receio visível nas íris verdes dela. Quando retirou o lenço, se afastou, seus olhos não acreditaram no que viram. — Ele fez de novo. Como pôde? — apertou o lenço dela na palma. Zahraa baixou os olhos depois de perceber que não conseguia decifrar nada nos verdes cinzentos dele, além de raiva e decepção, não querendo ter falsas esperanças depois do que seu pai lhe disse, procurou não saber a quem aquele sentimento era dirigido. — Ele não tem mais o direito de fazer isso. — diz irritado. — Tecnicamente, sim, amo. — murmurou humilhada. — Não sou seu amo. — murmurou, Zahraa não o incomodou com perguntas quanto aquilo, apenas aceitou. — Não, não se trata mais dele, n
— Devo conhecê-la urgente. — Samir continuou com seu humor leve. — É o que desejo a mim também. — diz o mais novo.Samir franzi o cenho, meio confuso pergunta: — Não falar com ela na primeira vez seria normal, mas sinto que o problema não é esse, pois tem todas as ferramentas disponíveis com seu pai para descobrir por conta. Acredito eu, que algo diferente acontece aqui, o que seria? — Ela é uma dançarina. — foi direto. — Por mais que adore sua falta de enrolação, meu sobrinho, eu preciso de mais detalhes, agora! Onde a encontrou? — se pôs em posição interessada, preparado para ouvir sua história.Minutos depois… — Leão guerreiro, devo conhecê-la urgente. — seu tio sorriu-lhe. Samir era o único a chamá-lo assim, desde o nascimento dele.Samir sabia que era a única narração que teria, por mais curta que fosse, seria apenas aquela. — Ouvi dizer que está comprometido. O que diz sobre isso? — perguntou ao sobrinho. — Outra história, outro momento. — diz cansado. — Suponho que a se
Percebendo que a mulher não o responderia, ficou ansioso, mesmo ansiando por ouvir a voz dela, compreendeu ser uma perca de tempo, recordou-se da conversa que escutou no salão, entre o patrocinador dela e o desconhecido, dizer a ele acabaria com o mistério, talvez não pudesse, pois provavelmente tinha um contrato com um termo que a proibisse de fazê-lo. — Preciso falar com você. — disse Haidar dando o segundo passo a frente, na tentativa de se aproximar dela. Desta vez continuou quieta parada, como uma boneca. — Podemos conversar por um instante? — insistiu ansioso.Zahraa sentia sua ansiedade, mesmo estando muito nervosa nada veio à mente, a não ser, a recordação de que ela não deveria se mostrar a ele. “Como sair desta situação?” A única resposta era o desejo de correr. Ao longe ela ouviu o som do apresentador anunciando a abertura da apresentação, era a vez dela, era a única chance que teria de escapar dele. Seus pés pareciam ter vida própria naquele momento, pois correu ao enc