Zahraa quase foi obrigada a ficar no restaurante, por ordens do príncipe. Não querendo ser vista por curiosos ela conseguiu pensar em algo que os beneficiaram, mas antes deixou o homem falar o que estava tentando a alguns minutos. — …Se príncipe souber que não seguir as palavras dele não terei emprego em nenhum lugar desta cidade… Por favor senhorita, estou apelando! — Era óbvio o desespero do homem.Zahraa estava de costas para ele, então se virou deixando-o ver apenas um lado do rosto, escondendo com o lenço o outro. — Então faremos um acordo! — o homem esguio à sua frente suspirou de alívio. — Qualquer coisa! — juntou as mãos na frente do corpo. — Não precisa disso, peço desculpas por ter demorado tanto a aceitar algo, estava apenas fazendo seu trabalho. Mas só quero uma coisa… Pode me conseguir um kit de maquiagem? — o homem ficou confuso, mas logo recordou-se das palavras do príncipe, não incomodá-la. Zahraa foi persuadida a comer pelo menos algo do cardápio, para mostrar ao
— Você está machucada? — Margaret perguntou preocupada enquanto a acompanhava de volta ao camarim. — Desculpe por isso, senhora Saeed! — pediu envergonhada. Margaret fechou a porta de seu camarim temerosa por ter algo haver com Omar. — Quem fez isso com você? — Meu pai. — a resposta de Zahraa trouxe um pouco de alívio para Margaret, no fundo ela cogitou a possibilidade de ter sido Omar. — Ah, eu sinto muito! — foi sincera. — Eu agradeço. — Zahraa tirou o lenço lhe sorrindo. — Qualquer coisa que precisar, pode contar comigo. Irei pedir alguns dias para você a Ismael. — Zahraa tentou protestar, foi impedida gentilmente. — Primeiro se cuide, depois conversamos. Fique ciente que qualquer pessoa que a conhece fora daqui saberia ser você por causa de tudo isso. — abriu os olhos de Zahraa. — Desejo que você e seu pai se entendam logo! Vou indo, tenho que checar as outras garotas. — avisou.Zahraa a viu sair, mas ouviu sua voz no corredor. — Omar, a deixe por agora, depois você tra
Zahraa parou de recuar, no fundo se abalava com a aproximação dele, afinal, ainda o amava muito, estava cheia de receio pelo passado, no momento não tinha outra opção a não ser ceder ao príncipe.Haidar retirou o lenço com cuidado, não se importando se estava próximo demais de Zahraa, notava o quanto mexia com ela, além do receio visível nas íris verdes dela. Quando retirou o lenço, se afastou, seus olhos não acreditaram no que viram. — Ele fez de novo. Como pôde? — apertou o lenço dela na palma. Zahraa baixou os olhos depois de perceber que não conseguia decifrar nada nos verdes cinzentos dele, além de raiva e decepção, não querendo ter falsas esperanças depois do que seu pai lhe disse, procurou não saber a quem aquele sentimento era dirigido. — Ele não tem mais o direito de fazer isso. — diz irritado. — Tecnicamente, sim, amo. — murmurou humilhada. — Não sou seu amo. — murmurou, Zahraa não o incomodou com perguntas quanto aquilo, apenas aceitou. — Não, não se trata mais dele, n
— Devo conhecê-la urgente. — Samir continuou com seu humor leve. — É o que desejo a mim também. — diz o mais novo.Samir franzi o cenho, meio confuso pergunta: — Não falar com ela na primeira vez seria normal, mas sinto que o problema não é esse, pois tem todas as ferramentas disponíveis com seu pai para descobrir por conta. Acredito eu, que algo diferente acontece aqui, o que seria? — Ela é uma dançarina. — foi direto. — Por mais que adore sua falta de enrolação, meu sobrinho, eu preciso de mais detalhes, agora! Onde a encontrou? — se pôs em posição interessada, preparado para ouvir sua história.Minutos depois… — Leão guerreiro, devo conhecê-la urgente. — seu tio sorriu-lhe. Samir era o único a chamá-lo assim, desde o nascimento dele.Samir sabia que era a única narração que teria, por mais curta que fosse, seria apenas aquela. — Ouvi dizer que está comprometido. O que diz sobre isso? — perguntou ao sobrinho. — Outra história, outro momento. — diz cansado. — Suponho que a se
Percebendo que a mulher não o responderia, ficou ansioso, mesmo ansiando por ouvir a voz dela, compreendeu ser uma perca de tempo, recordou-se da conversa que escutou no salão, entre o patrocinador dela e o desconhecido, dizer a ele acabaria com o mistério, talvez não pudesse, pois provavelmente tinha um contrato com um termo que a proibisse de fazê-lo. — Preciso falar com você. — disse Haidar dando o segundo passo a frente, na tentativa de se aproximar dela. Desta vez continuou quieta parada, como uma boneca. — Podemos conversar por um instante? — insistiu ansioso.Zahraa sentia sua ansiedade, mesmo estando muito nervosa nada veio à mente, a não ser, a recordação de que ela não deveria se mostrar a ele. “Como sair desta situação?” A única resposta era o desejo de correr. Ao longe ela ouviu o som do apresentador anunciando a abertura da apresentação, era a vez dela, era a única chance que teria de escapar dele. Seus pés pareciam ter vida própria naquele momento, pois correu ao enc
— Não entendo por que ficou envergonhada, espero que não seja eu o culpado. — sorriu lindamente para ela. Zahraa ficou rubra, ele ainda era suficientemente bonito, assim como no primeiro dia. Por sorte a cor em suas bochechas não foram percebidas pelos olhos avelã, graças ao véu branco cobrindo seu rosto. — Então não tenha medo de mim! — pediu fitando a dançarina. “Ele percebeu. Que vergonhoso.” queria se fundar naquele chão firme qual pisava, como se fosse as dunas mais volumosas do deserto causando a ilusão de ser sugada, ou que a tempestade de areia a engolisse rapidamente. — Sim, senhor Al-Baghdadi. — foi profissional, não sabia como se comportar. — Sejamos menos formal, por obséquio, desta forma ficarei mais relaxado. — notou a dúvida nos olhos de Zahraa. “Também estaria desconfortável comigo? Com meu comportamento?” estava impressionada. Ambos ouviram o som de alguém se aproximando perto dali, só então Zahraa lembrou que não devia ser vista por ninguém, mesmo que isso já t
34 — Minha mãe tinha algumas terras, essas foram passadas para mim em sua morte, então as administrei, fiz algumas negociações e criei uma pequena fortuna com o que conquistei. — disse com um olhar sugestivo, um sorriso de canto surgia na mente dele, por fora, apenas a satisfação era notória. — Sinto muito por sua perda, senhor! — Zahraa foi sincera. — Tudo bem. Já faz um tempo. — Recostou as costas na cadeira confortável. — Acho que é justo que pergunte sobre mim agora. — a dançarina sentiu seu rosto queimar com o olhar profundo que recebeu. — Fora a sua identificação, as demais coisas são um mistério para mim. — mostrou interesse pela história dela.“Devo seguir o exemplo e ser um pouco vaga?” pensou com certa euforia. — O que acontece entre você e o príncipe? — pegou-a de surpresa. “Está bem, as demais coisas devem ter sido estudadas por ele.” se convenceu que ele sabia mais do que dizia. — Qual a próxima pergunta? — ela não cedeu, aquilo o surpreendeu.“Então você também t
Se levantou rapidamente, seu primeiro pensamento foi que Omar havia voltado, a tinha ouvido chorar e agora ela seria questionada do motivo, sendo vista como fraca. “Isso não!” pediu internamente. Havia se forçado a passar confiança a todos, a ser firme, para tudo cair por terra. — Omar? — foi tudo que veio a sua mente, chamá-lo pelo primeiro nome, mesmo tão de repente. "Droga, o que estou fazendo? Chamá-lo pelo nome?" Reclamou consigo mesma. A pessoa do outro lado não respondeu, porém ela sabia que permanecia ali, podia sentir. — Quem está aí? — ela soou mais firme, mesmo com a voz rouca pelo choro. — Você estava chorando? — a voz calma a fez franzir o cenho em confusão. — Quem é? — ela repetiu a pergunta. — Eu não queria interromper seu momento, mas se não está bem, deveria pedir ajuda. — aquela voz bonita e preocupada não lhe era estranha. — Quem sabe eu não possa ajudá-la. Não é conveniente, eu sei, mas poderia me deixar entrar? — insistiu do outro lado. — Não é apropriad