— Você está machucada? — Margaret perguntou preocupada enquanto a acompanhava de volta ao camarim. — Desculpe por isso, senhora Saeed! — pediu envergonhada. Margaret fechou a porta de seu camarim temerosa por ter algo haver com Omar. — Quem fez isso com você? — Meu pai. — a resposta de Zahraa trouxe um pouco de alívio para Margaret, no fundo ela cogitou a possibilidade de ter sido Omar. — Ah, eu sinto muito! — foi sincera. — Eu agradeço. — Zahraa tirou o lenço lhe sorrindo. — Qualquer coisa que precisar, pode contar comigo. Irei pedir alguns dias para você a Ismael. — Zahraa tentou protestar, foi impedida gentilmente. — Primeiro se cuide, depois conversamos. Fique ciente que qualquer pessoa que a conhece fora daqui saberia ser você por causa de tudo isso. — abriu os olhos de Zahraa. — Desejo que você e seu pai se entendam logo! Vou indo, tenho que checar as outras garotas. — avisou.Zahraa a viu sair, mas ouviu sua voz no corredor. — Omar, a deixe por agora, depois você tra
Zahraa parou de recuar, no fundo se abalava com a aproximação dele, afinal, ainda o amava muito, estava cheia de receio pelo passado, no momento não tinha outra opção a não ser ceder ao príncipe.Haidar retirou o lenço com cuidado, não se importando se estava próximo demais de Zahraa, notava o quanto mexia com ela, além do receio visível nas íris verdes dela. Quando retirou o lenço, se afastou, seus olhos não acreditaram no que viram. — Ele fez de novo. Como pôde? — apertou o lenço dela na palma. Zahraa baixou os olhos depois de perceber que não conseguia decifrar nada nos verdes cinzentos dele, além de raiva e decepção, não querendo ter falsas esperanças depois do que seu pai lhe disse, procurou não saber a quem aquele sentimento era dirigido. — Ele não tem mais o direito de fazer isso. — diz irritado. — Tecnicamente, sim, amo. — murmurou humilhada. — Não sou seu amo. — murmurou, Zahraa não o incomodou com perguntas quanto aquilo, apenas aceitou. — Não, não se trata mais dele, n
— Devo conhecê-la urgente. — Samir continuou com seu humor leve. — É o que desejo a mim também. — diz o mais novo.Samir franzi o cenho, meio confuso pergunta: — Não falar com ela na primeira vez seria normal, mas sinto que o problema não é esse, pois tem todas as ferramentas disponíveis com seu pai para descobrir por conta. Acredito eu, que algo diferente acontece aqui, o que seria? — Ela é uma dançarina. — foi direto. — Por mais que adore sua falta de enrolação, meu sobrinho, eu preciso de mais detalhes, agora! Onde a encontrou? — se pôs em posição interessada, preparado para ouvir sua história.Minutos depois… — Leão guerreiro, devo conhecê-la urgente. — seu tio sorriu-lhe. Samir era o único a chamá-lo assim, desde o nascimento dele.Samir sabia que era a única narração que teria, por mais curta que fosse, seria apenas aquela. — Ouvi dizer que está comprometido. O que diz sobre isso? — perguntou ao sobrinho. — Outra história, outro momento. — diz cansado. — Suponho que a se
Percebendo que a mulher não o responderia, ficou ansioso, mesmo ansiando por ouvir a voz dela, compreendeu ser uma perca de tempo, recordou-se da conversa que escutou no salão, entre o patrocinador dela e o desconhecido, dizer a ele acabaria com o mistério, talvez não pudesse, pois provavelmente tinha um contrato com um termo que a proibisse de fazê-lo. — Preciso falar com você. — disse Haidar dando o segundo passo a frente, na tentativa de se aproximar dela. Desta vez continuou quieta parada, como uma boneca. — Podemos conversar por um instante? — insistiu ansioso.Zahraa sentia sua ansiedade, mesmo estando muito nervosa nada veio à mente, a não ser, a recordação de que ela não deveria se mostrar a ele. “Como sair desta situação?” A única resposta era o desejo de correr. Ao longe ela ouviu o som do apresentador anunciando a abertura da apresentação, era a vez dela, era a única chance que teria de escapar dele. Seus pés pareciam ter vida própria naquele momento, pois correu ao enc
— Não entendo por que ficou envergonhada, espero que não seja eu o culpado. — sorriu lindamente para ela. Zahraa ficou rubra, ele ainda era suficientemente bonito, assim como no primeiro dia. Por sorte a cor em suas bochechas não foram percebidas pelos olhos avelã, graças ao véu branco cobrindo seu rosto. — Então não tenha medo de mim! — pediu fitando a dançarina. “Ele percebeu. Que vergonhoso.” queria se fundar naquele chão firme qual pisava, como se fosse as dunas mais volumosas do deserto causando a ilusão de ser sugada, ou que a tempestade de areia a engolisse rapidamente. — Sim, senhor Al-Baghdadi. — foi profissional, não sabia como se comportar. — Sejamos menos formal, por obséquio, desta forma ficarei mais relaxado. — notou a dúvida nos olhos de Zahraa. “Também estaria desconfortável comigo? Com meu comportamento?” estava impressionada. Ambos ouviram o som de alguém se aproximando perto dali, só então Zahraa lembrou que não devia ser vista por ninguém, mesmo que isso já t
34 — Minha mãe tinha algumas terras, essas foram passadas para mim em sua morte, então as administrei, fiz algumas negociações e criei uma pequena fortuna com o que conquistei. — disse com um olhar sugestivo, um sorriso de canto surgia na mente dele, por fora, apenas a satisfação era notória. — Sinto muito por sua perda, senhor! — Zahraa foi sincera. — Tudo bem. Já faz um tempo. — Recostou as costas na cadeira confortável. — Acho que é justo que pergunte sobre mim agora. — a dançarina sentiu seu rosto queimar com o olhar profundo que recebeu. — Fora a sua identificação, as demais coisas são um mistério para mim. — mostrou interesse pela história dela.“Devo seguir o exemplo e ser um pouco vaga?” pensou com certa euforia. — O que acontece entre você e o príncipe? — pegou-a de surpresa. “Está bem, as demais coisas devem ter sido estudadas por ele.” se convenceu que ele sabia mais do que dizia. — Qual a próxima pergunta? — ela não cedeu, aquilo o surpreendeu.“Então você também t
Se levantou rapidamente, seu primeiro pensamento foi que Omar havia voltado, a tinha ouvido chorar e agora ela seria questionada do motivo, sendo vista como fraca. “Isso não!” pediu internamente. Havia se forçado a passar confiança a todos, a ser firme, para tudo cair por terra. — Omar? — foi tudo que veio a sua mente, chamá-lo pelo primeiro nome, mesmo tão de repente. "Droga, o que estou fazendo? Chamá-lo pelo nome?" Reclamou consigo mesma. A pessoa do outro lado não respondeu, porém ela sabia que permanecia ali, podia sentir. — Quem está aí? — ela soou mais firme, mesmo com a voz rouca pelo choro. — Você estava chorando? — a voz calma a fez franzir o cenho em confusão. — Quem é? — ela repetiu a pergunta. — Eu não queria interromper seu momento, mas se não está bem, deveria pedir ajuda. — aquela voz bonita e preocupada não lhe era estranha. — Quem sabe eu não possa ajudá-la. Não é conveniente, eu sei, mas poderia me deixar entrar? — insistiu do outro lado. — Não é apropriad
Samir desceu as escadas novamente, enquanto todos estavam se preparando para dormir, ele tinha um desejo diferente dos outros. Estava chegando na sala, ouvindo os próprios passos ao som do solado do sapato pelo chão, todo o resto era puro silêncio, estava prestes a sair para se encontrar com sua noiva quando avistou os típicos cabelos castanhos de sua sobrinha no sofá, sentada com as pernas cruzadas, ela encarava as folhas de um livro frente ao rosto, parecia um romance qual ela estava muito interessada. Samir percebeu que a sobrinha estava tão distraída que não deveria ter verificado as horas ainda, já era bastante tarde para estar lendo na sala. Por isso se aproximou, se abaixou quase se agachando para ler o título do livro, a capa estava à mostra o dando facilidade. — Alf Lailah Oua Lailah. — anunciou perto dela. Lila levantou os olhos distraída, mas esses brilharam quando o viram. Samir estava perto, apenas o livro os separava, o coração dela acelerou, o perfume dele, a respiraçã